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Polícia comunitária atua em parceria com os moradores no bairro da Cidade Velha

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/05/2018 00h00

Criada há cerca de quatro anos na Cidade Velha, a base comunitária da Polícia Militar (PM) tem fortalecido a parceria entre a segurança pública e os moradores do bairro da Cidade Velha e área do entorno – Reduto e Campina. O coronel Carlos Emílio, diretor de Polícia Comunitária da PM explica que o trabalho dos militares destes postos é voltado para a aproximação entre comunidade e a polícia, e dá a oportunidade da população contribuir com a solução dos problemas identificados.

A diferença já é percebida por alguns moradores, como Ana Brahuma, que mora no bairro desde que nasceu. Ela conta que a polícia comunitária mudou o dia-a-dia dos moradores do bairro, que estão mais unidos e próximos da segurança pública. “Hoje podemos ver mais as pessoas nas ruas do bairro. Sete da noite tem mãe com criança de patinete, cachorro, todos saindo para ir à praça”, comenta.

O modelo de polícia comunitária, para a moradora é literalmente a polícia próxima das pessoas que vivem naquele lugar. “Acho perfeito porque a partir do momento em que começamos a trabalhar, há quatro anos, viemos que as respostas são imediatas. Agora tudo que a gente quer resolver com eles, já liga”, diz sobre o canal direto com os policiais.

Assim como a empresária, o servidor público Ivan Costa acredita que este modelo de atuação ajuda a desmistificar a ideia de que os maiores problemas de segurança estão relacionados à polícia. “A PM é muito cobrada no cenário atual de violência e aqui ficou bem claro, de forma pedagógica, que os maiores problemas não estão relacionados à PM”, analisa.

Ivan, também morador da Cidade Velha e presidente do Observatório Social de Belém, conta que a população fez um pacto com a PM com 20 ações de co-responsabilidade e apenas quatro delas são de atribuição dos militares. “As demais situações identificadas, como crianças em situação de vulnerabilidade, problemas com iluminação pública, ocupação irregular do espaço urbano, lixo, imóveis abandonados, ficou como responsabilidade da comunidade buscá-las junto aos órgãos competentes”, afirmou.

Além de apresentar números oficiais da criminalidade em reuniões periódicas com a população, a diretoria de Polícia Comunitária desenvolveu uma espécie de metodologia de atuação, que envolve ainda um modo de atuação e esse momento e um dos pontos. Para chegar a essa metodologia, foram definidos os assuntos que seriam discutidos, a maneira de abordar cada situação, as pessoas ou entidades que podem estar presentes nessas reuniões.

“Em reuniões como essa, ocorrências que muitas vezes não chegavam à polícia hoje tem como chegar. É possível planejar as nossas ações dentro do bairro que estamos atuando. Com a ajuda da realidade daquele bairro e em conjunto, com números e orientações”, finaliza Ivan. 

A ideia de compartilhar as decisões, por exemplo, é um diferencial da polícia comunitária. “O próprio espaço usado foi algo discutido com a comunidade, que se dispôs a encontrar o local para os encontros. Temos também a utilização de redes sociais, comunicação entre a comunidade e a polícia, um canal direto que facilita muito a aproximação entre o órgão e a população. Isso ajuda na atuação rápida de repressão – quando ocorre o crime, eles são identificados e passados para a polícia solucionar o problema – e prevenção, quando a comunidade se torna os olhos da polícia nesse bairro”, explica o coronel Carlos Emílio.

Descentralização

A ideia de sair dos batalhões funciona bem, segundo o coronel. Se não tiver um espaço específico no bairro, as reuniões ocorrem nos postos da PM, centros comunitários ou espaços comuns a todos. O efetivo é treinado para atuar de maneira adequada à cada situação. Alguns desses policiais, inclusive, tiveram a oportunidade de fazer um curso preparatório de polícia comunitária no Japão, referência no assunto há 200 anos, segundo Carlos Emílio.

“O estado do Pará tem um convênio com o Ministério da Segurança Pública, que tem um convênio com o governo japonês, então foi possível proporcionar a policiais que se destacam ou que têm atividades nesse ramo a fazer o curso. Eles viram na prática como o Japão executa e trouxeram isso para cá. Há seis anos o estado mantém esse convênio e seis policiais já tiveram essa oportunidade”, pontua.

Em cada bairro, os moradores recebem orientações sobre segurança preventiva e fazem parte da rede de comunicação que envolve grupos de um aplicativo de mensagens instantâneas também, onde a demanda da população é repassada diretamente à polícia. Isso contribui com o trabalho da polícia de mapeamento dos lugares com maior incidência de crimes ou os que podem a vir se tornar uma área perigosa.

“Além disso, tem a visita comunitária de segurança com pessoas que já sofreram algum tipo de violência. Os policiais verificam o que aconteceu e levantam informações dadas anteriormente. É importante o cidadão sentir a necessidade dele atendida”, conclui. 

A polícia também passou a ser fazer mais presente nas escolas. “Hoje o carro chefe é o colégio militar. Em Belém trabalhamos no colégio do bairro da Brasília, em Outeiro, já temos nos municípios de Marabá, Santarém e Paragominas. Fazemos um trabalho nos colégios municipais em que a polícia entra como uma supervisão militar, levando para dentro do colégio aquelas questões cívicas, disciplina, comportamento e também de segurança. Em Marabá, já são 20 mil pessoas beneficiadas”, conclui.