Alunos da classe hospitalar do Oncológico Infantil voltam às aulas
O projeto garante o direito e o acesso à continuidade dos estudos para crianças que estejam internadas em tratamento de saúde por tempo prolongado, em hospitais da rede pública de saúde do Estado
A volta às aulas da Classe Hospitalar Prof. Roberto França, do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL), em Belém, foi marcada pela busca de conhecimento sobre a Amazônia. Os alunos foram recebidos pela equipe da classe hospitalar e por agentes do Batalhão de Polícia Ambiental da PM (BPA), que levaram representações da fauna e flora brasileira, atentando para a importância da preservação.
A cada descoberta, mais os olhos do Lucas Gabriel, de 15 anos, brilhavam. "Eu descobri várias coisas aqui. A coruja, por exemplo, é uma caçadora ágil e silenciosa. Antes dessa aula, eu pensei que fosse o falcão, mas não. Foi inesperado pra mim. Eu acho muito legal aprender sobre a nossa floresta e tudo mais", disse o jovem que passa por tratamento de leucemia no Oncológico Infantil.
A mãe do Lucas, dona Maria Donete, conta que é natural do município de Marabá, mas está temporariamente em Belém para o tratamento do filho. "Para mim é muito importante ele está seguindo o tratamento de saúde, mas segue estudante, ocupando sua mente. Logo no início do tratamento, ele atrasou muito, mas conseguimos recuperar graças ao desempenho de toda a equipe", enfatizou a dona de casa.
O projeto Classe Hospitalar é uma parceria de várias unidades de saúde com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O projeto garante o direito e o acesso à continuidade dos estudos para crianças que estejam internadas em tratamentos de saúde por tempo prolongado, em hospitais da rede pública de saúde do Estado. "Aqui nós temos uma sala de aula dentro do hospital para utilização desses pacientes. Aqui temos todo um planejamento, baseado nas normas da BNCC", disse Elvira do Santos, professora da unidade.
"Nosso objetivo é deixar o tratamento dessas crianças mais leve, trazendo qualidade de vida para o nosso paciente. Nosso objetivo é deixar esse ambiente mais lúdico, com muita cor e carinho", disse a coordenadora de educação permanente e humanização do HOIOL, Natacha Cardoso.
A Evilly Maitê é mãe da pequena Rebeca Vitória, que segue em tratamento de leucemia na unidade. A responsável diz que está muito feliz ao ver sua filha bem assistida. "É muito importante, pois ela acaba aprendendo mais. Tinham coisas que ela não sabia. Ela perguntou bastante sobre os animais, além de ter essas explicações sobre mitos, por exemplo. Aqui temos todos esses suportes, que nos enche de orguhlo", pontuou.
Como forma de preservação da natureza, O BPA segue levando orientações à população sobre os cuidados com os animais silvestres. "Aqui nós fazemos o trabalho de conscientização, relevando a importância de conscientizar as crianças que estão em um processo de aprendizado. Trouxemos aqui animais empalhados, mostrando a importância deles para a natureza. A gente explica para as crianças que, muitas das vezes, só enxerga os animais de forma superficial, mas aqui, não", disse o Subtenente Rocha.
A preservação da natureza está em evidência mundial, e nada melhor que orientar quem ainda está dando os primeiros passos na educação infantil, relata a professora Elizabete Pires. "Nós já estamos desenvolvendo um trabalho relacionado à cultura amazônica e aos nossos povos tradicionais. Nós também dependemos dessa harmonia que dependemos. Não é só falar da fauna e flora, é fazer com que eles tenham uma visão crítica da real situação do nosso planeta", finalizou.