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SAÚDE PÚBLICA

Simpósio esclarece objetivos e desafios dos cuidados paliativos

Evento realizado pelo Hospital Ohir Loyola abordou o trabalho dos profissionais da saúde voltado ao bem-estar físico, emocional e psicológico de pacientes e seus familiares

Por Governo do Pará (SECOM)
11/11/2022 18h39

O Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou o “II Simpósio Cuidados Paliativos” e o evento “Dez Anos da Residência Multiprofissional em Oncologia Cuidados Paliativos no HOL”, na quinta (10) e sexta-feira (11). A programação ocorreu no auditório da Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Ueafto), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), e apresentou a rotina dos servidores que atuam na área a estudantes, residentes, estagiários e profissionais da saúde e áreas afins.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos são prestados por uma equipe multidisciplinar visando à melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, em casos de doenças que ameaçam a vida. Para a fonoaudióloga Danielli Pinho, a promoção do conforto ao paciente é necessária para a prevenção e o alívio das dores e do sofrimento.A fonoaudióloga Danielli Pinho (d) destacou a importância do cuidado na prevenção e alívio das dores e do sofrimento

“Eventos como esse abordam os cuidados paliativos na sua essência. Afinal, trabalhamos muito a multidisciplinaridade e até a transdisciplinaridade, com sintonia e foco no sofrimento, na dor, no desconforto do paciente. Nos cuidados paliativos, o foco não é somente com o câncer, mas com o cuidado com o paciente. A doença não é deixada de lado, pois continua sendo acompanhada no seu curso, na sua progressão, mas mantemos o enfoque no cuidado do paciente”, explicou Danielli Pinho.

Compreender a doença e sua evolução ajuda a lidar com sintomas estressantes. Nessa perspectiva, a fonoaudióloga defende que a abordagem paliativa deve atentar para sintomas físicos, sem esquecer questões psicológicas e emocionais que circundam a incurabilidade.

“Trouxemos a nossa experiência e a importância do profissional da Fonoaudiologia nos cuidados paliativos, uma vez que esta especialidade atua em conjunto com as demais áreas para que o paciente esteja bem assistido. Auxilia ainda na assistência, na comunicação do paciente com a família, a equipe e, principalmente, no que diz respeito à alimentação. Precisamos compreender que esses são pacientes que, muitas vezes, não conseguem se alimentar ou têm dificuldade para deglutir”, explicou a fonoaudióloga.

Dentre os princípios gerais dos cuidados paliativos destaca-se a abordagem, para estabelecer um sistema de apoio que ajude o paciente e a família a lidar com a doença e a finitude da vida.

“O nosso objetivo é proporcionar ao paciente autonomia e funcionalidade. O acompanhamento fonoaudiológico, por exemplo, contribui para que o paciente possa se alimentar de forma segura. É preciso ter empatia, mas acima de tudo compaixão para ofertarmos a escuta atenta e compreender os desejos do paciente e orientar a família da melhor forma possível”, frisou Danielli Pinho.Participantes do Simpósio no auditório da Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Uepa

Acolhimento - No Hospital Ophir Loyola a equipe de cuidados paliativos conta com psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais e fonoaudiólogos, que oferecem aos pacientes oncológicos e seus familiares o alívio do sofrimento durante o tratamento no ambiente hospitalar e nas visitas domiciliares periódicas.

Além da atuação profissional, Danielli Pinho sabe  da importância das visitas, já que perdeu o pai devido ao câncer de peritônio. “Há dois meses eu perdi meu pai, e ele foi paciente do HOL. Eu sempre tive muito respeito e atenção pelo cuidador, porque é muito difícil estar nesse lugar. Meu pai estava bem debilitado por conta da doença e recebia regularmente a visita domiciliar. Eu deixei de ser fono e fui somente ser a filha do seu Haroldo Tavares, que contou com uma assistência maravilhosa. A visita domiciliar é um serviço completo e programado. Eu estou em luto, e acho que estarei em eterno luto, mas a assistência foi excelente, foi um processo leve para mim e para toda a minha família”, recordou a fonoaudióloga, que foi convidada para o evento para falar do tema “Cuidando de Quem Cuida”.

Terminalidade - O paciente terminal é aquele que recebe o diagnóstico de doença que coloca a vida em risco, como o câncer, e passa a enfrentar a “terminalidade”. “Trouxemos essa abordagem porque precisamos entender as dores do cuidador, o luto que ele passa, desde o processo de adoecimento, diagnóstico e tratamento. É nesse processo que nós precisamos compreender o cuidador. A comunicação é importante. Saber a forma que ele recebeu a notícia, como ele está lidando com todo o processo do cuidado paliativo”, ressaltou.

Para a assistente social do HOL, Ana Lídia Sardinha, o evento desmistificou concepções sobre cuidados paliativos. “Eles são voltados para a promoção da qualidade de vida e para ter uma partida menos sofrida, com um controle de sintomas, na medida do possível. Esse ano o tema da campanha mundial é ‘Curando Corações e Comunidades’, que traz o conceito de multiprofissionalidade dentro do cuidado. Para ter esse olhar diferenciado, nós precisamos trazer o público, a comunidade, para conhecer e entender melhor que não é um fim abandonado, mas um fim cuidado”, explicou.

Texto: Ellyson Ramos – Ascom/Hospital Ophir Loyola