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Ophir Loyola promove campanha de conscientização sobre o câncer colorretal

Março Azul acende alerta sobre o câncer de intestino; neoplasia ainda é uma das mais incidentes entre os brasileiros

Por Ellyson Ramos (HOL)
26/03/2023 13h59

Voltada à conscientização e prevenção do câncer colorretal, a campanha Março Azul ressalta os cuidados fundamentais para com a saúde do sistema digestório. Alimentação rica em fibras, frutas, legumes, verduras e cereais, e a manutenção de hábitos saudáveis contribuem para a prevenção da neoplasia, que é uma das mais comuns entre a população brasileira.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o diagnóstico de aproximadamente 46 mil novos casos de câncer colorretal a cada ano do triênio 2023-2025. No ranking entre os tumores malignos mais incidentes, a neoplasia do cólon e reto ocupa o terceiro lugar, ficando atrás apenas do de pele não melanoma (entre ambos os sexos), o de mama (entre mulheres), e o de próstata.

O comerciante de pescado Francisco Monteiro, de 65 anos, é um dos 146 pacientes que tratam este tipo de neoplasia maligna no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém. Na instituição, que é referência em oncologia, ele passou por tratamentos quimio e radioterápicos antes de ser submetido à cirurgia. Mas, apesar de ter descoberto o câncer há pouco mais de um ano, os sintomas começaram muito antes.

Francisco Monteiro descobriu o câncer de intestino e realiza tratamento no Hospital Ophir Loyola“Durante quatro ou cinco anos tive diarreia constante. Minha esposa pediu para que eu procurasse ajuda, mas demorei, deixei o tempo passar. Hoje sei que não devemos vacilar com a saúde”, reconheceu Francisco, que buscou atendimento após a piora no quadro. Exames de ultrassom transretal (Trus) e a biópsia feita pela colonoscopia, confirmaram o diagnóstico.

Conhecer mais sobre o câncer fez com que Patrícia de Oliveira, de 35 anos, esposa do mercador, atentasse mais para a própria saúde. “Eu já disse que também vou me cuidar. Vou ao médico e farei meus exames, porque quanto mais rápido a gente procura ajuda, mais rápido a gente se recupera”, disse a dona de casa, enquanto celebrava a alta hospitalar do marido e a volta para casa, no município de Bragança, nordeste paraense.

Março Azul

A campanha estimulada pelo HOL é promovida em parceria com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (Sbcp). Segundo as instituições proponentes do Março Azul, as chances de cura chegam a 90%, quando este tipo de câncer é identificado precocemente. Contudo, 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada.

Especialistas e entidades recomendam que, caso haja histórico pessoal de pólipos adenomatosos (adenomas) ou relatos deste tipo de câncer na família, o indivíduo busque atendimento nas Unidades Básicas de Saúde - portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS)-, para dar início ao rastreio e ao diagnóstico precoce, favorecendo a cura da doença.

O câncer colorretal pode surgir no intestino grosso e na região final do sistema gastrointestinal. A manutenção de hábitos saudáveis é tão importante quanto a realização do exame de colonoscopia, que contribui para identificação e remoção de pólipos intestinais que possam evoluir para o câncer de intestino.

Dor abdominal frequente, anemia e emagrecimento rápido por causa desconhecida são alguns sintomas que podem indicar o surgimento de alguma lesão no órgão ou o avanço do desenvolvimento da neoplasia. “É preciso ficar atento à alteração do ritmo intestinal. Se o indivíduo tinha o funcionamento intestinal normal e passa a apresentar diarreia ou constipação por longos períodos, deve buscar ajuda médica”, alertou a gastroenterologista e coordenadora do Serviço de Endoscopia e Broncoscopia do HOL, Danieli Batista.

A gastroenterologista e especialista em endoscopia digestiva Danieli Batista coordena o Serviço de Endoscopia e Broncoscopia do HOLDe acordo com a especialista em endoscopia digestiva, a doença é mais comum entre homens e mulheres acima dos 45 anos. Pessoas com diabetes do tipo 2 e histórico de doença inflamatória intestinal também estão nos grupos de risco.

“A partir dos 45 anos, independente dos sintomas, é recomendável fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes, teste de imunoquímica fecal (conhecido como teste FIT) e a colonoscopia, que é um exame seguro e pelo qual identificamos lesões pequenas, que podem ser tratadas, contribuindo para a prevenção do desenvolvimento de lesões potencialmente malignas”, disse a médica.

Danieli ressalta que a prevenção começa com a mudança de hábito e que alguns cuidados podem contribuir para manter a saúde do intestino em dia. “O consumo de bebidas alcoólicas, gorduras, carne vermelha em excesso ou alimentos ultraprocessados, embutidos, defumados e enlatados aumentam os riscos de desenvolvimento da doença. Além disso, obesos, fumantes e até ex-fumantes devem redobrar a atenção. Por isso, mantenha uma alimentação saudável, beba pelo menos dois litros de água por dia e pratique, ao menos, 30 minutos de exercícios físicos diariamente”, recomendou.