Profissionais do Abelardo Santos são certificados no uso de terapia por pressão negativa adaptada
As técnicas foram aplicadas e aprovadas por profissionais e pacientes
O investimento em projetos de capacitação profissional atrelado às novas tecnologias tem sido um dos investimentos do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém. Desta vez, a unidade apostou na implantação da técnica de terapia por pressão negativa adaptada utilizando materiais hospitalares ou também conhecida como curativo a vácuo adaptado.
A enfermeira do Serviço de Controle e Infecção Hospitalar (SCIH), Brenda Ramos, e responsável pela condução do projeto no Abelardo Santos, contou que a iniciativa surgiu a partir de uma experiência prática dela em outra instituição hospitalar, e que por meio desse contato teve a oportunidade de desenvolver a técnica e identificar a necessidade de expandir para outras instituições hospitalares.
“Desta forma, busquei como alicerce e incentivo o desenvolvimento da pesquisa com o apoio do Mestrado de Cirurgia e Pesquisa Experimental da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e a autorização hospitalar e apoio da diretoria do Hospital Abelardo Santos, onde também foram desenvolvidos protocolos com base na evidência científica disponível para iniciar o projeto piloto”, detalhou.
Capacitação - Em março de 2022, ocorreu a primeira aplicação do curativo a vácuo adaptado realizado pela presidente da Comissão de Cuidados com a Pele do HRAS, tendo com resultado o estímulo da cicatrização e a redução do tempo de internação de uma paciente que apresentava lesão em membro inferior direito. Os resultados positivos mostraram que era possível capacitar e habilitar novos profissionais para aplicação da técnica. Com esse resultado, foi promovido o primeiro curso de curativo a vácuo adaptado com base no método adaptado, que ocorreu em outubro do ano passado.
Cinco profissionais-chave de setores assistenciais diferentes do HRAS foram habilitados para aplicarem a técnica em conjunto com a responsável pelo projeto, respeitando os princípios éticos. “Os pacientes tiveram aplicação positiva da técnica, com estímulo da cicatrização e redução do tempo de internação, além disso, ainda conseguimos a publicação científica em artigo B1 com o nome dos membros do projeto”, comemorou.
Participação - O enfermeiro Diego Moraes, que também recebeu o certificado, foi um dos participantes da primeira turma da unidade e comprovou a eficiência da terapia. “Agora espero dar continuidade em outros pacientes. Sabemos que por meio da eficácia dela conseguimos acelerar o processo de cicatrização e reduzir a quantidade de dias do paciente dentro do hospital”, destacou.
Para a enfermeira do HRAS, Keiza Trindade, que também participou do treinamento, esse tipo de capacitação agrega valor para os profissionais e para a unidade. “Estou muito feliz por fazer parte da primeira equipe de habilitados de curativo a vácuo do HRAS. É muito gratificante me juntar com grandes profissionais comprometidos com cuidado e juntos poder melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes”, comentou.
Benefícios - O curativo a vácuo consiste na aplicação de uma pressão negativa tópica. Essa terapia aumenta o fluxo sanguíneo, remove fluidos da ferida, além de estimular o crescimento de tecido de granulação (é composto de vasos sanguíneos novos, tecido conjuntivo, fibroblastos e células inflamatórias). Ele preenche o leito de uma ferida aberta quando ela começa a cicatrizar, atrai as bordas das feridas e acelera o processo de cicatrização.
No HRAS, a aplicação foi composta por ácido graxo essencial, compressas, sonda de aspiração, conectada a uma extensão de silicone e rede de gazes hospitalar, através de uma válvula de controle de pressão, sendo hermeticamente fechado com rolo filme transparente. O frasco de aspiração ficou conectado e por meio do manômetro se controlou a pressão.
O diretor técnico do HRAS, Paulo Henrique Ataíde, e apoiador direto do projeto, ressalta que esse tipo de avanço é essencial para a evolução do serviço e melhora da experiência do paciente na unidade. “Proporcionar para os nossos usuários a redução no período de internação e a cicatrização mais rápida das lesões traz benefícios tanto para o hospital quanto para o paciente. Ambos saem satisfeitos com uma recuperação bem sucedida”, frisou.
Serviço: O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é a maior unidade pública do Governo do Pará. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Desde 2022 a unidade dispõe do serviço de tratamento e cuidados com a pele em seu ambulatório, composto por três enfermeiras e uma técnica de enfermagem. O serviço recebe pacientes provenientes do setor de internação do HRAS, que estão clinicamente estáveis e receberam alta médica, mas precisam realizar acompanhamento até a total cicatrização da lesão.
Texto: Ascom HRAS