Polícia Civil debate enfrentamento à violência contra povos de matriz africana
O objetivo é qualificar agentes de segurança visando ampliar estratégias de atuação contra a violência que atinge grupos vulneráveis
O evento foi alusivo ao Dia Internacional de Luta pela eliminação da Discriminação RacialA Polícia Civil do Pará promoveu, nesta quarta-feira (22), roda de conversa entre agentes da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), alunos em formação da Academia de Polícia (Acadepol) e representantes de movimentos sociais ligados a povos originários e de matriz africana.
O encontro, alusivo ao Dia Internacional de Luta pela eliminação da Discriminação Racial - 21 de Março, integra uma série de ações realizadas pela Polícia Civil com o objetivo de ampliar as estratégias de enfrentamento à violência relacionada ao tema e a outros grupos vulneráveis, a partir da qualificação de agentes para o atendimento e a troca da experiências com a sociedade.
Para o evento foram convidadas Ana Esmeralda Medeiros, mentora do Projeto “Boneca Abayomi”; Mam’Eto Nangetu, representante regional da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro); Denilson D’Oxaguiã, coordenador do Movimento Atitude Afro Pará, e a delegada Adriana Norat, da Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos da Polícia Civil. O babalorixá Denilson D’Oxaguiã: construção de uma nova sociedade
Denilson D’Oxaguiã ressaltou a importância do encontro para que a voz das populações vulneráveis esteja na formação dos novos policiais. "Nossa presença dentro da Academia é importante porque trazemos o entendimento que as populações vulneráveis estão se organizando para construir uma nova sociedade, a partir do entendimento colaborativo entre sociedade e governo no enfrentamento ao racismo religioso”, frisou o babalorixá.
A delegada Adriana Norat disse que o estreitamento das relações entre a Polícia Civil e a sociedade é o ponto forte para o entendimento da realidade de cada grupo e a oferta de atendimento adequado. “As leis são dinâmicas e mudam constantemente. Não podemos alegar desconhecimento porque não atendemos a determinados casos com frequência. Essa proximidade é importante, principalmente em relação aos movimentos sociais que, muitas vezes, recebem as primeiras demandas e levam para a polícia ou outra autoridade”, complementou a delegada.