Usuários do SUS contam com métodos preventivos pré e pós-exposição ao HIV
No contexto do Dezembro Vermelho, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza aos seus usuários as Profilaxias Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e Pós-Exposição ao HIV (PEP), que integram a Política de Atenção ao HIV/Aids.
A PrEP prevê o uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus. A finalidade é prevenir a infecção pelo HIV e contribuir para redução de novos casos.
Segundo o farmacêutico Hoberdan Monteiro, da Coordenação Estadual de IST/Aids, a pessoa interessada no uso da PrEP deve entender bem o que é essa estratégia e como ela se insere no contexto do gerenciamento do seu próprio risco de adquirir a infecção pelo HIV, de forma a avaliar sua motivação para iniciar o uso da profilaxia. “É importante avaliar epidemiologicamente o usuário, para identificar se ele se enquadra ao perfil de vulnerabilidade para realizar o uso da profilaxia”.
Ele explicou que a análise dos critérios de elegibilidade para a PrEP deve ocorrer dentro de uma relação de vínculo e confiança entre a pessoa e o profissional de saúde, que permita compreender as situações de vulnerabilidades e de riscos envolvidos nas práticas sexuais, assim como as condições objetivas de adesão ao uso do medicamento.
Cabe ao profissional de saúde avaliar a motivação do usuário em aderir ou não à PrEP. “Para as pessoas que demonstram claramente sua vontade de iniciar a profilaxia e apresentam práticas de alto risco de infecção pelo HIV, estudos indicam que a PrEP é significativamente mais protetora quanto menor o tempo de espera do usuário”, comentou.
Hoberdan Monteiro ressaltou que a PrEp não previne as demais ISTs ou as hepatites virais, por isso, é importante orientar a pessoa sobre o uso de preservativos, higienização das mãos e partes íntimas antes e depois das relações sexuais.
Para a indicação do uso de PrEP também é fundamental que seja excluída clínica e laboratorialmente o diagnóstico prévio de infecção pelo HIV. Para isso, é recomendado que o usuário realize teste rápido anti-HIV com amostra de sangue total obtida por punção digital ou venosa , soro ou plasma. Pois não são aceitos testes rápidos com amostras de fluido oral, porque os esse tipo de fluido contém menor quantidade de anticorpos do que amostras de sangue, soro ou plasma.
Atualmente, no Pará, a PrEP está disponível na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe) e em 18 Centros de Testagem e Aconselhamento/Serviços Especializados em 17 municípios ( Abaetetuba, Barcarena, Belém, Bragança, Canaã dos Carajás, Igarapé-Miri, Itaituba, Marabá, Marituba, Novo Progresso, Oriximiná, Parauapebas, Salinópolis, Santa Izabel do Pará, Santarém, São Félix do Xingu e Tucuruí). Apenas para atendimento na Uredipe, há necessidade de encaminhamento da rede básica de Saúde. Para os CTAs/SAE, o usuário pode ir diretamente.
Pós-Exposição – A PEP é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras ISTs. Consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de contrair essas infecções.
Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual; relação sexual desprotegida e acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico.
Hoberdan Monteiro ressaltou que a PEP tem que ser utilizada, preferencialmente, nas quatro primeiras horas e no máximo em até 72 horas após a exposição. “É necessário avaliar o usuário, verificar do ponto de vista epidemiológico o que foi relatado quanto à exposição, para que não haja dúvida ao uso da profilaxia evitando o uso desnecessário”, finalizou.
O usuário vítima de situação de risco deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou pronto socorro no seu município.