Alunos da rede estadual participam da XIII Mostra de Ciências e Tecnologia, em Belém
A exposição científica reúne estudantes e professores de várias partes do país
O estímulo às atividades que envolvem a ciência, a robótica e a matemática, tem sido cada vez mais frequente nos espaços de aprendizagem da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em todo o Pará. Com o intuito de evidenciar esses trabalhos, estudantes e professores da rede pública estadual participam, de 12 a 16 de dezembro, em Belém, da XIII Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto Açaí (MCTIA).
A programação acontece na praça de alimentação de um shopping center da capital, localizado na Av. Centenário, bairro de Val-de-Cans. Nesta edição, a iniciativa tem a participação de escolas estaduais de Belém, Moju e Santarém. Cada uma delas trouxe sua pesquisa e compartilham com o público o resultado obtido nos experimentos.
Aluna da Escola Estadual Dr. Ulysses Guimarães, Arielly Eloá conta que participar da mostra científica está sendo algo muito gratificante. “Estar aqui, apresentando um projeto e tendo a oportunidade também de ver o trabalho dos mesmo colegas, é fantástico, porque a gente consegue aumentar o nosso conhecimento e até mesmo usar produtos que temos em nossa região, os quais são de fácil acesso e podemos transformar em algo inovador. Por exemplo, no projeto que estamos apresentando aqui, a gente juntou dois trabalhos em um só, sendo um deles o irrigador solar, que pode ser feito em casa e, no caso, utilizamos na horta da nossa escola e o diferencial é que ele não precisa de luz elétrica”.
Arielly Eloá detalha, ainda, que o equipamento funciona à base de energia solar. “A gente utiliza o caroço do açaí para essa produção, que é algo em abundância na nossa região e às vezes não sabemos dar uma destinação para esse material. Então, a nossa ideia foi montar um projeto que fosse realmente eficaz e de baixo custo, até mesmo para quem quisesse construir em casa, montar em outras escolas, conseguissem executar facilmente. Tudo isso visando também a sustentabilidade, até porque 90% ou mais do nosso trabalho foi com material reciclado e reutilizado”, complementou.
Visibilidade - A Escola Estadual Profª Ecila Pantoja da Rocha, em Moju, trouxe para a exposição quatro projetos científicos, são eles: Bagaço de dendê como fonte alternativa de matéria prima para MDF; Aplicação do biofiltro de carvão ativado do caroço de açaí como alternativa para o tratamento de água em comunidades ribeirinhas de Moju - PA; Utilização da semente do açaí para produção de biometano visando a aplicação em comunidade ribeirinha de Moju; e Caracterização da geração e destinação das sementes de açaí em Moju - Pará.
Um dos representantes da unidade escolar, o estudante Eduardo Souza, afirma que “é uma satisfação enorme estar aqui, apresentando um trabalho que a gente se esforçou bastante e estamos representando com orgulho a nossa escola, nosso Clube de Ciências de Moju. É uma alegria imensa saber que um projeto que desenvolvemos com nossos meios e forças, está sendo exposto num local com diversas pessoas, de vários estados, até países de fora. Portanto, é só felicidade, só agradecer a Deus e espero que não pare aqui, que esse trabalho siga adiante e quem sabe no futuro, possamos fazer com que mais pessoas se interessem pela ciência”.
Tradição - Nesses 13 anos de existência, o evento já contou com projetos de mais de 200 municípios, 24 estados brasileiros, além de países como África do Sul, Argentina, Colômbia, Espanha, Equador, México, Chile, Paraguai, Peru, Cazaquistão, Turquia, entre outros. Todos envolvendo alunos e professores de instituições públicas e particulares de Ensino Infantil, Fundamental, Médio, Técnico e Superior.
Segundo o professor e diretor da MCTIA, Gilberto Luis da Silva, a realização desse evento é de grande importância, pois coloca o Estado do Pará na rota da ciência e tecnologia, e a ideia é mostrar para o público-alvo que, pode-se fazer pesquisa, iniciação científica, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
“A gente espera motivar nossas crianças a se envolver ainda mais com a pesquisa, sendo que esses estudos que eles desenvolvem, muitas delas estão tentando resolver problemas. Ou seja, desde cedo, nossos alunos estão preocupados com questões ambiental, social e econômica do nosso país, e do país de onde elas vêm, como é o caso da equipe do Peru, que está aqui conosco esses dias”, detalhou.
O educador disse, ainda, que desses projetos que tentam resolver problemas, muitos deles acabam se tornando um produto ou serviço de mercado. “A gente motiva eles a transformarem esse trabalho em startups, para que consigam ir atrás de recursos, desenvolverem a ideia e colocar o serviço ou produto no mercado. Um exemplo é o mini transponder, equipamento desenvolvido por uma jovem de 14 anos, que auxilia na navegação entre pequenas embarcações, evitando o acidente entre elas. Essa é apenas uma das muitas ideias que já passaram pela MCTIA e das próximas que virão adiante, com certeza”, enfatizou Gilberto Luis da Silva.