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"Leitômetro" estimula doação de leite humano no Hospital Materno Infantil de Barcarena

Objetivo é sensibilizar mulheres que amamentam a se tornarem doadoras para suprir a demanda e aumentar os estoques de leite humano do HMIB

Por Governo do Pará (SECOM)
26/01/2023 13h00

Carinhas de alegria e de tristeza marcam o termômetro das emoções que medem a quantidade de um alimento precioso para a vida de bebês prematuros ou não, o leite materno. A iniciativa, cercada de amor e de generosidade, foi uma forma encontrada pelos profissionais do Hospital Materno Infantil de Barcarena – Dra. Anna Turan (HMIB), do Baixo-Tocantins, para a arrecadação de leite humano, a ser doado para os recém-nascidos da unidade e/ou da região, aos quais as mães encontram alguma barreira para a amamentação.  

Como forma de despertar a curiosidade e aumentar a doação para o banco de leite humano do HMIB, o Projeto "Leitômetro" trouxe resultados extraordinários. Em dois meses consecutivos, a iniciativa fez com que a arrecadação do alimento ultrapassasse a meta estabelecida, deixando, assim, o marcador do termômetro das emoções sorrindo.

“Nossa meta era de 7 litros mensais. E, inicialmente, tivemos muitas dificuldades. Foi então, que, para despertar a curiosidade e medir esse esforço de todos, criamos o 'Leitômetro', que funciona como um termômetro marcando a quantidade de leite doado por mês, sendo medido através de reações de felicidade e de tristeza”, explicou Thamires Magno, nutricionista do HMIB.  

Com o projeto, a arrecadação de leite ganhou um aliado que se tornou indispensável no processo. “Fizemos uma parceria com o Corpo de Bombeiros. Assim, conseguimos atingir essa meta de doação por 2 meses em seguidos. Em novembro de 2022, recebemos o total de 23 litros. Já em dezembro, ultrapassamos 15 litros. Por conta disso, em janeiro deste ano, aumentamos a meta de doação para no mínimo 10 litros de leite doados por mês”, detalhou Thamires.

Doação -  A mãe de Bernardo, de 8 meses, Criscya Tavares, de 31 anos, é uma das doadoras. Para ela, a iniciativa, além de ajudar a levar mais saúde aos bebês da região, também é uma maneira de aliviar os incômodos pelo excesso de produção de leite.

“Depois que eu tive meu filho no Materno-Infantil, voltamos para consulta, e participei de uma palestra sobre a doação de leite. Neste dia, estava sentindo muito desconforto nas minhas mamas, então, procurei o banco de leite para fazer essa doação e fui muito bem atendida pela equipe”, contou.  

Neste momento, a autônoma foi convidada pela equipe para ser doadora domiciliar. “Eu aceitei fazer parte desse projeto tão bonito, para que mais vidas pudessem ser alcançadas e usufruir dos benefícios que o leite materno traz para os nossos bebês. Agradeço a toda a equipe técnica do hospital e aos bombeiros que passam em casa semanalmente recolhendo o leite”, agradeceu Crisya.

Solidariedade - Por outro lado, quem recebe o alimento, jamais esquece desse ato de amor e solidariedade, como é o caso de Nayana Silva Rodrigues, de 22 anos. Mãe do pequeno Kauê, que com 19 dias de vida está pesando 1.255kg, ela estava angustiada com a pouca produção que teve.

“No primeiro momento fiquei assustada e preocupada, já que não sabia que o leite do banco era pasteurizado. Na minha cabeça, meu filho poderia adquirir alguma infecção através do alimento doado. Após a conversa com a médica e com a equipe, esclareci as dúvidas e confio na segurança desse leite. Tenho uma gratidão sem tamanho por essa doação, pois minha produção baixa, não me permite alimentar meu próprio filho”, comentou. 

Quem também agradece a iniciativa é Andriele Pinheiro, de 31 anos. A vinda prematura de sua filha, Jasmim Vitória, com 29 semanas, abalou as emoções da dona de casa, que não conseguiu produzir leite. “Tive um abalo emocional e por conta disso, meu seio não produziu. Foi então que recorremos ao banco de leite, pois com um mês, o peso dela é de 865 gramas. Me sinto grata por ter um banco que fornece leite humano para minha bebê”, destacou.

Banco de leite - O banco de leite humano do HMIB é o setor responsável pelo incentivo do aleitamento materno e amparo para aquelas que não conseguem amamentar no primeiro momento. “Qualquer lactente ou puérpera, não reagente a nenhuma sorologia, pode ser doadora. Essa doação é benéfica, pois funciona como estímulo na manutenção da produção de leite e previne a ocorrência de infecções, como mastite”, observou a nutricionista.

No "Leitômetro", o Corpo de Bombeiros, através do projeto Bombeiros da Vida, atua como braço direito da manutenção do banco de leite. É a corporação que realiza as visitas domiciliares às mães, faz palestras, dá orientações e também é responsável pela entrega de kits de ordenha, evitando que as doadoras necessitem se deslocar até a unidade para a doação.  

Segurança - O leite doado é recebido e processado dentro do banco de leite humano, onde passa por análises bioquímicas e microbiológicas para saber se está apto ou não para o consumo. Após as análises, o leite passa pelo processo de pasteurização e resfriamento, o que garante a eliminação de qualquer agente microbiológico.

“Após esse processamento, o leite é estocado em freezer de congelamento e fica disponível para a prescrição e consumo de bebês, prematuros ou não, nascidos na unidade, que por ventura não possam ser amamentados pelas mães”, completou Thamires Magno.

Serviço: Para o diretor executivo do HMIB, Flávio Marconsini, o banco de leite é um serviço da unidade que vem complementar a assistência mãe-bebê.

“Com o projeto 'Leitômetro', nosso objetivo é sensibilizar mulheres em fase de amamentação a se tornarem doadoras para suprir a demanda e aumentar os estoques de leite humano da unidade. Assim, substituímos as fórmulas e passamos a disponibilizar aos nossos recém-nascidos o leite humano que é capaz de reduzir a mortalidade de bebês prematuros, sobretudo, os que estão em unidades de terapia e cuidados intensivos”, frisou.

O HMIB é uma unidade 100% gratuita, do Governo do Estado do Pará, operacionalizado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), através de um contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). 

Distante a 114 km de Belém, o HMIB é referência de média e alta complexidade de mãe e bebês em 11 municípios do Baixo Tocantins: Abaetetuba, Barcarena, Igarapé-Miri, Moju, Baião, Cametá, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Acará, Ponta de Pedras e Oeiras do Pará.

Texto: Roberta Paraense/Ascom HMIB