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V Seminário Viva Palmares discute o tema Ser Negro do Brasil, em Belém e interior

Evento é parceria da Universidade do Estado do Pará (Uepa) com o Instituto Mãe Criola, com programação nos dias 23 e 24 deste mês de março

Por Guaciara Freitas (UEPA)
20/03/2023 14h08

Neste 21 de março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, a quinta edição do seminário Viva Palmares, realizado pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com o Instituto Mãe Criola, começa, em Belém, no auditório Paulo Freire, da Uepa, e trilha os caminhos de três territórios quilombolas, nos dias 23 e 24, como forma de trazer a compreensão da relação entre ancestralidades e etnicidades na produção do espaço.

O V Seminário Viva Palmares, que discute o tema central Ser Negro no Brasil, busca abordar temas importantes sobre acesso ao ensino superior por meio das cotas, heteroidentificação e focalizar a definição do que é ser negro no Brasil. De acordo com os organizadores, essa questão envolve um contexto social marcado pelo racismo, que ora se direciona a cor da pele, ora se dá pelo cabelo. “E nesse sentido, os traços negroides, ou melhor, o fenotípico torna-se um definidor da ideia de raça e da noção do que é ser negro, sobretudo, quando a experiência cotidiana dos sujeitos traz histórias de violências e constrangimentos que marcam a discriminação”, esclarece Aiala Colares, professor da Uepa e diretor de extensão da instituição, que estará na mesa de abertura do evento, às 14h30, juntamente com os advogados Paulo Victor Squires e Samara Siqueira.

Na quarta-feira, 22, a discussão se volta para a realidade das universidades, com a mesa intitulada O Negro na Universidade: Ocupando Espaços de Poder. A base dessa reflexão volta-se ao fato de que quando o debate trata das questões relacionadas às cotas raciais nas universidades públicas uma das questões mais complexas relacionadas às comissões de heteroidentificação, em processos seletivos, refere-se à população parda. “Mas qual o lugar do pardo afinal? O pardo compõe a população negra segundo o IBGE, mas há uma diferença, visto que, os pardos de pele clara se aproximam dos brancos e os pardos de pele escura com os traços negróides se aproximam dos pretos. E é isso que gera uma grande confusão, de forma que muitos candidatos no vestibular não sabem opinar na hora de escolher entre cotas raciais e cotas socioeconômicas.  A reparação histórica, que surge como argumento para institucionalização das políticas de ações afirmativas, busca não apenas corrigir as desigualdades, mas empoderar o povo preto e fazer com que esse povo ocupe importantes espaços de poder na sociedade”, explica o professor Aiala Colares.

A organização do evento afirma os dados referentes à diversidade da população afrodescendente no Brasil, segundo os quais a maior população negra fora do continente africano está no país: “dados do segundo trimestre de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, demonstram que a população negra corresponde a 55,8% dos brasileiros, são cerca de 115 milhões de pessoas. Há de se destacar que o IBGE define como negros no Brasil o conjunto da população composto por pretos e pardos”.

A programação do V Seminário Viva Palmares é aberta ao público e não exige inscrição prévia. Confira a seguir:

Dia 21/03/2023
14:30 às 17:00h – O que é ser negro no Brasil? Os desafios da heteroidentificação.
Prof. Aiala Colares Couto (PROEX – UEPA)
Paulo Victor Squires (PPGD-UFPA)
Samara Siqueira (CEDENPA)

Dia 22/03/2023
14:30 às 17:00h – O negro na Universidade: ocupando espaços de poder.
Prof. Luiz Augusto Mendes (UFRA)
Profa. Laurenir Peniche (IFPA)
Profa. Maria Malcher (IFPA)

Dia 23/03/2023
9h – pesquisa de campo no quilombo de Macapazinho – Castanhal – Pará
10:30 h – Pesquisa de Campo no quilombo de Pitimandeua – Pará
12:00h – Almoço
14:30 – Socialização com a comunidade
18:30 – exibição de documentário
20:00h – Atividade Cultural.