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Ação integrada garante auxílio a famílias desabrigadas por incêndio no Guamá

Por Redação - Agência PA (SECOM)
01/06/2018 00h00

Atualizada às 15h15 

Famílias que viviam em 15 residências atingidas pelo incêndio ocorrido na noite da última quinta-feira, 31, na passagem Serrão de Castro, próximo à avenida José Bonifácio, no bairro do Guamá, estão recebendo o auxílio de uma força-tarefa composta por órgãos do governo do Estado e da Prefeitura de Belém.

Ao todo, 107 pessoas estão sendo acompanhadas e cadastradas por técnicos da Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab), Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e Fundação Pro Paz, com apoio da Defesa Civil Municipal e Estadual e da Fundação Papa João XXVIII (Funpapa). Polícia Militar, Departamento de Trânsito Estadual (Detran), Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e Guarda Municipal também dão apoio às ações no local.

Um posto de atendimento foi montado na Estação Cidadania do Guamá, onde as equipes verificam quais documentos dos moradores foram perdidos no incêndio e que serão necessários para a emissão do Cheque Moradia e outros auxílios.

“Toda e qualquer movimentação precisa de documento, então vamos verificar quem precisa de segunda via para a concessão do benefício eventual, que tem o valor de um salário mínimo por três meses. Também a partir de segunda, a Cohab começa a emissão do Cheque Moradia”, afirmou o secretário da Seaster, Heitor Pinheiro.

Também foi montado um posto de recolhimento de doações para as famílias que ficaram desabrigadas na Arena Point Gol, localizada na Avenida José Bonifácio, nº 2.721, em frente ao local onde ocorreu o incêndio. E a partir de segunda-feira, 4, a Defesa Civil Municipal estará recebendo doações na Travessa Campos Sales, 33 (entre 15 de Novembro e Castilhos França).

A Seaster, que também está fazendo o cadastramento de pessoas que queiram emitir novas vias de documento, funciona na avenida José Malcher 1018, nos altos da panificadora Metrópole.

Assistência - O chefe de operações da Defesa Civil do Estado, major Thiago Carvalho, explica como funciona o trabalho do órgão. “Temos ações de resposta em três momentos: socorro, que foi feito ontem; assistência às vítimas e restabelecimento dos serviços essenciais, por meio do cheque moradia e do benefício eventual. Esse é um processo iniciado pela Defesa Civil municipal. Ou ela decreta situação de emergência para solicitar apoio do estado, ou ela vai registrar a ocorrência se tiver condições de atender. Mas, independentemente da solicitação do município, o Estado já está atuando com a avaliação dos locais para identificar os benefícios que estão disponíveis para essas famílias afetadas”, pontuou. 

Uma força-tarefa foi montada para atender de forma imediata as necessidades das famílias prejudicadas com o incêndio. A Cohab afirma que irá atuar juntamente aos órgãos da Defesa Civil para identificar os moradores de cada residência destruída e depois de avaliação do terreno e de posse da documentação providenciada pela Seaster, será dada entrada no benefício do cheque moradia.

“A gente denomina essa como uma situação de sinistro, que é quando o cheque moradia tem a abertura de ser viabilizado de maneira muito rápida. O governador orientou para que a atenção a essas famílias fosse imediata. Então é só o tempo de fazer o levantamento de terreno, tamanho de área, e ainda essa semana queremos ter o retorno disso”, disse Ellen Guedes, diretora do programa Cheque Moradia, da Cohab.  

Trabalho - Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o trabalho no local do incêndio. Doze viaturas foram deslocadas ontem a noite, por volta de 19h40, quando iniciou o fogo. Na manhã desta sexta-feira, 1, a perícia dos bombeiros iniciou o recolhimento de informações e levantamento das possíveis causas do incêndio. 

O laudo da perícia deve ficar pronto em cerca de 30 dias. Segundo o capitão Israel Souza, que estava no local na manhã desta sexta à frente do levantamento, os bombeiros não têm informação sobre a causa oficial, mas moradores afirmam que um curto-circuito em um ventilador de uma moradora que não estava em casa teria iniciado o fogo. 

“Agora nós fazemos a verificação da dinâmica do incêndio. A avaliação do que o incêndio em si trouxe de perda. Por enquanto, a gente recebe todas as demandas, informações, e faz o serviço de perícia mais complexo, por meio das informações colhidas e filtradas, para comparar com o que encontramos de vestígio e que tenha proximidade com o incêndio em si, e ver se é harmônico com o que vamos encontrando. A maioria das casas teve perda total”, detalhou.

Ainda de acordo com o militar, todas as informações são válidas, mas tudo é feito a partir de um comportamento técnico. 

Sobre a fumaça observada no local, o capitão afirma que é resultante do processo de resfriamento, e diz que não há risco de incêndio e desabamento iminente.

Arinaldo Ribeiro Ferreira, de 53 anos, morava em uma das casas que foram completamente destruídas pelo fogo. Ele, a esposa, três filhos e um neto ficaram desabrigados. “Tudo foi muito rápido, por volta de 19h. Acredito que foi uma tomada na casa da vizinha que estourou, pegou fogo na cortina. Como era feriado, muita gente estava passeando. O fogo se alastrou muito rápido. Consegui tirar minha família todinha, graças a Deus, mas perdi tudo. De hoje em diante não sei como vou fazer. Só não perdi a vontade de vencer de novo”, diz, emocionado, o técnico de refrigeração, que morava há 12 anos na passagem.

A dona de casa Maria do Socorro Ferreira, de 57 anos, também perdeu a casa no incêndio. Ela morava com quatro filhos no local e no momento do incidente estava sozinha com o cachorro. “Consegui salvar meu cachorro. Estou aqui há mais de 50 anos. Eu perdi tudo. Estou só com essa roupa do corpo. Agora é começar do zero”, lamenta. 

Óbito - Uma pessoa morreu no incêndio. O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves informa que, devido ao estado de carbonização em que se encontra o corpo, não será possível o reconhecimento facial da vítima. Sua identificação ocorrerá por meio da arcada dentária ou do exame de DNA.

Pedro Furtado do Espírito Santo tinha 58 anos e havia saído para trabalhar. Quando retornou o incêndio já havia iniciado. Ele teria entrado em casa para tentar retirar o filho, que possui uma deficiência em uma das pernas, mas acabou ficando preso no imóvel. “Ele acabou morrendo para salvar o filho. A gente aceita, mas não se conforma”, comentou a irmã da vítima, Maria Andrelina Furtado.

* Com informações Ascom CPC Renato Chaves