Pará terá novas unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
Somadas, as três unidades deverão receber recursos da ordem de R$ 9.6 milhões para investimentos em projetos de bioeconomia e inovação
O estado do Pará contará com três novas unidades de inovação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e ao Ministério da Educação (MCTI), do Governo Federal. Elas vão funcionar em Belém, no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá e no Senai, e em Santarém, na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O anúncio foi feito durante a 27ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP 27, em Sharm el-Sheikh, Egito.
No PCT Guamá, a unidade estará no laboratório Centro de Valorização Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA/UFPA). Além das três novas unidades no Pará anunciadas, a Amazônia Legal terá mais uma, em Palmas, capital do Tocantins. Somadas, terão recursos da ordem de R$ 9.6 milhões para investimentos em projetos de bioeconomia e inovação, podendo chegar a R$30 milhões, segundo estimativa da Emprapii, com o aporte de empresas.
Os recursos são oriundos de parcerias estabelecidas pela Embrapii com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Ministério da Educação (MEC), e as iniciativas serão orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
O valor estimado objetiva gerar inovação industrial, uma vez que o modelo da Embrapii prevê contrapartida financeira das empresas e a participação econômica de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) nos projetos apoiados.
“A bioeconomia de produtos naturais na Amazônia representa mais de 5 bilhões de reais anualmente, sendo que a fruticultura representa, sozinha, mais de 60% desse mercado, em particular o açaí, que gira em torno de um bilhão de reais por ano, assim como o cacau. Essa unidade Embrapii vai permitir aumentar significativamente a contribuição do faturamento da fruticultura sobre o PIB da região amazônica, bem como influenciar positivamente diversas áreas. Isso traz uma visibilidade para o CVACBA e PCT Guamá que reflete no avanço de outras frentes”, explica o coordenador do CVACBA, Hervé Rogez.
O diretor do Polo de Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), Alexandre Pimenta, entusiasta de uma unidade Embrapii no PCT Guamá, destaca que a unidade aproxima o Parque de projetos desenvolvidos no Brasil e no mundo.
“Possuir uma unidade Embrapii é estratégico, principalmente para uma referência como o PCT Guamá. O conhecimento gerado alcança a iniciativa privada em uma troca dupla, pois o laboratório coloca a tecnologia no mercado e, por outro lado, empresas da região são beneficiadas porque empregam o desenvolvimento nacional e internacionalmente. Não só o PCT se fortalece com a chegada da Embrapii, mas a própria Embrapii por alcançar a zona de influência do parque”, comenta.
Centro de Valorização Compostos Bioativos da Amazônia - Formado por um grupo de pesquisa que possui mais de 20 anos de experiência em pesquisas de compostos bioativos da Amazônia, o laboratório, instalado no Espaço Inovação do PCT Guamá, oferece serviços que possibilitam o controle de qualidade em produtos de origem vegetal nas áreas de ciência e tecnologia de alimentos, farmacêutica, química, biotecnológica, cosmetologia, dentre outras.
Ele oferece os serviços de controle de qualidade de compostos bioativos e aspectos bioquímicos e funcionais; determinação da atividade antioxidante; avaliação do perfil de ácidos graxos; determinação da composição centesimal e da qualidade microbiológica; engenharia de produtos naturais; análises termofísicas; tecnologia e desenvolvimento de novos produtos; formulação e padronização de produtos; dentre outros.
Texto: Sérgio Moraes/Ascom PCT Fundação Guamá
