PIB do Pará em 2020 é o primeiro colocado na Região Norte e 10º no País
Com participação da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (16)
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados, no ano de 2020, foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (16). O Pará chegou a R$ 215,9 bilhões, ocupando a 10ª posição no País e primeira na Região Norte. Os estudos tiveram envolvimento de órgãos governamentais, considerando o Sistema de Contas Regionais.
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) participou do levantamento. Os resultados foram compartilhados em evento presencial no Teatro Estação Gasômetro, em Belém.
Maria Glaucia Moreira, coordenadora de Estatística Econômica e Contas Regionais da Fapespa, explica que os dados são consolidados para o primeiro ano da pandemia nos estados.
“Em termos de crescimento econômico, os estados sentiram os efeitos da pandemia. O Pará conseguiu se manter estável na expansão da produção, em relação a outros estados que tiveram quedas bem acentuadas, por exemplo, o Rio Grande do Sul, com -7 na sua economia. A extração de minério de ferro é uma atividade muito importante e estava muito elevada no mercado internacional, em 2020, contribuindo para o resultado”, avalia a coordenadora.
Por outro lado, o setor de serviços foi mais impactado em relação às restrições, em áreas como alojamento, alimentação, serviços domésticos e prestados às famílias. “O comércio foi uma exceção dentro do setor de serviços, apresentando um crescimento de 7% em função do consumo em geral, tanto no atacado como no varejo. Tivemos também incentivo ao crédito e auxílios emergenciais”, comenta a Maria Glaucia.
Durante o evento foram também lançados dois outros produtos elaborados pelas equipes técnicas da Fapespa: o Anuário Estatístico do Pará 2022 e o Radar de Indicadores das Regiões de Integração do Pará 2022.
Esse é o 7º Anuário Estatístico e considera os temas: Demografia, Economia, Social, Meio Ambiente e Infraestrutura. “O Anuário Estatístico do Pará é um esforço conjunto da Fapespa de fazer a socialização de dados, trazendo uma série temporal de cinco anos para cada informação indicador disponibilizado. Alguns destaques que nós podemos falar é da queda da mortalidade infantil. Nós tivemos aí uma queda no período expressivo do desses 5 anos, que são observados de 2017 a 2021. Também tivemos uma diminuição de focos de calor, assim como outros diversos indicadores”, pontua Walenda Tostes, diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação da Fapespa.
Os desafios apontados no levantamento indicam os reflexos da pandemia em indicadores de saúde, como por exemplo, o retrocesso no número de grávidas com acesso a sete ou mais consultas pré-natais, em 81 municípios, diante do contágio de Covid-19.
Já o Radar de Indicadores traz o levantamento por regiões de integração em áreas como Educação, Saúde, Mercado de Trabalho, Segurança e Economia. “A região do Xingu se destaca com o 3º maior rebanho bovino do Brasil, onde temos São Félix do Xingu, que lidera o ranking nacional dos municípios, em número de cabeças de bovinos. Agora um destaque negativo, tivemos a região do Tapajós, com um aumento da taxa de mortalidade infantil, o que não ocorreu em outros anos. Depois de uma pandemia, todas as áreas têm um desafio a se enfrentar. Temos regiões mais desenvolvidas e outras ainda que já estão passando por um processo de desenvolvimento”, destaca Walenda.
De acordo com o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, ao longo de 2022 vários estudos e produtos foram entregues para conhecimento da sociedade e ainda devem ter outros previstos até o final do ano.
“A Fundação é de amparo a fomento à pesquisa, mas também de realização de estudos importantíssimos para o fornecimento de informação qualificada para tomada de decisão do Legislativo, do Executivo, da sociedade em geral. Hoje nós apresentamos três produtos importantes, com dados cientificamente comprovados que vão auxiliar para qualquer um, o governo, a sociedade, a entender o que está acontecendo, o que deu certo, o que não deu certo, o que precisa melhorar”, pontua o presidente.
Os estudos estão disponíveis na íntegra e podem ser baixados no site da Fapespa.