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AGROPECUÁRIA

Instituições do setor agropecuário dão treinamento sobre fusariose da bananeira

Iniciativa teve caráter preventivo no Pará que não tem registro da existência do fungo que ameaça à bananicultura brasileira

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
16/12/2022 15h18

Dir. da Adepará, Jefferson Oliveira na abertura do eventoO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), promoveram dois dias de treinamento em Belém sobre fusariose da bananeira (Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça 4 tropical) , um fungo que se tornou uma das maiores ameaças a bananicultura brasileira.

Aberto na quinta-feira, 15, no auditório da Faepa, com participação de  representantes de instituições parceiras, que reforçaram as medidas sanitárias de prevenção à praga, o treinamento contou com aulas práticas e teóricas. 

No primeiro dia de treinamento, os técnicos se deslocaram para um sistema agroflorestal para identificação dos sintomas e protocolo de coleta para a praga. À tarde, houve aulas teóricas ministradas pelos auditores fiscais do MAPA que abordaram o Plano Nacional de Prevenção e Controle da raça 4 tropical da fusariose em bananeiras.

De acordo com o auditor fiscal do MAPA, Wilson Moraes, responsável pelo treinamento de campo dos fiscais agropecuários da Adepará, é fundamental que as equipes da defesa agropecuária estejam preparadas para atuar na prevenção da praga. 

“Nós estamos com risco de entrada desta praga, que já chegou ao Peru e à Colômbia e está cada vez mais próximo. Essa raça 4 ataca especificamente a variedade de banana nanica. Então, nós temos de tomar as medidas preventivas. Em 2018, o MAPA publicou o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância à Fusariose da Bananeira, que prevê treinamento de técnicos e educação sanitária, e também traçou as contingências para quando a praga chegar por aqui”, alertou.

O engenheiro agrônomo explicou que o fungo é de fácil disseminação e por isso é importante disseminar as informações para que a população  também possa contribuir com as medidas fitossanitárias.

“O fungo pode vir em mudas de bananeiras contaminadas provenientes desses locais onde já existe a doença, pode vir aderido nos calçados e na roda de tratores e também no artesanato feito da palha da bananeira quando você traz desses locais de ocorrência. Então, nós queremos deixar essa praga onde ela está e eles já estão se empenhando para erradicar desses países. É difícil erradicar porque é um fungo do solo. Então, para nós a prevenção é a melhor solução”.

No segundo dia de treinamento, realizado nesta sexta-feira, 16, no auditório da Agência Sede da Adepará, os auditores fiscais do MAPA utilizaram metodologias ativas, como roda de conversas e dinâmicas de grupo , para trocar conhecimento com os produtores rurais.

A chefe do serviço de educação sanitária da secretaria federal de defesa agropecuária do MAPA, Juliana Moreira, destacou o objetivo desse trabalho realizado em parceria com as instituições agropecuárias do estado, como a Adepará.

“O objetivo é levar o conhecimento da raça tropical 4 da fusariose  para os produtores rurais e depois chamá-los para um grupo de mensagens para replicar esse conhecimento a fim de que eles adotem essas práticas que estão no livro “Diálogos Para Prevenção da Fusariose”, que é mais uma ferramenta, com um linguajar didático para ser utilizado em atividades educativas. Os servidores da Adepará e Emater serão os nossos técnicos educadores, serão os multiplicadores desse conhecimento”. 

Para a fiscal agropecuária da Adepará, Carla Corrêa, o treinamento é fundamental para as ações de defesa sanitária realizadas no Estado. “Nosso estado é um estado enorme e esse curso visa capacitar os técnicos para que eles estejam orientados em como prevenir. Esse trabalho promove, tanto a qualificação técnica dos fiscais, que fazem esse levantamento em todas as regionais da Adepará, se houver suspeita, eles estão capacitados a coletar e fazer a detecção da praga e, também, quanto à educação sanitária, pois é muito importante as pessoas conhecerem o perigo do fungo, como é a transmissão, e o que o produtor pode fazer para prevenir a praga.  Todo  conhecimento está sendo repassado com esse objetivo”. 

O MAPA já realizou a capacitação em Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá e Pará. Para o próximo ano, a ideia é trabalhar esse conhecimento com as comunidades que cultivam banana no Estado, onde a maior produção du fruto está  concentrada no sudeste paraense.

Produção de Banana - O Brasil possui 500 mil hectares plantados e produz 7 milhões de toneladas de banana por ano. O Pará é representativo desse setor. As medidas fitossanitárias ajudam a salvaguardar a bananicultura paraense e, assim, salvaguardar a bananicultura nacional.  

Defesa Vegetal - Faz parte das metas do Programa de Pragas de Importância Quarentenária da Agência, a inspeção dos bananais para detecção de pragas que possam servir de ameaça à economia e ao agronegócio paraense. Entre os objetivos do programa está a realização do levantamento de detecção de pragas e a prevenção de pragas dos bananais. A Adepará inspeciona propriedades rurais de plantio comercial e doméstico do fruto.

Fusariose da bananeira - A raça 4 tropical, conhecida como Fusariose da Bananeira, é mais agressiva e se tornou a maior ameaça à bananicultura mundial. Este fungo vem se alastrando nos últimos anos no sudeste asiático até o norte da África. Foi introduzida na Colômbia em 2019 e no Peru em 2020 e a expectativa é que sua dispersão global continue avançando para novas áreas produtoras, incluindo o Brasil. 

Texto de Rosa Cardoso / Ascom Adepará