Produtoras rurais dividem experiências e conquistas da vida no campo, no Pará
Agricultoras têm apoio do Governo do Estado para transformar a biodiversidade amazônica em emprego, renda e desenvolvimento
Na zona rural de Tailândia, nordeste do Pará, a agricultora Gina Assunção prepara a terra para plantar dendê e aumentar a renda da família, um sonho cultivado há anos.
“Antes a gente só vivia com a farinha, né? Arroz que a gente plantava, e algumas outras coisas. A gente não tinha como recorrer, como plantar. Então esse dinheiro veio pra ajudar a gente, foi perfeito”, disse Gina.
A produtora se refere ao crédito rural Banpará Bio, que serve tanto para quem está começando, quanto para quem está ampliando um negócio no campo. A iniciativa do Banco do Estado Pará pode ser aplicada para expandir a colheita, comprar animais, industrializar a produção ou financiar a safra. Tudo isso por meio de linhas de crédito destinadas ao segmento que são de custeio, investimento, comercialização e industrialização.
A agricultora Edileusa Silva já tem experiência com o plantio de dendê e planeja aumentar a produção. Ela diz que sem o crédito em mãos seria difícil expandir o negócio. “Eu sinto que estou representando não só eu, mas todas as mulheres do Brasil, todas as brasileiras que são agricultoras que nem eu, que precisam de um incentivo. Então, essa é uma oportunidade que o banco deu pra nós, para que nós possamos trabalhar, ser mulheres independentes, termos o nosso próprio negócio”, reforça.
O Banpará Bio já contemplou 115 pessoas em todas as regiões do estado. Um investimento de R$ 19,5 milhões, em crédito rural para pequenos, médios e grandes produtores.
Economia do futuro
No Pará, não faltam exemplos de mulheres empreendedoras girando a economia do futuro. É o caso da empresária Joana Martins, que gerencia uma indústria sustentável. O negócio tem 27 funcionários e comercializa mais de 20 produtos. As experiências da empresa foram compartilhadas em uma mesa redonda na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27). O evento aconteceu em novembro do ano passado, em Sharm El-Sheikh, no Egito, a convite do Governo do Pará.
“A bioeconomia é isso, é a utilização da biodiversidade do território, transformada em emprego, renda e desenvolvimento. São produtos 100% naturais, que dialogam com a floresta. Para mim, nunca fez sentido levar a Amazônia para o Brasil e para o mundo colocando um monte de coisa artificial, já que a Amazônia é sinônimo de natureza”, enfatiza.
Parte dos alimentos comercializados pela empresa da Joana vem de uma associação de produtores, no município de Acará, de onde muitas trabalhadoras tiram o sustento da família.
“O trabalho dessas mulheres envolve e beneficia muita gente. Na minha família, foi uma mulher, minha avó, que nos ensinou tudo. Aqui dentro da empresa, por exemplo, além de eu estar à frente do negócio, a nossa equipe é majoritariamente feminina. A gente até brinca em alguns departamentos que o homem é exceção”, destaca Joana Martins.