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Publicom aborda temas como estereótipos de raça e construção de marcas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/06/2018 00h00

A desconstrução de estereótipos de raça na comunicação e a construção de marcas no Instagram foram os temas das duas palestras desta tarde de terça-feira (12) no “Publicom Belém 2018. O público formado por assessores de comunicação do Governo, profissionais de comunicação, professores e estudantes da área prestigiaram o segundo e último dia do evento que acontece no Teatro do Sesi, em Belém.

A palestra “Desconstruindo estereótipos de raça na comunicação”, foi ministrada pelas comunicólogas Helaine Martins e Joana Mendes, da Idánimo Consultoria, agência especializada em comunicação com e sobre os públicos negro, feminino e LGBT.

Para a publicitária Joana Mendes, a difusão de estereótipos no Brasil é mais visível na publicidade e na televisão aberta. Para ela, a situação nas emissoras de TV é ainda mais séria porque atinge 98% dos lares brasileiros e muitas pessoas formam suas opiniões através desse veículo.

“Quando se tem a principal emissora brasileira colocando uma novela com maior parte dos personagens brancos e que se passa em um estado como a Bahia onde a maioria da população é negra, é muito preocupante” ressaltou a publicitária.

Ela aponta que, para quebrar a difusão de estereótipos de raça nos meios de comunicação, é preciso que os jornalistas passem cada vez mais a diversificar as fontes e ouvir pessoas negras não apenas para falar sobre questões de raça. “Há uma série de profissionais negros que criam conteúdo intelectual em todas as área do conhecimento e podem falar sobre qualquer assunto não só futebol e samba”, afirma .

Para a jornalista Helaine Martins há três caminhos possíveis para desconstruir estereótipos de raça na comunicação, um deles é aprofundar as discussões sobre diversidade no jornalismo ainda na faculdade. “É imprescindível formar cada vez mais profissionais que saibam lidar com questão da diversidade no dia-a-dia” comenta.  

Outra questão, segundo ela, é acabar com uma seleção elitista por parte das empresas de comunicação que ainda têm preferência por profissionais e por estudantes que tenham passado por universidades renomadas, públicas ou particulares. “Fazendo este tipo de seleção já está automaticamente se selecionando pessoas dentro de uma bolha, homens brancos e de classe alta, porque a maioria da população de  negros e pobres não está nestas instituições, ou se está, é em número reduzido”.

Outro ponto destacado pela jornalista foi diversificar as pautas para diversificar as narrativas que estão sempre centradas nas cidades ou nos bairros que circundam estes meios que também são elitistas.

Redes sociais – Para o social mídia e diretor de Conteúdo da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), Petterson Farias que ministrou a palestra “Construindo minha marca no Instagram”, as redes sociais vieram para redescobrir e desconstruir a comunicação tanto no jornalismo quanto na publicidade.

“Se antes as grandes instituições desejavam estar sempre no protagonismo, hoje, nas redes sociais o centro são as relações humanas e o protagonista sempre vai ser o homem, o seguidor, o consumidor. Marcas que conseguem entender isso saem à frente de que outras que querem manter seu protagonismo sem dialogar ou interagir” ressaltou.

Ele considera que a comunicação hoje está muito mais horizontal, uma via de mão dupla, onde as marcas emitem opiniões mas onde também têm que ouvir as opiniões dos outros.

“Elas têm que ter muito cuidado em conversar com as pessoas, porque nas redes não há como impor sua verdade sem uma comunicação não transparente. Não dá mais para esconder uma imperfeição, um defeito, uma limitação, hoje todas as relações supõem algo mais íntimo” comenta.

Para ele, só não podemos afirmar que as redes sociais mataram os outros meios, isso é pretensão, as marcas que estão onipresentes devem ter todo cuidado de falar com o consumidor por todas essas redes existentes.  

Para o jornalista da TV Liberal, Carlos Brito, os temas trazidos para o Publicom são importantes para os profissionais que estão na grande mídia, porque trazem temas polêmicos e sacodem o profissional para que ele tenha uma visão sobre esses assuntos. “Trazer esses temas para comunicação é interessante tanto para o público jovem quanto para o profissional que já esta há mais tempo na profissão, porque isso nos faz refletir”, destacou.

Para o professor, coordenador de jornalismo da Rádio Cultura do Pará e douturando em comunicação, Alexandre Lins, os temas ultrapassam o mercado de trabalho e as discussões são pertinentes tanto para pesquisadores da área quanto para os acadêmicos da comunicação. “É o conhecimento sendo trazido para todos que participam dessas discussões e repensam a forma de se fazer a comunicação em seus estudos e campos de trabalho”, conclui.