Com o apoio da Emater, famílias em situação de pobreza tornam-se microempreendedoras
Com o Fomento Rural, beneficiários recebem capital investem em empreendimento respaldado por projeto de infraestrutura e negócios
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) acaba de cumprir o primeiro ciclo de uma agenda de visitas e capacitações em pelo menos seis municípios do nordeste paraense e da Transamazônica para avaliar a efetivação de uma parceria entre governo estadual e governo federal iniciada em 2017, com previsão de finalização em 2023, sobre financiamento de negócios comandados por famílias vulneráveis socioeconomicamente.
Ao longo de novembro e até o meio de dezembro, a equipe do Núcleo de Apoio Tecnológico (NUT) percorreu projetos em Augusto Corrêa, Bragança, Inhangapi, Marabá, Pacajá e Redenção.
O monitoramento se refere a dois contratos conjuntos do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, conhecido como “Fomento Rural”, ante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Cidadania (MC). Em fase final de atividades, a parceria vem fortalecendo políticas públicas para 5.500 famílias selecionadas do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), em 63 municípios.
Juntando repasse de recursos, consultorias especializadas e treinamento intensivo, o objetivo tem sido propiciar que, no período estimado de dois anos, cidadãos sem qualquer geração de renda significante, no momento com grandes privações para sobrevivência e a maioria beneficiária do Auxílio Brasil, tornem-se microempresários da agricultura familiar ou de serviços em comunidades rurais, com garantia de autossustento e lucro.
Alguns dos destaques são na área de pesca, casa de farinha, plantio e extrativismo de açaí e criação de pequenos animais. De acordo com dados relatorizados pela Emater, muitos pescadores artesanais, por exemplo, dependiam de investidores externos para a compra de apetrechos e motor de embarcações: “O nosso apoio multiinstitucional permitiu a independência desses grupos”, pontua a engenheira de pesca Vladyene Costa, da equipe de coordenação geral ACT Fomento.
“Salientamos que o fenômeno extraordinário da pandemia de Covid-19 afetou muito a questão de trabalho e renda, mas os períodos mais críticos coincidiram com a cobertura intensiva do Projeto, o que ajudou e muito as famílias em situação de extrema pobreza, já que propiciou fonte de renda e, o mais importante, segurança alimentar”, explica.
Como funciona - Com o Fomento Rural, cada beneficiário recebe em duas parcelas um capital inicial de R$ 2 mil e 400, a fundo perdido, para investir em um empreendimento à própria escolha, respaldado por projeto de infraestrutura e negócios elaborado e acompanhado pela Emater.
O papel da Emater perpassa fases de diagnóstico, planejamento, capacitações, implementações, avaliação de resultados e orientação na comercialização, inclusive no que tange a educação financeira e contabilidade.
Cerca de 98% das atividades indicadas pelos microempreendedores paraenses referem-se à agricultura. Os outros 2% preenchem lacunas de serviços nas comunidades: padarias, oficinas, salões de manicure, mercadinhos.
“Salientamos que o fenômeno extraordinário da pandemia de Covid-19 afetou muito a questão de trabalho e renda, mas os períodos mais críticos coincidiram com a cobertura intensiva do Projeto, o que ajudou e muito as famílias em situação de extrema pobreza, já que propiciou fonte de renda e, o mais importante, segurança alimentar”, pontua a engenheira de pesca da Coordenadoria Técnica (Cotec) da Emater Vladyene Costa, da equipe de coordenação geral ACT Fomento.
Texto: Aline Miranda/Ascom Emater