Na Usipaz do Benguí, indígenas Warao celebram cultura e resistência
Encontro celebrou formas de viver e resistir dos Warao com danças e esportes, que fazem parte dos seus costumes
Indígenas da etnia Warao, que vivem em Belém e em Ananindeua, realizaram neste sábado (10) o I Encontro de Cultura Warao, na Usina da Paz do Benguí. O encontro celebrou a resistência dos Warao com danças e esportes, que fazem parte dos seus costumes. Cerca de 150 indígenas venezuelanos participaram do encontro que reuniu diversos parceiros, entre eles as Secretarias de Justiça e Direitos Humanos e de Articulação e Cidadania.
Quem são os Warao? - Os Warao são um povo indígena oriundo da região do Delta do Rio Orinoco, na Venezuela, que iniciaram um processo de migração forçada massiva para os estados da Amazônia brasileira, além de outras regiões do Brasil e outros países da América do Sul, por conta da generalizada crise social que atravessa o país latino-americano.
Atualmente, segundo o Instituto Internacional de Educação no Brasil (IEB), há cerca de 700 pessoas desse povo que vivem entre as cidades de Belém e Ananindeua, distribuídos entre abrigos mantidos pelas Prefeituras, terrenos ocupados e casas alugadas onde se organizam de forma autogestionada.
Gardenia Cooper é uma dessas indígenas que vivem em Belém. Ela comemorou o primeiro encontro por trazer as tradições do seu povo para o Brasil. "É importante esse primeiro encontro porque relembra a nossa celebração que é feita dia 12 de outubro, na Venezuela. Nós, indígenas, não queremos que essa tradição se perca. Queremos mostrar que não somos apenas um povo que está pedindo nas ruas, mas que também temos cultura, que somos atletas e estamos vivendo isso com nossos irmãos", disse.
Isneiris Nuñez é comunicadora e articuladora do povo Warao, em Belém. Para ela, o I Encontro de Cultura Warao mostra que o povo venezuelano resiste mesmo fora do seu país de origem. “É muito lindo reunir todos os Warao, me emociona muito porque é um encontro que pretende mostrar ao mundo que temos cultura, tradição e resistência. Agradecemos a todos que nos apoiaram para a realização desse encontro”, afirmou.
A coordenadora da Usipaz Benguí, Juliana Chaves, disse que, depois de um encontro de apresentação do equipamento público, os indígenas procuraram o espaço para a organização do evento. “Começamos a estabelecer uma relação com eles e fizemos esse ano um evento para que conhecessem a Usina e que ficassem à vontade para nos procurar e nos procuraram para realizar esse primeiro e que pudessem efetivamente organizar esse evento”, destacou.
Na próxima segunda-feira (12), o I Encontro de Cultura Warao continuará com as atividades na Usipaz Benguí, onde haverá a apresentação de danças típicas, lançamento do Conselho Warao Ojiduna, contação de histórias dos mais velhos e uma assembleia geral. Além dos Warao, outras lideranças indígenas, organizações da sociedade civil, instituições públicas e órgãos de governo, também devem participar.
O Conselho Warao Ojiduna foi criado após uma assembleia entre esses indígenas de Belém e Ananindeua e tem como objetivo ser um espaço que os ajude a se organizarem para terem garantidos seus direitos como indígenas e como refugiados.
Texto com informações do IEB.