Estudantes do Pará participam da abertura dos Jogos Escolares da Juventude
A delegação do Pará, composta por 160 pessoas, participou nesta quinta-feira, 16, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, da cerimônia de abertura dos Jogos Escolares da Juventude (JEJ) que ocorrerão até o dia 25. A delegação tem 134 atletas, técnicos, médico e chefe de delegação, entre outros profissionais.
Os estudantes paraenses competirão na categoria “B” (de 15 a 17 anos) nas modalidades individuais (judô, badminton, tênis de mesa, atletismo, natação, ciclismo e luta olímpica) e nas modalidades coletivas (vôlei, basquete, handebol e futsal). Para chegarem à etapa nacional, os atletas paraenses passaram pelas etapas municipais, regional e estadual dos Jogos Estudantis Paraenses (JEPs), organizados pelo Núcleo de Esporte e Lazer da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Os Jogos Escolares da Juventude formam a maior competição estudantil do Brasil, reunindo cerca de quatro mil alunos-atletas dos 26 estados da federação e Distrito Federal. O evento foi criado em 2005 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e conta com o apoio do Ministério do Esporte.
Vencendo desafios e realizando sonhos
Muitos atletas vislumbram na competição uma grande oportunidade para seguir profissionalmente no esporte, uma vez que o evento é um celeiro de novos atletas que, caso se destaquem nos jogos, formarão a base do Brasil para as próximas Olimpíadas. E este é o sonho da maioria dos atletas e também dos estudantes paraenses.
Julliana Gonçalves, que cursa o 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dom Pedro I, sonha em representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, na ginástica rítmica. A estudante, em 2016, foi convocada para a Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica para um período de treinamento em Aracaju (SE) e está se preparando para voltar no próximo ano.
“Estou treinando todos os dias, só penso em dar o meu melhor, tanto nos Jogos Escolares da Juventude, quanto para a seletiva da Seleção Brasileira, que acontecerá no próximo ano. Nos três meses de treinamento que passei em Aracaju consegui adquirir muita experiência e todos os ensinamentos estão me ajudando muito nesta nova etapa e na realização do meu sonho, que é competir nas Olimpíadas de Tóquio”, destacou a atleta, que já treina há quatro anos e está em Brasília para representar mais uma vez o Pará.
Para a estudante Allany Soeiro, do Ensino Médio da Escola Estadual coronel Pinheiro Júnior, do município de Tracuateua, o esporte tem um espaço bem especial em sua vida. A atleta de Xadrez contou que a prática esportiva ajudou a se livrar de comportamentos inadequados e que atrapalhavam a sua vida em sociedade, ela era muito antissocial, não tinha amigos e não conseguia se encaixar em nenhum esporte.
“Estou muito feliz por tudo, mas essa classificação para a etapa nacional tem um significado muito importante na minha vida. No momento que mais precisei, com dúvidas e querendo melhorar, o xadrez me ajudou, ergueu e mostrou novas possibilidades, o esporte, sem dúvida, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, declarou Allany, que sonha em ser professora de Ciências Naturais e desenvolver na escola, na qual trabalhar o Xadrez Escolar.
Jogos Estudantis Paraenses
Os Jogos Estudantis Paraenses (JEPs), que antecedem a etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, contam com a participação de mais de 26 mil alunos-atletas de 138 escolas do estado do Pará, todos os anos, envolvendo seletivas municipais, regionais e estadual. A competição é organizada pelo Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com as entidades educacionais, desportivas e prefeituras.
Os JEPs são os sucessores dos Jogos Paraenses Ginásio-Colegiais, instituídos em 1958, pela Sociedade Civil de Agronomia e Veterinária do Pará e oficializados pelo decreto nº 4.444, de 24 de agosto de 1964, sendo o segundo campeonato mais antigo do Brasil. Em 2018, a competição comemora a edição de número 60, são seis décadas que já contribuíram para mudar a vida de muitas pessoas que seguiram no esporte e encontraram nele novos horizontes.
De acordo com a professora Ana Glória Guerreiro, coordenadora do NEL, a competição já faz parte da história do Estado, integra a educação e já contribuiu para levar informação, lazer e cidadania a milhares de estudantes e professores. “Ele cumpriu ao longo de todos esses anos cada um dos objetivos para os quais foi criado, promovendo a prática desportiva nas escolas, revelando novos talentos e solidificando novos valores no cenário desportivo educacional”. A professora também comenta que os jogos “contribuem para a integração entre os estudantes, exercício da cidadania e para a mobilização na comunidade escolar sobre a importância da prática de atividades esportivas”.