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PREVENÇÃO

Sespa orienta a população paraense sobre como manter os rins saudáveis

A iniciativa é alusiva ao Dia Mundial do Rim comemorado nesta quinta-feira (09)

Por Roberta Vilanova (SESPA)
09/03/2023 12h11

Em alusão ao Dia Mundial do Rim, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizará, neste fim de semana, ações educativas inseridas na programação do TerPaz, para orientar a população sobre os principais cuidados que deve ter para manter os rins saudáveis.

No sábado (11), as atividades ocorrerão na Usina da Cabanagem e Icuí, e no domingo (12), na Usina da Terra Firme e Paar.

A data, comemorada sempre na segunda quinta-feira do mês de março, foi idealizada pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e tem o objetivo de reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo.

Essas atividades serão disponibilizadas em complemento as ações do TerPaz, que já oferecem aferição de pressão arterial; dosagem de glicemia, consultas em clínica médica, ginecologia e pediatria e encaminhamento para consultas especializadas e exames laboratoriais.

Para a coordenadora do Terpaz/Sespa, Marilda Braga, é importante levar essas informações até a população junto com as ações itinerantes do governo. “muitas vezes alguns sinais e sintomas de doenças graves passam despercebidos pela falta de conhecimento sobre hábitos saudáveis. Esse é o principal objetivo das políticas públicas realizadas no Terpaz, ir ao encontro do usuário e levar o que ele precisa”, comentou.

Segundo a coordenadora estadual de Doenças Crônicas não Transmissíveis, Sílvia Corrêa, a programação inclui palestra sobre sinais e sintomas de doença renal, fatores de risco para a doença, medidas de proteção e orientação sobre o fluxo de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

A função do rim é regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras.

“É importante que as pessoas cuidem dos seus rins para que não sejam acometidas por doenças renais, principalmente a doença renal crônica, em que os rins param de funcionar totalmente e a pessoa passa a depender de máquinas de hemodiálise e de um transplante renal para se libertar delas”, alertou Sílvia Corrêa.

Por isso a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como o de creatinina no sangue e o da ureia na urina, são fundamentais para avaliar a função renal.

Doença renal - Quando os rins começam a funcionar de forma inadequada e a sua capacidade de filtrar o sangue fica afetada, as concentrações de ureia e creatinina no sangue tendem a ser elevar. Quanto mais alta for a creatinina sanguínea, mais grave é a insuficiência renal.

Com a insuficiência renal o organismo fica cheio de impurezas que impedem funcionamento correto do organismo, o que pode ser fatal. Mas existem dois tipos, a insuficiência renal aguda e insuficiência renal crônica.

Na insuficiência renal aguda, o quadro clínico é reversível e temporário. Já a insuficiência renal crônica não possui cura e a pessoa precisa fazer uso de tratamentos que realizam a função do rim, para conseguir viver uma vida normal.

Tanto a insuficiência renal crônica quanto a aguda podem ser decorrentes de outras doenças, como a diabetes, a hipertensão, a doença dos rins policísticos e a presença de obstruções nos rins, como cálculos renais.

Os principais sintomas de mau funcionamento renal são alterações da cor e aspecto da urina (cheiro, presença de sangue, espuma na urina), aparecimento de edemas no corpo, fadiga, cansaço, anemia, cheiro de urina na boca (hálito urêmico), fadiga e intolerância ao exercício.

Prevenção - Hipertensão arterial, diabetes, obesidade e fumo são fatores de risco para a doença renal crônica, por isso, pessoas com esses quadros precisam dobrar os cuidados.

De acordo com a nutricionista Thaís Granado, da Coordenação Estadual de Nutrição, assim como a adoção de um estilo e condições de vida mais saudáveis podem contribuir para a prevenção da doença, a alimentação é um fator que pode contribuir para prevenir a doença, bem como pode contribuir para piorar o quadro, se não forem seguidas as orientações definidas no acompanhamento nutricional.

Para cuidar da saúde do rim é importante evitar o excesso de sal, de carne vermelha e de gorduras, controlar o peso corporal, a pressão arterial, o colesterol e a glicose, ingerir a quantidade de água recomendada, além de praticar exercícios físicos regulares, evitar o fumo e as bebidas alcóolicas. “A alimentação deve ter como base o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, os quais são ricos nos diversos nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo”, orientou.

Thaís Granado alerta, ainda, que uma vez instalada a doença é ainda mais necessário cuidar da alimentação, para que forneça os nutrientes em quantidades adequadas para manter um bom estado nutricional. Ela disse que conforme o curso da doença e de acordo com a avaliação do paciente, pode ser necessário adotar restrição de alimentos fontes de proteínas, além do controle da ingestão de líquidos e do consumo de minerais. “Pode ser necessário controlar, por exemplo, o consumo de potássio presente principalmente em alimentos vegetais, e o fósforo presente em alimentos industrializados. O consumo de sal também deve ser reduzido, assim como de alimentos com alto teor de sódio”, finalizou.   

Hemodiálise – A doença renal crônica é silenciosa e, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido. Nesse caso o paciente precisa fazer diálise três vezes por semana, o que afeta a sua rotina e da sua família.

Para esses pacientes, o governo do Estado tem garantido acesso a Serviços de Terapia Renal Substitutiva (hemodiálise) em diversas regiões do Pará, permitindo que façam o tratamento sem ficar distantes das suas famílias.

Foram entregues, desde 2019, seis novos Centros de Hemodiálise, que funcionam no Hospital Regional Público do Marajó, em Breves; Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba; Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá; Hospital Santa Rosa, em Abaetetuba; Policlínica de Tucuruí e Policlínica dos Caetés, em Capanema.

Transplante - O transplante renal é a única forma que o paciente renal crônico tem para poder se libertar da máquina de hemodiálise. Nesse sentido, o governo do Estado, por meio da Central Estadual de Transplantes (CET) da Sespa também tem trabalhado intensamente para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e fortalecer a estrutura para viabilizar a captação e transplante de órgãos no Pará. Atualmente, 567 pacientes aguardam por um rim no Pará.