Cooperativa de custodiadas do CRF produz figurino para Coral da Uepa
A iniciativa da Secult e Seap vai levar o trabalho das internas ao Preamar das Festas, no Theatro da Paz
As internas preparam com esmero a vestimenta dos coralistas da UepaA produção da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) segue acelerada para concluir as encomendas de Natal. As internas trabalham na confecção de figurinos para o encerramento das atividades culturais do “Projeto Sons de Liberdade”, executado pelas secretarias de Estado de Cultura (Secult) e de Administração Penitenciária (Seap).
Mais do que levar arte e cultura para dentro das unidades penitenciárias, o projeto possibilita a realização de oficinas de moda, visagismo e cenografia no complexo penitenciário de Ananindeua (Região Metropolitana de Belém).
“Todas as 23 mulheres da Coostafe participaram do projeto. Isso é fantástico, porque elas conseguem associar a questão do aprendizado com a reinserção social plena. Isso faz com que o produto que elas produzem seja apresentado tanto no Festival de Ópera, quanto no encerramento das atividades da Secult”, informou Gerson Santos, tutor da Coostafe e assessor de projetos da Seap.
Sob a orientação da professora e estilista Alcimara Braga, as custodiadas do Centro de Reeducação Feminino (CRF) produziram 22 capas para um grupo de coralistas da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que se apresentará no próximo dia 22 (quinta-feira), no Theatro da Paz, dentro da programação Preamar das Festas, da Secult.
Arte, cultura e trabalho mudam rotas de vida e alimentam sonhos em um cenário de liberdadeOportunidades - Presidente da cooperativa há seis anos, L.S., interna de 38 anos, disse que desenvolve um trabalho com as pessoas que chegam ao sistema penitenciário. “Todo mundo sabe que o cárcere é algo muito forte e pesado, mas aqui a gente transforma vidas. O Projeto ‘Sons de Liberdade’ trouxe mais uma oportunidade. Nós estamos trabalhando nele desde a reinauguração do Theatro da Paz, e agora vamos finalizar com as becas do Coral”, contou.
A costureira C.F., 31 anos, que pretende abrir sua própria loja, com o tempo descobriu que gosta de desenhar roupas. Ela ressaltou que a cooperativa já lhe ajudou de várias formas. “Antes, eu não falava quase nada, era muito tímida e tinha vergonha de falar em público. Agora, não. Aqui a gente interage sempre, conversando uma com a outra e dando suporte, porque a saudade da família é grande”, acrescentou.
Texto: Yasmin Cavalcante – Ascom/Seap