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Psicologia ajuda na recuperação de pacientes renais do Hospital Regional de Marabá

Cuidar da saúde mental dos pacientes crônicos tem um impacto importante na qualidade de vida

Por Governo do Pará (SECOM)
15/03/2023 11h24

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica, caracterizada pela perda gradual das funções renais, pode ter um impacto significativo na saúde mental dos pacientes, resultando, assim, em transtornos de ansiedade e depressão.

Jean Armande, 24 anos, é paciente renal crônico em tratamento no Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá. Ele é um dos usuários que recebe suporte psicológico para enfrentar os desafios emocionais que a doença proporciona. A unidade é referência em nefrologia para um milhão de pessoas de 22 municípios do interior.  

Jean Armande é um dos pacientes assistidos pelo serviço de psicologia do HRSPDiagnosticado aos doze anos de idade, Jean carrega consigo uma luta de 12 anos contra a doença renal. O jovem que, há dois anos realiza sessões semanais de hemodiálise na unidade do Governo do Pará, sabe o desgaste emocional que o tratamento pode causar, e destaca que o apoio psicológico oferecido na instituição contribui para sua recuperação. 

"A notícia foi devastadora para mim e minha família, quando recebemos o diagnóstico da doença. No início, eu tinha medo das agulhas, da restrição alimentar e da limitação física. Foi um momento difícil, mas com o tempo e apoio dos profissionais de saúde, aprendi, aos poucos, a lidar com tudo", revela Jean, emocionado. 

O jovem destaca, ainda, a importância em contar com ajuda psicológica nesses momentos de fragilidade. "Não é fácil lidar com uma doença crônica, ainda mais quando se é tão jovem. Mas, com suporte psicológico e incentivo, é possível superar os desafios e encarar a vida de frente", conclui.

O psicólogo Maycon Silva, que atua no hospital gerenciado pela Pró-Saúde, afirma que muitos pacientes renais crônicos apresentam a saúde mental debilitada, devido as transformações em sua vida pessoal, profissional e social, impostas pela doença.  

“Muitas vezes, esses pacientes se sentem sobrecarregados e desamparados. Utilizamos abordagens terapêuticas para encorajá-los e, ajudamos a lidarem melhor com suas emoções, encontrando maneiras de se adaptar à nova realidade”, enfatiza o especialista.  

O profissional destaca que o paciente renal crônico possui uma rotina de tratamento intensa, realizando, semanalmente, de duas a três sessões de hemodiálise. Procedimento que, durante quatro horas, faz a filtragem do sangue e remove o excesso de toxinas, sais minerais e líquidos, substituindo o trabalho dos rins.  

"O tratamento pode ser difícil e estressante para muitos pacientes. Por isso, é importante que eles tenham uma rede de apoio familiar, que auxilie nos cuidados diários e na adaptação à rotina da terapia renal", reforça o psicólogo.   

O especialista alerta que a prevenção é a melhor forma de evitar o desenvolvimento da doença renal crônica. A alimentação saudável, prática regular de atividades físicas, e controle de doenças como hipertensão e diabetes, fatores de risco para a enfermidade, são algumas das maneiras de agir preventivamente.  

O Centro de Hemodiálise do HRSP, inaugurado em 2019, conta com serviço moderno e bem equipado, com salas de observação, ambulatoriais e sala de hemodiálise com 20 cadeiras para realização de sessões em três turnos. Somente ano passado, foram realizadas 13 mil sessões de hemodiálise, atendendo um total de 1.140 pacientes. 

Texto: Ederson Oliveira/Ascom HRSP