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CIDADANIA E ACOLHIMENTO

Usinas da Paz atuam como rede de apoio para mulheres de comunidades vulneráveis

Público feminino representa cerca de 80% dos frequentadores dos Complexos comunitários na Região Metropolitana de Belém e no sudeste estadual

Por Dani Franco (SEAC)
08/03/2023 14h35

Em 2022, a dona de casa Regina Teixeira perdeu o marido, vítima de Covid-19. Sozinha e com um diagnóstico de depressão, a trabalhadora começou uma busca por nova ocupação e geração de renda, foi quando, em novembro, conheceu os cursos de gastronomia da Usina da Paz Cabanagem. Nestes quatro meses, Regina tem participado de todos os cursos na área e por conta deles tem na Usina da Paz a sua segunda casa. “Eu comecei a superar a depressão a partir do momento que iniciei o curso de culinária. A Usina veio para dar um apoio pra eu vencer a depressão. Se não fosse a Usina eu não sei como era que eu tava, porque como a doutora falou, eu já estava chegando no fundo do poço e a Usina veio pra levantar desse fundo e hoje eu estou aqui, em pé, para contar minha história e ir para onde eu quiser”, disse uma Regina que hoje se considera revigorada.

Histórias como a de Regina Teixeira são algumas das vivenciadas nas Usinas da Paz instaladas na Região Metropolitana de Belém e na região sudeste do Pará, nas cidades de Parauapebas e Canaã dos Carajás. Em todas elas, em média de 80% das frequentadoras são mulheres. Um número que não se fez à toa, uma vez que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em  2022,  81,5% das beneficiadas do antigo programa Auxílio Brasil, o Bolsa Família, são mulheres, sendo que no estado do Pará esse número sobe para 83%, mostrando que a presença feminina é a realidade de cada uma das UsiPaz.

Para a maioria destas beneficiadas, os complexos se apresentam como suporte para compor suas redes de apoio no dia a dia. Como é o caso de outra dona de casa, Sandra Aragão, do bairro do Jurunas. Aos 54 anos de idade, ela passou a frequentar a turma de hidroginástica, um tempo que só conseguiu após matricular os dois netos no futsal e natação. “ Aqui está sendo muito benéfico não só para mim, mas para meus netos também. Eu estou muito contente em ver essa realidade, as crianças alegres, estou muito satisfeita em ver essas atividades, coisas que meus netos não tinham, eram criados dentro de casa e hoje eles têm uma atividade além da escola.” 

Mas não é só. Além das beneficiadas em cada um dos equipamentos, a força motora das Usinas da Paz também é mantida por mulheres.  A bibliotecária Darcy Barroso, é uma das primeiras funcionárias da UsiPaz Professor Amintas Pinheiro, no bairro do Icuí-Guajará, em Ananindeua. Aos 61 anos de idade, sendo 36 de vida pública, Darcy conta que está no complexo desde antes de sua abertura, quando o prédio ainda estava em construção. “A comunidade já entende que aqui é um lugar seguro de convivência. Que elas podem chegar e terão um suporte. Me sinto muito feliz em contribuir com isso, pois sei das fragilidades desta área e do quanto é necessário que as pessoas, as crianças e adolescentes, tenham acesso aos livros e a ludicidade”, conta a servidora. 

“O que eu vejo como mais importante é que podemos dar acesso à leitura e a informação para que as pessoas possam ampliar seus horizontes e complementar sua educação. Aqui é um lugar onde se podem realizar as atividades mais diversas, por isso as mães, as mulheres daqui, se sentem acolhidas e em casa”, complementa Darcy. 

Atualmente, as Usinas da Paz estão instaladas nos bairros da Cabanagem, Bengui, Terra Firme, Jurunas/Condor, Guamá, Icuí-Guajará (Ananindeua), Nova União (Marituba) e nas cidades de Parauapebas e Canaã dos Carajás.

Dentre os diversos serviços oferecidos estão as aulas de natação e hidroginástica, cursos de culinária e informática, oficinas de reaproveitamento de resíduos sólidos, empreendedorismo feminino, orientações para o recebimento do cred-cidadão direcionado para a consolidação de micro e pequenas empresas, e cursos de empreendedorismo com foco na gestão, negociação, finanças e liderança feminina. Todas as atividades realizadas nas Usinas da Paz são gratuitas e oferecidas paulatinamente durante todo o ano.