Horta é utilizada como prática pedagógica em escola estadual de Benevides
“Horta na escola” promove o cultivo de hortaliças de forma tradicional e hidropônica
Manter uma horta na escola é garantia de recurso didático, interdisciplinar, além de ferramenta para conscientizar os estudantes sobre a importância da preservação ambiental e produção sustentável de alimentos. Foi com essa proposta que a escola estadual de ensino médio profª Ruth Guimarães, localizada no distrito de Murinin, em Benevides, na Região Metropolitana de Belém, iniciou este ano o projeto “Horta na escola”, com cultivo de hortaliças de forma tradicional e hidropônica.
A horta era um desejo antigo da comunidade escolar e somente em neste ano foi possível concretizar. Além da questão pedagógica, em que o aluno pode aprender sobre temas diversos, servirá também para que incremente a nutrição da merenda escolar e posteriormente, utilizar raízes e caules para realizar a compostagem, trabalhando com a proposta da sustentabilidade.
“Na prática, vamos ensinar para os alunos que eles podem replicar esse conhecimento na vida deles e como cidadãos mostramos que o meio ambiente é importante. A escola é legado para tornar cidadãos cada vez mais conscientes e sabendo da sua responsabilidade com o meio ambiente”, sintetiza o coordenador do projeto e professor de física Rosidênis Aragão. Alface, cheiro verde, rúcula e agrião são algumas das hortaliças semeadas no local, que ainda não estão disponíveis para uso.
O diferencial da horta é o sistema hidropônico. “Trata-se de um formato mais moderno de cultivo. A hortaliça é irrigada e vai se desenvolver nesse meio aquoso, com componentes como ferro, potássio e outros nutrientes para crescer. Esse sistema é mais eficiente porque reutiliza a água e usa uma quantidade menor do que a horta tradicional, mais uma vez trabalhando com a questão da preservação dos recursos e sustentabilidade”, comenta o professor.
Apesar de estar em fase inicial, o projeto foi bem recebido pelos estudantes. “É uma iniciativa muito legal da escola porque é um incentivo para o aluno aprender não só na teoria, mas também na prática. Estou ansioso para começar a plantar, colocar a mão na massa, e aprender como produzir”, comentou Felipe Welison, aluno do 3° ano, que pretende seguir carreira nas ciências com o curso de agronomia.
A diretora Lorena Rocha Gomes também comemora a concretização da iniciativa, que foi viabilizada com fundos federais do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). “É uma realização para nossa escola. Como escola piloto do novo ensino médio, a ideia de horta já era um pedido lá em 2019 e este ano conseguimos viabilizar. Fomos atrás da empresa, que inclusive é de um ex-aluno nosso, que se formou em engenharia agrícola pela UFRA, que conhece a necessidade da escola e realidade do bairro”.
A escola Ruth Guimarães atende estudantes do ensino médio, com aproximadamente 950 alunos matriculados nos três turnos no ensino regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As aulas na horta serão semanais e fazem parte dos Projetos Integradores de Ensino, que estão no Documento Curricular do Estado do Pará (DCEPA). “A horta veio enriquecer o trabalho pedagógico da nossa escola, vai possibilitar um trabalho interdisciplinar e também viabilizar o protagonismo estudantil, envolvendo todas as áreas do conhecimento e diversos campos de saberes. Vamos trabalhar a biologia com a botânica, a química com as substâncias, a física com o efeito estufa, a geografia quando falamos do problema da agricultura, da dificuldade de encontrar terra para plantar e ainda a história de quando se começou as plantações na humanidade”, analisou o professor de biologia Otávio Moyses, mestre em ensino de biologia.
Aluna do 3° ano, Rayla Freitas conta que sempre gostou de plantar e que o pai cultiva uma pequena horta em casa. “Gostei muito desse projeto na escola, vou poder aprender aqui e também aplicar em casa. É a oportunidade ainda de colocar em prática o que aprendemos na sala de aula”.
Texto: Sâmia Maffra/Ascom Seduc