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Dia Mundial: Ophir Loyola alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Até o final do ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 930 casos no Pará

Por Leila Cruz (HOL)
17/11/2022 16h21

Mais de 65 mil casos e 15 mil óbitos por câncer de próstata são diagnosticados no Brasil por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. O envelhecimento populacional eleva a incidência e a mortalidade por esse tipo de tumor maligno. A doença ocupa a primeira posição em todas as regiões brasileiras e apresenta um risco estimado de 29,39 casos novos a cada 100 mil homens na Região Norte. A incidência aumenta a partir dos 50 anos, contudo é mais frequente na sétima década de vida.

Hoje (17), Dia  Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, o Hospital Ophir Loyola (HOL), que é o Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará (Cacon), alerta sobre o diagnóstico precoce e os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento desse tipo de tumor. As principais causas são hereditariedade, pai ou irmão com histórico de câncer de próstata; idade avançada, embora os idosos tenham tumores menos agressivos; raça negra; consumo de alimentos muitos gordurosos; tabagismo; alcoolismo e sedentarismo.

Até o final do ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 930 casos no Pará - uma taxa bruta estimada de 21,03 casos novos a cada 100 mil habitantes - e 140 casos novos somente em Belém. No HOL, mais de 500 homens estão em tratamento contra a neoplasia maligna de próstata, desse total  282 casos novos foram registrados de janeiro a setembro deste ano.  

O coordenador do Serviço de Urologia do HOL, Ricardo Tuma, afirma que as campanhas, a exemplo do Novembro Azul, incentivam os homens a buscar atendimento médico para rastrear o tumor, frequentemente descoberto através de exame físico, ultrassonografia e o teste do Antígeno Prostático Específico (PSA). Caso seja necessário confirmar o diagnóstico, o médico solicitará a biópsia.

Ricardo Tuma“Apesar de ainda existirem tabus, o exame de toque não afeta a masculinidade, apenas contribui para o diagnóstico precoce. A conscientização melhorou muito a partir das campanhas direcionadas à saúde dos homens. Um fator importante nesse cenário foi a participação das esposas, filhas e companheiras que os incentivam a fazer o rastreamento da doença”, afirmou o especialista.

Tuma enfatiza a necessidade de dar atenção especial ao tumor maligno da próstata. Além de ser muito prevalente no homem, atrás somente do câncer de pele não melanoma, apresenta alta agressividade dentro do cenário de tumores que atingem o sexo masculino. “É uma neoplasia maligna de crescimento acelerado e alto poder de infiltração e, em caso de diagnóstico tardio ou de progressão da doença localizada, pode levar à metástase”, alertou.

Em indivíduos com antecedente familiar, recomenda-se fazer o exame a partir dos 35 anos. Em geral, os exames de rastreamento devem ser realizados a partir dos 45 anos. “É importante esclarecer, quanto mais novo for o familiar diagnosticado com câncer de próstata, maior é a chance do indivíduo também desenvolver a doença. Quanto mais velho o familiar for diagnosticado, menor é a chance desse indivíduo ter a doença”, esclareceu. 

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata é assintomático, quando os sintomas manifestam são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, como ardor miccional, dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. A identificação da doença em fase inicial aumentará, de forma significativa, as chances de cura, caso esse tumor não seja agressivo.

“O Novembro Azul vem conscientizar o público masculino sobre a necessidade de fazer o diagnóstico precoce, a fim de possibilitar que esse paciente passe por um tratamento curativo. Com muita frequência acompanho pacientes curados, passadas duas décadas da realização de cirurgia para a retirada do tumor, porque  o câncer foi diagnosticado em fase inicial”, concluiu.