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Fundação de Atendimento Socioeducativo promove ações sobre cultura afro-brasileira

Fasepa abordou o tema durante este mês de novembro envolvendo os socioeducandos, em parceria com a Seduc e promotores de Justiça

Por Governo do Pará (SECOM)
30/11/2022 13h51

Os adolescentes e jovens da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), vinculados à Escola Estadual Antônio Carlos Gomes da Costa, da Secretaria de Educação do Pará (Seduc), participaram durante o mês de novembro do projeto “Africanize-se”.

De acordo com a Fasepa, o projeto promove a valorização da cultura africana e o reconhecimento dela no Brasil, reforçando que a sociedade brasileira é formada por pessoas que pertencem a grupos étnicos distintos e que possuem cultura e história própria, favorecendo a valorização da história dos africanos e construindo uma educação para igualdade étnico-racial.

Segundo a Fasepa, com a implantação do projeto, os professores da Seduc e equipe das unidades socioeducativas, avaliaram que foi possível alcançar resultados satisfatórios em sala de aula, e durante o dia a dia do atendimento socioeducação, onde os socioeducandos interagiram e se muniram de conhecimentos em relação ao tema.

A programação contou com a participação do africano, Isidoro Fernando Dias, e do doutor Nadilson Portilho Gomes, promotor da 1ª e 2ª Vara da Infância e Juventude, e da ouvidora da Defensoria Pública do Pará, Norma Miranda Barbosa, que ministraram a palestra com o tema, “Racismo Estrutural: Como ocorre e como combatê-lo?”.

Durante uma das atividades, um jovem de 17 anos, lotado no Centro de Internação de Adolescente Masculino (Ciam/Sideral), relatou que para ele o aprendizado foi significativo, pois no momento da realização da dinâmica, ele se emocionou ao ler palavras de racismo como: 'miserável' e 'sem futuro', colocadas por Isidoro Fernando Dias durante a oficina.

"Eu nunca tive e nem teria coragem de falar dessa forma para ninguém, somos todos iguais, e devemos respeitar as pessoas, independente de cor. Vou levar o que aprendi aqui, para o resto da vida”, disse o socioeducando.

Segundo a defensora, Norma Barbosa, “é muito importante o diálogo que tivemos com os educadores, técnicos e com os adolescentes da socioeducação. Trabalhar o racismo, nas suas múltiplas dimensões é fundamental, principalmente em um espaço que acolhe adolescentes em conflito com a lei, e que muitos deles são vítimas de situação de violação de direitos”, disse ela.

A temática abordou liberdade, direitos humanos, protagonismo negro e racismo, e com as interações e trocas de experiências, foi permitido estabelecer momentos únicos de reflexão sobre o tema construindo dessa forma uma mudança de concepção na socioeducação.

Para o promotor Nadilson Gomes, “todos esses assuntos que são capazes de provocar uma reflexão e possibilitar um resgate do convívio social e de enfrentamento do preconceito e descriminação social, eles são relevantes nesse processo, onde cada jovem acaba se despertando para o seu pertencimento como indivíduo fundamental na sociedade”, destacou.

Ao longo do mês, atividades foram desenvolvidas para uma maior compreensão e reflexão do tema. "Foi muito importante a realização do projeto Africanize-se para toda a comunidade socioeducativa. A Seduc, por meio da Escola Estadual Antônio Carlos Gomes da Costa, atende às diretrizes da Lei n° 9.394/1996 que trata da obrigatoriedade de trabalhar a temática da cultura afro-brasileira na rede pública de ensino, possibilitando que os participantes tenham uma perspectiva de pertencimento e valorização de nossa história cultural, através dos trabalhos desenvolvidos pelos professores ao longo do mês de novembro”, disse a gestora do Ciam Sideral, Lilian Mello. 

A coordenadora técnica da Seduc, Ana Célia Melo, avaliou o momento como positivo, fortalecendo a ação com uma frase "por fora nós podemos ser diferentes, mas por dentro somos todos iguais".

O projeto “Africanize-se” foi desenvolvido no mês de novembro, nas unidades de atendimento socioeducativo de medidas de internação provisória, internação e semiliberdade da Fasepa. 

Texto de Dani Valente / Ascom Fasepa