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CULTURA E LAZER

Instituto Carlos Gomes fortalece e inclui Pessoas com Deficiência por meio da música 

Neste sábado (3), celebra-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e o Instituto, em Belém, destaca os cursos de musicalização para PCDs

Por Giovanna Abreu (SECOM)
03/12/2022 09h00

A adolescente Isabela Fonseca, 16 anos, foi diagnosticada ainda criança com a Síndrome de William. Aos sete anos, ela se tornou aluna do Instituto Estadual Carlos Gomes e encontrou na flauta doce uma forma de expressar seus sentimentos. “Nos dias que tenho aula, amanheço mais animada. Me sinto muito acolhida e sempre fui recebida muito bem por todos aqui. Fiz muitos amigos e eu sinto que estou evoluindo. Amo a escola, os professores. Ainda sinto frio na barriga quando vou me apresentar, mas dá tudo certo. A música representa muitas coisas boas pra mim e é uma conquista ser aluna daqui”, conta. 

Com o objetivo de fortalecer o compromisso com a inclusão social, o Instituto Carlos Gomes oferta cursos de Iniciação Musical e de Musicalização para pessoas com deficiência. A mãe de Isabela, Márcia Cristina Fonseca, diz que no início, a música era apenas uma distração para a filha, que apresentava muitas dificuldades. 

“Com o suporte do Instituto, ela foi se identificando com a música. Descobrimos que a própria síndrome dá a ela maior facilidade de memorização e aqui ela foi aprimorando os conhecimentos com teoria e prática. Os professores acreditam nos alunos e isso faz a diferença. É muita alegria poder ver a minha filha se superando, acreditando que é possível.

Não é porque a pessoa nasce com deficiência, que ela é incapaz de desenvolver habilidades. A música fez ela interagir, enfrentar sem medo as situações. Eu fico sem palavras e agradecendo todos os dias pela oportunidade. A gente sofre discriminação com os nossos filhos em muitos lugares e quando você chega em um lugar que dá acolhimento, onde seu filho é aceito e respeitado, nos dá forças para seguir”, destaca Márcia. 

Neste sábado (3), é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A data representa um momento de reflexão a respeito dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência e sobre o que pode ser feito para garantir acessibilidade e inclusão social. O professor de música Acássio Cardoso, que há quase 15 anos trabalha no Carlos Gomes, reforça a importância da música para os alunos com deficiência, sobretudo, para o desenvolvimento da interação social, autonomia, habilidades motoras e cognitivas.

“O conservatório tem uma larga história de quase 130 anos e era considerada uma escola tecnicista. Se antes as nossas conquistas eram sobre ver um aluno em um concerto, a partir do acolhimento também de alunos com deficiência, celebramos também as conquistas do dia a dia, a exemplo da execução de um movimento do dedo que um aluno com deficiência não conseguia fazer, por conta da dificuldade de coordenação motora fina, e conseguiu. É uma vitória enorme. Adaptamos os nossos programas para a dificuldade de cada um, para garantir a inclusão. Música não é dom, nem talento, são habilidades. São elas que buscamos desenvolver nos nossos alunos, para que vivam uma feliz experiência artística”, pontua o professor. 

A aluna do Instituto, Josy Kelly Bastos de Lima, que tem mobilidade reduzida e complicações neurológicas, celebrou a conclusão da última prova para a formação do canto lírico nesta sexta-feira (2). “Ser uma das alunas do Conservatório, que já formou tantos cantores de renome, era um sonho antigo, e há 11 anos entrava nesse lugar incrível, que mudou a minha vida. É emocionante ter conseguido chegar até aqui, após passar, nesse período, por três cirurgias cardíacas, ficar um tempo sem conseguir cantar. Sou muito orgulhosa de mim e me sinto muito feliz por ter tido tanto apoio do Carlos Gomes em toda a trajetória, sempre com muito acolhimento e carinho. O Conservatório é tudo na minha vida, sou muito grata”, destaca.

EDITAL - Em novembro deste ano, o Instituto abriu editais de Iniciação Musical e de Musicalização para turmas de 2023, que integram a modalidade de cursos livres do IECG. Os processos seletivos ofereceram ao todo 640 vagas. Na Iniciação Musical, 12 vagas foram destinadas às pessoas com deficiência e na Musicalização, 20 vagas.