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Governo do Estado mantém estratégias de incentivo ao empreendedorismo feminino

Programas e projetos de qualificação e financiamento contribuem para o protagonismo das mulheres no ambiente de negócios

Por Dayane Baía (ARCON)
19/11/2022 12h06

O incentivo a negócios liderados por mulheres mobiliza organizações em todo o planeta. No Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino - 19 de Novembro, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Governo do Pará destaca várias frentes de apoio às mulheres empreendedoras.

Para a criação de negócios gerenciados por mulheres, o primeiro desafio é despertar habilidades empreendedoras, principalmente em mulheres em situação de vulnerabilidade social. Vítimas de violência doméstica geralmente estão inseridas em ciclos que dificultam a autonomia financeira. Oferecer condições que as façam acreditar no próprio potencial é o primeiro passo para o sucesso dos empreendimentos.

O Projeto Girândola, coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), atua nesse empoderamento. Socorro Lima, moradora de Ananindeua (município da Região Metropolitana de Belém), é atendida pela iniciativa. “Trabalho com alimentação, e o curso de Gestão de Negócios veio para agregar conhecimentos, como precificar meu trabalho. Era isso que faltava para melhorar minhas vendas. Aprendi a precificar sem perdas. Tenho muito a agradecer ao Projeto Girândola, que me abriu novos horizontes, novas formas de empreender”, afirma a autônoma.

De acordo com Márcia Jorge, coordenadora de Integração de Políticas para as Mulheres da Sejudh, o projeto oferece qualificação, acompanhamento psicossocial e orientação para negócios. “A formação é para que elas possam ter como uma das suas estratégias o empreendedorismo feminino, que hoje tem crescido realmente como uma das alternativas de geração de renda, e dessa forma conseguir o sustento de suas famílias. Sabemos que o Estado do Pará tem índices elevados de mulheres que sustentam seus filhos e precisam ter um incentivo para garantir a renda da sua família. O Projeto Girândola vem sendo desenvolvido em vários municípios em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), com o movimento de mulheres via conselhos municipais e organismos de política para mulheres”, destaca.Lara Silva (c) investiu e expandiu a venda de hortifrutis com recursos do Programa Empodera, do Banpará

Qualificação - Nas Usinas da Paz diversas iniciativas são realizadas para fomentar o empreendedorismo nas comunidades onde os complexos estão instalados. “As Usinas da Paz ajudam a devolver para o cidadão e a cidadã o entusiasmo de viver, de saber-se alguém merecedor de ‘um lugar ao sol’. Essa é a principal importância de disponibilizarmos os mais de 70 serviços nesses complexos comunitários. E aí vêm as outras consequências positivas: mais gente qualificada e empregada, diminuição dos índices de violência e criminalidade, talentos sendo descobertos, jovens se educando na liderança e nos valores humanos; mulheres provedoras sendo empoderadas; vidas florescendo", explica Ricardo Balestreri, titular da Secretaria de Articulação da Cidadania (Seac).

Entre os projetos desenvolvidos estão Ela Pode, pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet); Asas Verdes, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e a oficina de Reaproveitamento de Resíduos, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

O “Ela Pode” oferece a mulheres as mesmas oportunidades e a valorização que os homens já conquistaram no mundo do trabalho e do empreendedorismo, na busca da equidade de gênero. As atividades incluem rodas de conversa, formações, trilhas empreendedoras e criação de estratégias de redes sociais.

Já o “Asas Verdes” fomenta iniciativas de comercialização de produtos agrícolas e não agrícolas por meios de feiras verdes itinerantes, produzidos pela comunidade nos territórios, de forma a gerar trabalho e renda, empoderamento feminino e protagonismo juvenil, para o combate à fome e a pobreza.

A oficina de Reaproveitamento de Resíduos e Empreendedorismo auxilia na construção de coletores ecológicos e composteiras a partir da reutilização de baldes de margarina; produção de sabão com óleo de cozinha usado, e no empreendedorismo feminino com ênfase na liderança, finanças e negociação.

Financiamento - Para incentivar a independência financeira e a expansão de negócios de mulheres, o Banco do Estado do Pará (Banpará) criou a linha de crédito Empodera. Para participar, as empreendedoras devem ter negócios com, pelo menos, três meses de funcionamento, independentemente do ramo de atividade, do setor formal ou informal.

A instituição oferece três modalidades de investimento: fixo (aquisição de ferramentas, equipamentos, melhorias e/ou ampliações); capital de giro (aquisição de mercadorias, matérias primas etc.) e investimento misto (que envolve as duas anteriores).

Lara Thais Silva, atendida pelo Programa Empodera, considera que a linha de crédito é de extrema importância. “Trabalhar com hortifruti é algo bem desafiador, pois a mercadoria é bem sensível. Eu tinha em mente comprar um freezer para armazenar e expor minhas frutas mais sensíveis. Foi então que fiquei sabendo do Programa Empodera. Veio num momento bem propício. Eu consegui com esse crédito comprar meu primeiro freezer. Além de diminuir a perda que eu tinha com algumas frutas, consegui dar uma visão mais profissional no ambiente, e, consequentemente, atrair mais clientes com isso. Eu continuei no Programa por algum tempo, e hoje não tenho só um freezer, tenho quatro, e até maiores do que o primeiro que eu comprei. Abri uma filial, tenho seis funcionários, a maioria mulheres”, acrescenta.