Alunos da rede estadual criam projeto de recuperação de nascentes em Primavera
A próxima meta inclui a construção de um viveiro até o final de 2022, com capacidade para produzir cerca de 4 mil mudas
Estudantes da Escola Estadual Manoel Lobato colocam as "mãos na terra" para proteger os recursos hídricos de PrimaveraA preocupação com o meio ambiente também faz parte do processo de ensino-aprendizagem. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realiza diversas ações que visam conscientizar a comunidade escolar acerca dos cuidados e da preservação dos recursos naturais. Um deles é desenvolvido pela Escola Estadual Manoel Lobato, em Primavera, município do nordeste paraense.
O Projeto “Trilha das Águas” surgiu em 2017, com o objetivo de identificar, georreferenciar e caracterizar as principais fontes causadoras de impactos ambientais nas nascentes urbanas e rurais do município. Para a recuperação ambiental das fontes d'água, a iniciativa baseou-se na metodologia proposta pelo Programa Especial de Proteção de Nascentes, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que consiste na limpeza e plantio direto de mudas nativas em áreas que apresentam alto grau de degradação.
Durante a terceira ação de revitalização ecossistêmica de áreas degradadas houve o plantio de aproximadamente 250 brotos de árvores nativas em torno da nascente do Rio Santa Maria, afluente do Rio Bacabal, um dos principais cursos d'água de Primavera. Para essa ação, a escola contou com a participação de quatro professores, da coordenação pedagógica, e 40 alunos das turmas da 1ª e 2ª séries do ensino médio integral.A recomposição vegetal conta com o apoio de outros órgãos das esferas estadual e municipal
Parceria - O projeto ainda contou com o apoio técnico das secretarias de Agricultura, Educação e Meio Ambiente de Primavera; da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA). Essas instituições contribuíram com orientações técnicas, apoio logístico e a doação de mudas de espécies nativas.
De acordo com o professor João Rodrigues da Silva, coordenador da ação, iniciativas dessa natureza têm sua importância por promover e destacar o protagonismo juvenil na resolução de problemas reais que envolvem homem e natureza, principalmente no contexto da degradação ambiental de nascentes. “A ideia é promover uma aprendizagem diferenciada, que venha contribuir para a formação de aspectos formativos dos jovens, estimulá-los nas suas potencialidades e contribuir no contexto socioambiental em que vivem”, ressaltou.
O educador disse, ainda, que a próxima meta do projeto inclui a construção de um viveiro próprio, até o final de 2022, com capacidade de produzir aproximadamente 4 mil mudas de essências florestais, que serão usadas na revitalização de mais três nascentes, além da recuperação de pelo menos 10 hectares de mata ciliar degradada ao longo do Rio Bacabal.
Política pública - Projetos e ações desta natureza, desenvolvidos nas escolas da rede pública estadual, estão em consonância com a Política Nacional de Educação Ambiental e com outras legislações ecossistêmicas e a própria Constituição Nacional, a qual no artigo 225 estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida. Impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações.
Neste sentido, a Seduc desenvolve iniciativas ambientais com a comunidade escolar, dentre elas coleta seletiva, criação de hortas escolares, oficinas de reaproveitamento de materiais recicláveis, feiras sustentáveis e palestras que tratam sobre o meio ambiente durante o período letivo.