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Sandálias melhoram a locomoção e a autonomia de pacientes que têm diferença entre as pernas

Por Governo do Pará (SECOM)
27/12/2022 14h31

Eliel Martins, de 40 anos, teve a vida transformada após um acidente de moto ocorrido há dois meses, na cidade de Tomé-Açú, onde mora com a família. “Com o impacto, sofri uma fratura exposta na perna esquerda e acabei perdendo 4 centímetros do osso. É um trauma que levarei para o resto da vida”, contou o agricultor.

Assim como Eliel, vários outros pacientes atendidos pelo Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), localizado em Belém, passaram por histórias semelhantes. A partir disso, a unidade, que é referência em traumas e cirurgia de reconstrução e alongamento ósseo, produziu calçados ortopédicos, que auxiliarão no tratamento de pessoas que apresentam diferença no comprimento dos membros inferiores, que é o caso de Eliel.

As sandálias são produzidas por profissionais do setor de manutenção da unidade, após avaliação e liberação de médicos ortopedistas. “O paciente é avaliado pelo ortopedista e, conforme a necessidade, o profissional irá prescrever as medidas exatas que o solado da sandália deverá ter. Os materiais utilizados são de baixo custo, como EVA (produto emborrachado), cola adesiva, moldes de calçado, lixas, martelo de borracha e estilete”, detalhou Gil Gonçalves, responsável pela confecção dos calçados.

Os acessórios ortopédicos são ofertados de forma gratuita e têm colaborado na melhora da mobilidade desses pacientes. Para Jean Fábio, que também sofreu uma fratura exposta em uma das pernas, a adaptação com a sandália está sendo boa. “Eu fiquei com um encurtamento no osso da perna de 4 centímetros, por isso preciso desse calçado. Como já estou usando há algum tempo, não preciso mais de muleta para andar. Estou muito feliz”.

Confecção – Cada calçado ortopédico é feito sob medida para o paciente após a avaliação do médico, que identifica a diferença do tamanho do solado entre as pernas. “É um tratamento necessário para pacientes que apresentam uma diferença entre os membros inferiores acima de um centímetro. Por conta disso, ele precisará de uma compensação para que o desnível da pélvis não cause escoliose ou artrose, doenças que geram fortes dores ao paciente e pioras em processos inflamatórios, explica o ortopedista geral do HPEG, Marcus Pretti.

“A importância do sapato é justamente manter uma pisada ideal, para que não gere complicações. Por isso, a equipe multiprofissional e o ortopedista irão realizar um exame físico para detectar o tamanho praticamente exato da diferença. Após, o médico irá prescrever a receita contendo as medidas e encaminhará ao setor de manutenção do Hospital Galileu”, finaliza o médico.

Humanização – A produção de calçados ortopédicos contempla o quadro de projetos e iniciativas do Hospital Galileu, e que tem como objetivo principal oferecer qualidade de vida aos pacientes. “Por sermos referência em reconstrução e alongamento ósseo, é fundamental que possamos disponibilizar um tratamento completo e assertivo aos usuários, garantindo segurança no processo de adaptação, conforto e mais independência nas atividades diárias, como locomoção, vestimenta e autocuidado”, é o que explica Liliam Gomes, diretora executiva do HPEG.

Perfil - A unidade, localizada na Avenida Mário Covas, é administrada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Hospital Galileu oferece em ortopedia, cirurgias em fraturas de baixa e média complexidade, exceto fraturas de fêmur, quadril, coluna e próteses. São realizados no HPGE procedimentos em fratura diafisária da tíbia, fratura distal do antebraço e mão, osteomielite crônica e aguda.

O Hospital Galileu dispõe de 104 leitos de internação e mantém o serviço de reconstrução e alongamento ósseo, cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.