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Governo do Estado recomenda uso responsável de medicamentos e psicoterapia para transtornos mentais

A OMS informa que, somente no primeiro ano da pandemia de Covid-19, casos de depressão e ansiedade aumentaram em mais de 25%. A comercialização de antidepressivos também cresceu.

Por Giovanna Abreu (SECOM)
28/01/2023 12h44

A busca de remédios sem acompanhamento médico ou o uso da medicação como única forma de tratamento para transtornos mentais, como depressão e ansiedade sem a prática de outras recomendações como psicoterapia e atividade física, estão entre os principais alertas do Governo do Estado. O cuidado integral com a saúde mental é o foco da campanha ‘Janeiro Branco’. No Pará, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) é referência no tratamento de psiquiatria. 

A comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor apresentou crescimento no Brasil de cerca de 58% entre os anos de 2017 e 2021, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia. Segundo a Anvisa, entre 2019 e 2021, as vendas de medicamentos hipnóticos para insônia, como o Zolpidem, cresceram 73% para a versão de 5mg. O aumento do uso dessas medicações acende um alerta sobre os cuidados com a saúde mental, sobretudo, desde 2020. A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que somente no primeiro ano da pandemia de Covid-19 casos de depressão e ansiedade aumentaram em mais de 25% entre crianças, adultos e idosos em todo o planeta.

“Os hipnóticos são psicofármacos com uso restrito a casos específicos. Existe a possibilidade de desenvolver dependência destes medicamentos, com necessidade de doses progressivamente maiores caso sejam usados sem indicação e, principalmente, sem o tratamento concomitante da causa de base da insônia (sua principal indicação). Outro efeito colateral possível, mais frequente no caso do uso incorreto, é o esquecimento de ações realizadas após sua tomada à noite, bem como a possibilidade de quadros de desorientação e agitação importantes”, alerta o psiquiatra do Hospital de Clínicas, Dirceu Rigoni.

O médico reforça que nem todos os transtornos mentais têm indicação do uso de um antidepressivo. "Mesmo nos casos em que haja a possibilidade de tratamento com antidepressivos, nos casos clássicos de ansiedade e depressão, há a possibilidade, dependendo da gravidade e dos sintomas do paciente, de ser tratado sem a medicação, com medidas como psicoterapia, terapia ocupacional, mudanças dos hábitos de vida, a exemplo do controle da alimentação, da realização de atividade física, evitando o estresse excessivo e dormindo adequadamente. Os casos que precisam da medicação não excluem a necessidade destas outras medidas”, pontua Dirceu Rigoni.

O profissional alerta sobre a importância do paciente ter acompanhamento médico, principalmente, de um psiquiatra, que avalie adequadamente cada caso para estabelecer o diagnóstico correto (ou ao menos as hipóteses iniciais corretas), tendo em vista que o tratamento equivocado pode agravar o quadro. 

“É fundamental ter esse acompanhamento também por conta dos possíveis efeitos colaterais, com ajustes de doses para evitar novas crises, ajustes de doses quando o paciente já está estável e talvez não precise mais do mesmo número/quantidade de medicações. E para quando houver a possibilidade, suspender gradativamente e com segurança o uso das medicações com as orientações adequadas para que o paciente tenha sua alta do serviço”, informa o psiquiatra. 

Serviço: A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna é uma unidade estadual de saúde com atendimento gratuito e de referência nas áreas de Cardiologia, Psiquiatria e Nefrologia. A unidade hospitalar está localizada na Travessa Alferes Costa, nº 2000, Bairro da Pedreira.