IDEFLOR-Bio participou da 5ª edição da feira de Ciências do rio Acutipereira, no município de Portel, no Marajó
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio), por meio das diretorias de Gestão de Florestas Públicas (DGFLOP) e de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF), participou da 5ª edição da Feira de Ciências do rio Acutipereira, este ano com o tema “Serviços ecossistêmicos: desafios e oportunidades para os povos da floresta. A iniciativa teve como objetivo reunir atores de comunidades tradicionais para o debate coletivo de pontos que permitam o fortalecimento das comunidades por meio da geração de oportunidades para uso dos recursos naturais, de forma sustentável, mantendo a floresta produtiva, viva e em pé. O evento ocorreu entre os dias 24 e 26, na comunidade São Benedito, no município de Portel, mesorregião do Marajó.
Promovida pelas comunidades agroextrativistas do Projeto de Assentamento Agroextrativista do Acutipereira (PEAEx- Acutipereira) e coordenado pela Associação do Moradores do PEAEx Acutipereira (ASMOGA), Sindicato de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais de Portel (STTR), o evento ocorre desde o ano de 2016, e após dois anos de interrupção por conta da Covid-19, retoma as atividades presenciais, visando o cumprimento das metas estabelecidas durante as edições anteriores.
Na região, o Governo do Pará, por meio do IDEFLOR-Bio, tem atuação efetiva por meio da DDF, com a realização de cursos sobre as técnicas de manejo da Meliponicultura, implantação do Projeto de Sistemas Agroflorestais, visando o fortalecimento da agricultura familiar e comunitária do (PEAEx)
O Ideflor-Bio participou da programação, com a realização de oficinas, ministrada por técnicos do Instituto, com temas importantes da agenda ambiental do Governo do Pará, entre os temas abordados “Sistemas Agroflorestais (SAFs) e os ‘’Serviços ecossistêmicos: desafios e oportunidades para os povos da floresta”.
A oficina sobre o Projeto de Sistemas Agroflorestais- (Prosaf) foi ministrada pelo engenheiro florestal, Cleberson Salomão, que destacou a importância de recuperar áreas degradadas utilizando sistemas florestais produtivos, que ao mesmo tempo que recuperam a floresta, reduzem emissões de gases, melhoram a qualidade climática e oportunizam a geração de alimento e renda para as comunidades.
“De acordo com o engenheiro florestal, foi um debate importante entre o governo, por meio do IDEFLOR-Bio, com a comunidade local, que contou também com a participação de servidores da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). "Durante a capacitação, os participantes puderam entender sobre a importância de desenhar o Sistema Agroflorestal (SAF), adequado a cada realidade familiar ou comunitária", disse Cleberson Salomão
Os Sistemas Agroflorestais consistem no plantio consorciado de espécies florestais e frutíferas na mesma área, além de culturas anuais, como milho, feijão e mandioca, que ocupam os espaços vazios entre essas espécies nos primeiros anos de implantação, favorecendo o desenvolvimento das plantas e gerando benefícios ambientais, sociais e econômicos para os agricultores familiares.
Já o tema "Serviços ecossistêmicos: desafios e oportunidades para os povos da floresta" foi discutido com a comunidade, com realização de duas rodas de conversas: a primeira com foco na Redução de Emissões Provenientes do Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) e a segunda tratou sobre Crédito de Carbono. A atividade foi conduzida pelo técnico do Ideflor-Bio, Gil Sales, que avaliou o debate como ponto alto do evento, considerando que o município de Portel, no Marajó, vem lidando com a execução de projetos de Crédito de Carbono nas florestas sob uso pelas comunidades tradicionais.
Segundo a Diretora de Gestão de Florestas Públicas do IDEFLOR-Bio, Gracialda Ferreira , a Feira de Ciências do rio Acutipereira é de grande importância para a presença do Governo do Pará, como um espaço de escuta, debate e desenho de estratégias que se alinha às políticas estaduais de mudanças climáticas, Bioeconomia e outras voltadas para a gestão das florestas públicas.
Ainda segundo a diretora, trata-se de uma agenda de grande relevância que reflete a importância da presença do Ideflor-Bio, nas florestas públicas sob uso pelos povos.
“A abordagem dos temas permitiu sanar diversas dúvidas, aproximar ainda mais a gestão das florestas e dos povos daquela região, permitindo traçar caminhos para serem trilhados daqui pra frente em que todos os atores estejam alinhados em busca do desenvolvimento social, econômico e ambiental'', disse a diretora.
A presidente do Ideflor-Bio , Karla Bengtson, reforça a importância da integração entre instituições públicas, de ensino e pesquisa na implementação de ações que contribuam com o desenvolvimento e a qualificação da gestão e o uso sustentável dos bens e serviços da floresta.
O evento contou com a participação de pesquisadores de diversas instituições de ensino do Brasil, profissionais de instituições de extensão e inovação tecnológica e universitários. Cerca de 80 profissionais apresentaram modelos de projetos que podem ser desenvolvidos a partir de conhecimento e tecnologia já desenvolvidas e que podem ser internalizadas e aplicadas pelas comunidades locais.
Entre as metas estabelecidas durante as edições anteriores, estão, diminuir os impactos ambientais através do avanço na produção agroecológica, como nas roças sem queima, sistemas agroflorestais, produção de hortaliças e meliponicultura; visitar instituições para ampliar o uso de produtos da culinária local trazendo visibilidade e, provocando o interesse dessas instituições em contribuir com o as demandas desse setor; estabelecer parcerias voltadas a produção de artesanato na comunidade, como os brinquedos de miriti, biojóias e outros, bem como sua comercialização; entre outras.
Participaram do evento a Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Instituto Federal do Pará (IFPA)- Campus Breves, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-Portel e Melgaço), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Portel (STTR), Prefeitura de Municipal de Portel, Câmara Municipal de Muaná e organizações sociais do município de Portel, Breves, Melgaço, Muaná e Abaetetuba
