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Especialistas do CIIR pontuam a importância da estimulação precoce para o desenvolvimento de crianças

Por Pallmer Barros (CIIR)
17/03/2023 17h13

Como estímulo ao desenvolvimento, as mães participam da terapia ao lado das crianças Para dar mais autonomia às crianças com deficiência, especialistas do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, pontuam a importância da intervenção precoce nos primeiros sinais de atrasos do neurodesenvolvimento psicomotor. A Estimulação Precoce é uma das ferramentas terapêuticas promovida pelo CIIR na reabilitação dos pequenos usuários. 

O neuropsicólogo e especialista em Análise Aplicada do Comportamento (ABA) aplicada ao TEA, Ícaro Ferreira, enfatiza que a atividade promove ganhos fundamentais no desenvolvimento da criança, no que se refere ao acompanhamento da vigilância do neurodesenvolvimento delas. 

“De zero a três anos, elas estão no ápice do desenvolvimento e da neuroplasticidade, ou seja, aprendem com mais facilidade. Desta maneira, o terapeuta consegue estimular mais as crianças nesse período em que o cérebro está captando muitas coisas novas com rapidez”. 

De acordo com o profissional, isso significa que o ser humano está construindo aprendizado com o mundo em que vive. Desta forma, a criança interagindo com o ambiente; com os terapeutas; demais reabilitandos e acompanhantes, é estimulada a criar mecanismos de adaptação ao meio.

Sinais – No processo inicial do desenvolvimento dos pequenos, as famílias devem observar alguns pontos que remetem aos atrasos no neurodesenvolvimento. 

Foi o que aconteceu com o reabilitando Nicolas Lima, de 2 anos. A mãe, Bruna Lima, de 33 anos, conta que a partir de oito meses de vida do garotinho, ela começou a perceber algumas dificuldades e procurou rapidamente suporte profissional. 

Bruna Lima ressalta o desenvolvimento do filho em menos de um ano de reabilitação“Com um e dois meses eu procurei ajuda profissional e recebi o diagnóstico do Nicolas aqui no CIIR; era o que eu já imaginava, o autismo. A gente tentava comunicação com ele, mas não nos dava atenção. Quando cresceu mais um pouco, outro ponto foi a não verbalização e o andar que ele não conseguia realizar”. 

Segundo Ícaro Ferreira, dentro da psicologia, se a criança apresenta dificuldades para se comunicar ou ao interagir com as pessoas de uma forma inapropriada, “ao pedir um objeto, ela somente fica apontando sem pronunciá-lo, isso significa que a interação com o ambiente em algum ponto está deficitária”. 

Desta maneira, a vigilância do neurodesenvolvimento é ficar atento aos sinais e promover estímulos adequados para a criança. O neuropsicólogo destaca ainda que outros pontos como ausência de sorriso espontâneo para as pessoas em que a criança gosta, andar na ponta dos pés e as estereotipias (que são repetições linguísticas, motoras e posturais), podem ser outros indícios para os diagnósticos de atrasos, principalmente, para o TEA. 

De acordo com Bianca Oeiras, terapeuta Ocupacional, deve-se estar atento, também, aos marcos do desenvolvimento motor. "Se aos seis meses o bebê não sustenta a cabeça quando puxado para sentar, tem dificuldade para controlar a postura quando fica sentado ou instabilidade para controlar a postura em pé aos 14 meses, são sinais de alto risco para alterações no desenvolvimento", ressaltando a importância de não esperar o tempo da criança, como é muito orientado popularmente, e sim, buscar orientações profissionais. 

Riscos desde a gestação – A terapeuta destaca alguns fatores de risco para o desenvolvimento, como a idade dos genitores na gravidez, incidências perinatais como diabetes, hipertensão, prematuridade e hemorragias.

Os especialistas do Centro de Reabilitação complementam salientando que "quanto mais cedo iniciar as intervenções, melhores serão as chances de prognóstico. Ao iniciar uma intervenção de forma tardia, a pessoa terá mais dificuldade no aprendizado e na aquisição de novas habilidades em comparação com a infância". 

Há quase um ano sendo acompanhado no CIIR, a mãe de Nicolas pontua a evolução no quadro clínico do menino. “Antes, o meu filho não tinha vida social. Não gostava de ir a lugares com muitas pessoas, hoje, já aceita; até no ato de brincar, melhorou, porque antes, somente ficava correndo, pulando e agora fica mais sentado e segura alguns brinquedos”, comemora.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.