Emoção toma conta do público na 1ª Cantata de Natal da Escola Brigadeiro Fontenelle
Espaço de aprendizagem no bairro da Terra Firme, em Belém, é atendido pelo Projeto de Supervisão Militar Educacional (Sume)
Com a proximidade das festividades natalinas, diversas unidades da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) têm desenvolvido programações para reforçar sentimentos que representam esta época do ano, como o amor, a cumplicidade e o respeito. É o caso da Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle, em Belém, que realizou na sexta-feira (16), sua 1ª Cantata de Natal.
Um vasto repertório com clássicos natalinos emocionou o público que acompanhou de perto as apresentações. A iniciativa faz parte das ações do Projeto de Supervisão Militar Educacional (Sume) que, desde 2021, são desenvolvidas no local em parceria com a Polícia Militar do Pará (PMPA).
A unidade foi a 1º da Região Metropolitana de Belém a receber o programa que visa coibir a violência dentro do ambiente escolar, além da introdução do civismo e a disciplina, com o intuito de melhorar os índices educacionais e a qualidade de vida dos alunos. A implantação do contraturno possibilita que os alunos retornem ao espaço de aprendizagem para fazer diversas atividades pedagógicas, como aulas de música, jiu-jitsu, xadrez, entre outros.
Um deles é o Clube de Música, que abrange diversos dispositivos que produzem som, como flautas, instrumentos de sopro e, também, com um grupo de coral. Essa atividade vem sendo acompanhada pelo sargento da PMPA, Neres, que não esconde a satisfação em fazer parte desse projeto e por colaborar com o desenvolvimento de vários estudantes.
“Esse trabalho é super importante, porque a gente proporciona um pouco mais de cultura aos alunos. Eu, que também tenho uma formação pedagógica de professor, fico feliz por ver o desenvolvimento deles, se apropriando cada vez mais dessas atividades, dentro de um cenário em que muitas das vezes em que a periferia é vista com um olhar discriminatório. Portanto, é um trabalho super importante para que o acesso à cultura esteja cada vez mais presente na vida desses estudantes”, afirmou.
O agente de segurança pública disse, ainda, que as perspectivas para o projeto são as melhores possíveis. “Você pode ver que, em pouco tempo de atuação, já tivemos um grande resultado, apesar das dificuldades que encontramos pelo caminho. No entanto, não deixamos de fazer um belo trabalho, com a ajuda de outros professores da escola e da própria Supervisão Militar. Nossa expectativa é que no ano que vem, façamos um coro ainda maior, por divisão de vozes, com algumas outras técnicas que não entraram nesse primeiro momento”, detalhou o sargento Neres.
Oportunidade - Aluna da 1ª série do ensino médio, Ana Clara, de 15 anos, conta que foi um evento importante para a escola, porque é uma forma de interagir com os alunos e proporcionar uma animação maior à turma do coral. “Essa foi a nossa 1ª apresentação para um público maior, confesso que estou bastante emocionada e feliz com essa oportunidade. Tenho certeza que devido à Supervisão Militar aqui na escola, teremos mais eventos como esse, fortalecendo vínculos de amizade entre os alunos que participarem”.
Para o coordenador do Sume na unidade, o 3º sargento da PMPA, Leonardo, a música tem uma influência direta na parte cognitiva dos alunos, para que eles possam atingir melhores médias e trabalhar o raciocínio lógico. Ele acredita que adotando essas atividades, automaticamente os estudantes ficam mais atentos às instruções ministradas em sala de aula.
“É satisfatório demais ver esses meninos depois de 1 ano e 6 meses, trabalhando aqui na escola, conseguirem chegar nesse ápice de construção de um momento único para a comunidade, o qual eles se ensejam principalmente no valor mais simbólico do Natal. Nós finalizamos essa primeira parte do trabalho, vamos continuar, para que eles se apresentem em outras ocasiões diante das turmas e seus familiares. Muitas vezes através desses gestos que a gente implanta uma semente para que, lá na frente, eles possam ser grandes músicos”, enfatizou o dirigente.
Cidadania - O diretor da Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle, Luiz Paulo Assunção, ressaltou a importância da iniciativa para toda a comunidade. “Estamos localizados em um bairro tido como perigoso, que é a Terra Firme, onde muitos dos nossos alunos vivem em situação de vulnerabilidade social. O simples fato de trazê-los para a escola, fora do horário de aula, conseguimos deslocar esse estudante da criminalidade, que passa a ter uma prática pedagógica, até porque a música também faz parte”.
Luiz Paulo Assunção, diretor da EscolaLuiz Paulo Assunção disse, ainda, que a música ensina não só os acordes, mas também noções do comportamento, a ter educação e postura. “Portanto, essa atividade traz harmonia de vida para esses alunos, porque proporciona um toque daquilo que eles precisam, como a empatia, amizade e companheirismo. Tenho muito que agradecer ao gestor da 5ª USE, Jones Barros, que sempre nos apoia em todos os projetos e aos agentes de segurança pública que estão atrelados à Supervisão Militar em nossa escola”, complementou.