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Custodiados do CTM II concluem curso de marcenaria

A formação profissional é um dos caminhos para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade promovida pela SEAP e gera qualificação profissional para inserção no mercado de trabalho

Por Governo do Pará (SECOM)
26/01/2023 22h12

“A educação muda vidas. A reinserção funciona muito melhor com a educação e a educação pode reinserir todos nós à sociedade”. A frase foi dita pelo interno W.Barbosa, de 34 anos, do Centro de Triagem Metropolitana II, localizado no município de Ananindeua, pertencente à Região Metropolitana de Belém, durante a certificação dos 30 custodiados concluintes do curso de marcenaria.

E é nesse foco da ressocialização, aliada à educação, que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) segue ofertando oportunidades de formação profissional de Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs). Hoje, foi a vez dos 30 alunos do curso de Marcenaria do CTM II receberem os seus certificados após as 160 horas de aulas ministradas pelo Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI).

Welson Correa, gerente da unidade Getúlio Vargas do Senai, em Belém, destaca que a parceria SEAP e SENAI tem o propósito de oportunizar aos PPLs uma formação profissional, e a partir dessa capacitação, ao saírem da unidade, terem a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.

Corrêa destaca que a certificação do Senai é conhecida nacionalmente e internacionalmente. Um certificado desses, diz ele, é uma conquista, “tem de ser merecedor de uma certificação dessas”. Welson acrescenta que ao receber um certificado da instituição com 75 de história, significa que o aluno teve méritos para recebê-lo, diante disso, chegando a qualquer empresa, no mercado de trabalho, ele contará “com esse peso” que é o certificado do Senai.

“Nós estamos fazendo esse trabalho em várias unidades, justamente com vários cursos diferenciados, pois os cursos que o Senai oferece são, na parte teórica e prática, uma formação de excelência. Saem com um certificado que tem uma aceitação muito grande no mercado nacional. Essa oportunidade é muito importante para que essas pessoas possam entrar no mercado de trabalho”, assegura Welson.

A coordenadora de educação prisional da SEAP, Patrícia Sales, lembra que os cursos do Senai e demais cursos ofertados pela secretaria, possuem geralmente um custo elevado, sendo que muitos custodiados não teriam condições financeiras de cursar mesmo em liberdade. O de marcenaria é um deles. Ela explica que além de ofertar os cursos, há a preocupação em oferecer aqueles que possuem uma demanda maior para o mercado de trabalho.

“É um curso caro, muito procurado, e a marcenaria hoje está em alta. Muitos designers estão utilizando madeira na confecção de peças, utilizando conjuntamente com metal e vidro, então há uma procura muito grande por esse tipo de trabalho”, garante a coordenadora.

Diante da procura por oportunidades, Patrícia Sales certifica que a SEAP já está com o cronograma de novos cursos para 2023 e que devem iniciar já a partir de fevereiro. “Estamos fechando as parcerias com o ‘Sistema S’ para definir quais serão os cursos e as datas de cada um”, garantiu a coordenadora.

Tranquilidade – A diretora do CTM II, Ruth Benassuly, garante que a oferta dos cursos e estudos aos custodiados também gera outro efeito bastante positivo, o distensionamento do cárcere. Para ela, as oportunidades de qualificação representam muito mais que apenas a remissão de penas, onde três dias trabalhados reduz um dia na pena do PPL.

“No momento que saem para trabalhar, que são oito horas de trabalho, oito horas no curso, quando retornam, retornam já cansados, para descansar, mais relaxados. Passar o dia todo dentro do cárcere causa uma tensão, a convivência entre eles causa todo um estresse, então o estudo, os cursos, a saída para o trabalho, essa comunicação com o mundo externo através do professor, do conhecimento, distensiona o cárcere”, defende a diretora.

R. C. F., de 55 anos, trabalha no ramo da marcenaria desde os 14 anos de idade e é proprietário de uma marcenaria no município de Abaetetuba, no nordeste paraense, distante 102 quilômetros de Belém. Ele conta que já possui curso de marcenaria, mas aproveitou a oportunidade dada para reciclar os conhecimentos e ajudar na remissão de pena. 

“Gostei muito do fato da casa (penal) e a SEAP e o Senai terem oferecido para nós esse curso. E espero em Deus que venham mais cursos pra nós porque ajuda a gente ganhar a liberdade mais rápido. A cada curso que a gente ganha aqui, é mais um passo que a gente dá para a liberdade e a nossa ressocialização”, afirma o interno.

Quem também agradeceu e aprovou a oportunidade de formação profissional, foi W. B, de 35 anos. Ele acredita que a educação e a formação são o melhor caminho para a ressocialização e futura reinserção na sociedade.

“Achei muito bom porque isso serve para nossa regeneração,

nós, como pessoas privadas de liberdade, temos de agradecer a todos pela oportunidade dada a nós. Foi a primeira formação que eu tive e pretendo fazer outros cursos e também concluir o ensino médio, estudar e progredir como pessoa daqui pra frente”, concluiu o custodiado.

Texto: Márcio Sousa/NCS SEAP