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'LIBERDADE E CIDADANIA'

Parceria entre Seap e Semma garante trabalho e reintegração a internos do sistema penal

Internos do regime semiaberto atuam na Granja Modelo e no Bosque Rodrigues Alves - Jardim Botânico da Amazônia

Por Governo do Pará (SECOM)
17/11/2022 18h20

Limpeza de praças e outros logradouros na capital paraense fazem parte do projetoO convênio firmado entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém (Semma) já beneficiou nos últimos anos centenas de internos do sistema penitenciário que cumprem pena no regime semiaberto. O “Projeto Liberdade e Cidadania”, realizado na Granja Modelo e no Bosque Rodrigues Alves – Jardim Botânico da Amazônia, ajuda na reintegração social e permite o aprendizado de novas técnicas, ministradas por servidores da Semma.

A parceria entre Seap e Semma é diferenciada, por permitir que os internos saiam das unidades penais sozinhos para ir ao trabalho. Além do salário mínimo, eles recebem contribuição previdenciária, auxílio-transporte e auxílio-alimentação. Esse tipo de projeto permite vários meios de contribuição, garantindo renda e gerando mais conhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional.

“Eu percebo que a Semma sempre trata os internos como se eles fossem parte da equipe da Secretaria. Além disso, é um trabalho que envolve uma série de fatores, desde o reflorestamento de locais públicos até a preservação do Jardim Botânico de Belém”, disse Raquel Lima, coordenadora de Trabalho e Produção da Seap.

Produção de mudas - A Granja Modelo é o departamento de produção de mudas da Semma, responsável pelas mudas das espécies que serão plantadas nos espaços públicos da capital, como praças, rotatórias, escolas e demais logradouros.

Atualmente, trabalham na Granja 21 internos, sendo 13 homens e oito mulheres, divididos em quatro áreas de produção de plantas ornamentais, arbóreas e palmáceas. Em média, a produção mensal gira em torno de 30 mil mudas. Há um cronograma de trabalho seguido à risca, para que as mudas estejam com qualidade, tamanho e porte necessários para ser plantadas nos projetos paisagísticos.Os internos ajudam na manutenção do Bosque Rodrigues Alves

Cleydson Pinheiro, agrônomo da Granja Modelo, informou que o trabalho tem várias etapas, desde a coleta das sementes até a planta ir para os logradouros. “Os reeducandos participam de todo o processo, preparam a terra, fazem a limpeza, tiram as ervas daninhas, irrigam e também fazem a adubação e colocam as mudas no local definitivo, até sermos notificados para levarem as plantas até seu destino, em algum lugar da cidade”, contou o agrônomo.

Educação ambiental - O Bosque Rodrigues Alves tem aproximadamente 150 mil metros quadrados (m²), o equivalente a 30 campos de futebol. No espaço são desenvolvidos três eixos de trabalho: flora, fauna e educação ambiental. No entanto, os internos atuam apenas no cuidado com a fauna e na manutenção.

Trabalhos em construção também são feitos pelos internos A parceria com o Bosque retornou em março de 2021. No local trabalham 14 apenados, por meio do projeto. As mulheres são responsáveis principalmente pela rastelagem das folhas e pelo paisagismo nos canteiros, enquanto os homens fazem a manutenção dos recintos, pinturas, trabalhos em construção, além do corte de galhos e retirada de árvores caídas.

“Nós não temos uma equipe fixa de manutenção e operação. Então, são os reeducandos que mantêm o Bosque limpo para receber o público. Além disso, eles também conseguem ter uma interação com a sociedade. Isso faz com que se sintam em um ambiente de trabalho mais profissional”, ressaltou Alexandre Mesquita, diretor do Bosque Rodrigues Alves.

Outro resultado importante é a comunicação entre os internos e a equipe do Jardim Botânico da Amazônia. De acordo com Valéria Titan, administradora do Bosque, humanizar as relações também faz parte do trabalho. “Aqui temos uma via de mão dupla. Precisamos muito do trabalho deles, mas também podemos contribuir ajudando e deixando a nossa relação com eles mais leve dentro do ambiente de trabalho”, frisou.

Texto: Yasmin Cavalcante – Ascom/Seap