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SAÚDE PÚBLICA

Policlínica Lago de Tucuruí incentiva prevenção a infecções em pacientes renais

Unidade orienta os pacientes sobre cuidados que precisam ser mantidos em casa para evitar riscos de contaminação de cateter e fístula

Por Governo do Pará (SECOM)
17/01/2023 18h21

No Brasil, mais de 150 mil pessoas fazem diálise. São cerca de 850 milhões de cidadãos que sofrem de Doença Renal Crônica (DRC) no mundo, e mais de 10 milhões no País, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Com um índice cada vez maior de pacientes, aumentam proporcionalmente os casos de infecções por meio de fístulas arteriovenosas ou dos cateteres usados nas sessões de hemodiálise.

Ao priorizar o cuidado integral com esses pacientes, a Policlínica Lago de Tucuruí, no sudeste paraense, nesta semana lançou uma ação de prevenção e controle de infecção na Clínica de Hemodiálise da unidade, que tem a capacidade para 54 sessões diárias, funcionando de segunda a sábado.Profissionais da Policlínica orientam pacientes que fazem hemodiálise sobre cuidados diários nos acessos

O serviço 100% gratuito, ofertado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), esta desde setembro do ano passado preenchendo uma lacuna de anos, reivindicada por renais crônicos dos municípios de Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí, atendidos na unidade.

Cuidados - Além das medidas que devem ser adotadas rotineiramente, a ação também orienta quanto aos cuidados que devem ser tomados em casa por dialíticos. “Temos o objetivo de alcançar os colaboradores que circulam pelo setor, os pacientes e seus familiares. Dessa forma, fazemos as orientações durante as sessões de diálise, e entregamos cartilhas para que os pacientes mantenham cuidados integrais com as fístulas e cateteres, pois, uma vez expostos, podem ocasionar infecção, hematoma ou sangramento”, explicou a diretora Executiva da Poli Lago de Tucuruí, Louhanna Silva.

Lavar as mãos é fundamental entre pacientes e profissionaisO enfermeiro Yan Silva Moraes, que atende no Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde da Policlínica, infirmou que a ação enfatizou medidas a serem adotadas pelos profissionais. “Quanto aos colaboradores, falamos sobre as lavagens das mãos. Esta é uma medida implementada há séculos dentro dos cuidados de enfermagem, desde a Guerra da Crimeia, em 1853. Essa medida é reconhecida como mínima e eficaz pelo Ministério da Saúde e diversos órgãos relacionados à saúde”, ressaltou.

Pessoas com Doenças Renais Crônicas estão entre os grupos mais vulneráveis a diversas doenças por não produzirem hormônios renais e terem baixa imunidade. “Tudo isso é feito para preservar a vida do paciente. Eles mantêm uma imunidade deprimida. Sua saúde está debilitada, e tudo que possa ser realizado e implementado para sua segurança é fundamental para evitar infecções”, completou Yan Moraes.

Sintomas - A hemodiálise é uma terapia indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica grave. É recomendável fazer diálise quando a função renal cai para 15% ou menos. Os médicos também prescrevem a terapia quando há sintomas graves causados pela doença renal, como falta de ar, fadiga, cãibras musculares, náuseas ou vômitos.

A máquina recebe o sangue do paciente pelo acesso vascular (via cateter – que implica em maior risco de infecção – ou via fístula arteriovenosa). O sangue segue pela bomba até o dialisador, uma espécie de filtro. De forma simples, fístulas são as ligações diretas entre dois vasos componentes do sistema circulatório (arterial e venoso).

Experiência  - Após ter crises de pressão alta e anemia profunda, Cleidiane Silva dos Santos, 27 anos, moradora do município de Breu Branco, descobriu em 2021 que era renal crônica e precisava de hemodiálise. “Engravidei e perdi meu bebê. Fui levada para o Hospital Regional de Marabá, onde fizeram uma bateria de exames, e descobri que meu rim estava parando. Fiquei na UTI, e comecei a dialisar lá mesmo”, contou.

Desde então, ela mantém diversos cuidados com a saúde e a fístula. "Faço exercícios com peso, com bolinhas, faço compressa com água gelada nos dias de hemodiálise. No outro dia, faço compressa de água morna. E sempre fazendo a higienização do local, com água e sabão”, detalhou.

Cuidados com fistulas arteriovenosas

- Evitar pressões ou pancadas que favoreçam o aparecimento de hematomas. Eles prejudicam a circulação e podem contribuir para o não funcionamento do acesso.

- Manter o local de acesso venoso limpo, a fim de evitar infecções. Não é recomendado o uso do membro que tem fístula arteriovenosa para a coleta de sangue ou ainda para aferição de pressão arterial.

- Não dormir sobre o braço em que há fístula arteriovenosa.

- Fazer a higienização adequada do membro.

- Manter o curativo após a sessão de hemodiálise pelo tempo que for orientado pela equipe de enfermagem. (Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia).

Serviço: A Policlínica Lago de Tucuruí é uma unidade com todos os atendimentos gratuitos. Fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica. A Poli é administrada pelo Instituto de Saúde e Social da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Ascom/Policlínica