Assistência religiosa é oferecida no Hospital Galileu, na Grande Belém
Além da Palavra, os grupos, de todas as crenças e religiões, também oferecem serviços para aumentar a autoestima dos usuários
A relação entre a religiosidade/espiritualidade e a saúde física e mental, se torna cada vez mais importante para pacientes internados. A recomendação já foi feita, inclusive, na Lei 9.982, a qual prevê que os religiosos de todas as confissões tenham o acesso aos hospitais da rede pública ou privada, para dar atendimento religioso aos pacientes, desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares - no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.
Como forma de garantir a assistência religiosa de seus usuários, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, promove, semanalmente, ações com louvores e a ministração de palavras de fé e de esperança aos seus usuários. As programações podem ser feitas com todas as confissões religiosas em igualdade de condições, viabilizando o acesso dos pastores, padres, sacerdotes, médiuns e outros representantes religiosos escolhidos pelo paciente ou por seus familiares.
Experiência - O aposentado Betinho Nascimento dos Santos, de 64 anos, precisou tratar alguns ferimentos após se envolver em um desentendimento familiar, e foi encaminhado ao Hospital Galileu, onde está há quase um mês. “Durante esse período de internação a gente para e reflete sobre a vida. E, quando a gente participa de uma oração, de qualquer ato de fé, a gente se torna mais forte”, disse o paciente.
Betinho foi contemplado em roda de religiosos que pregam palavras de fé e de devoção a Deus. “Passei por uma cirurgia e por uma situação complicada na vida, e aqui no hospital, com a visita religiosa, fiquei confortado e otimista para dias melhores”, disse.
Quem também aprovou a experiência, foi o filho de Betinho, o Betinho Júnior. “Foi algo tremendo aqui dentro do hospital. Algo espetacular. As pessoas que vieram trouxeram uma palavra de amor, de fé e conforto para as nossas almas. Isso é muito importante para quem está aqui. É um fortalecimento”, parabenizou.
O mototaxista de aplicativo, Weliton Douglas, 27 anos, sofreu um acidente de moto e teve seu braço esquerdo fraturado. Seu tratamento está acontecendo no Hospital Galileu, onde ele passa por cirurgia e fisioterapia. “Receber uma visita religiosa é sempre muito bom. A visita traz paz neste momento em que estamos fragilizados. Falar da palavra de Deus é sempre uma coisa boa, pois Ele é provedor de tudo”, declarou.
Visitas
A unidade atende a todos os credos e religiões. “Os grupos interessados vêm aqui conosco e agendamos a visita. Recebemos a Igreja Católica, a Evangélica, o Espiritismo, a Umbanda. Todas as crenças e linhas espirituais. Respeitamos e acolhemos todos de igual maneira”, explicou a coordenadora de Humanização Anny Segovia. As reuniões acontecem em diversos espaços da unidade, onde vai desde o hall do Hospital, até os leitos de enfermarias.
“Avisamos os pacientes que naquele dia iremos receber a visita de um grupo, dizemos a denominação, ou menos, tem alguns atos que são ecumênicos e, o paciente que se interessar, acompanha a programação”, detalhou Anny. O usuário que não pode se locomover, também pode solicitar à equipe de humanização, a visita em seu leito.
Serviços - Além das pregações, alguns grupos atuam com louvores, encenações teatrais e, ainda, com a distribuição de material de higiene pessoal, de sandálias e com serviços como cortes de cabelo, limpeza de pele, massagem e design de sobrancelhas.
“Os grupos religiosos que atuam nas unidades de saúde, levam muito além de palavras de fé aos enfermos e aos usuários no geral. Percebemos, a prestação de um serviço que trabalha com a autoestima e com o conforto mental e psíquico dos pacientes e de seus acompanhantes. As visitas cumprem um papel social também muito relevante na recuperação das pessoas que por algum motivo estão em um hospital. Para os profissionais da saúde, essas visitas, também, são reconfortantes e inspiradoras”, frisou Liliam Gomes, diretora Executiva do Hospital Galileu.
O HPEG fica na avenida Mário Covas, na Grande Belém. Ele é retaguarda para pacientes com traumas e referência nos atendimentos de reconstrução de alongamento ósseo.
A unidade se destaca por trabalhar em ações relacionadas à segurança viária, para a redução de acidentes e mortes nas vias públicas, já que estas são as principais causas que levam às internações de seus pacientes.