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SAÚDE PÚBLICA

Adepará interdita abatedouros de aves e suínos em Benevides e Marituba

Em parceria com policiais civis, fiscais agropecuários do Grupo Tático constataram o abate de animais em ambiente insalubre e com danos ambientais

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
10/11/2022 19h56

Fiscais da Adepará e policiais da Delegacia de Meio Ambiente durante a ação nos abatedourosMais dois abatedouros foram interditados nesta quinta-feira (10) por servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) após a constatação de condições inadequadas de higiene, consideradas insalubres, que ofereciam risco iminente à saúde pública. As ações sanitárias ocorreram em um estabelecimento de abate de aves no município de Benevides (Região Metropolitana de Belém), e no abatedouro de suínos localizado no município de Marituba, também na RMB. O trabalho foi realizado em parceria com a Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil.

No estabelecimento em Benevides eram comercializadas aproximadamente mil aves por dia sem as mínimas condições sanitárias, colocando em risco a população que consumia o produto. No local também foi observada agressão ao meio ambiente, devido à contaminação do solo por resíduos do abate e à queima de lenha sem origem comprovada.Local de abate das aves: ameaça à saúde pública

Um estabelecimento nessas condições, atuando sem inspeção, coloca o consumidor em risco de contaminação com bactérias, principalmente Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus, causadoras de diarreia, vômito e infecção, que podem levar à morte. 

Já em Marituba, os fiscais interditaram um estabelecimento de criação de suínos com mais de 100 animais em condições de maus-tratos, e sem cadastro na Agência de Defesa Agropecuária.

Foi lavrado Termo de Interdição, Auto de Infração e multa por não manter registro de estabelecimento em inspeção oficial e desobedecer às normas sanitárias, acarretando a interdição do estabelecimento até a adequação às normas da vigilância sanitária ou do SIM (Serviço de Inspeção Municipal).Os porcos encontrados pelos agentes em ambiente insalubre

Grupo Tático - As duas ações foram realizadas pelo Grupo Agropecuário Técnico, Tático e Operacional (Gatto), da Adepará. O Grupo é composto por fiscais e agentes agropecuários e compartilha informações para promover o mais efetivo, amplo e articulado combate à atividade ilícita no Estado. Os integrantes recebem e investigam as denúncias de abate clandestino de animais e produção clandestina de produtos e subprodutos de origem animal. 

O abate clandestino engloba estabelecimentos que matam animais sem fiscalização sanitária e/ou não contribuem com o Fisco. A atividade ilegal representa riscos ao setor produtivo e ao consumidor, pois os alimentos possuem qualidade sanitária suspeita.

De acordo com Elton Toda, integrante do Gatto, um dos fiscais responsáveis pela ação desta quinta-feira, o grupo vem superando as expectativas de atuação. “Todas as ações são realizadas com êxito, já que contamos com a parceria de vários órgãos do Governo, e temos servidores com ampla experiência em fiscalização na equipe”, ressaltou.

As gerências Regionais, gerências dos Programas de Sanidade Animal, gerências do Serviço de Inspeção Animal, Unidades Locais de Sanidade Agropecuária (Ulsas), os escritórios de sanidade animal e os postos de Fiscalização Agropecuária encaminham informações ao Grupo Tático. Um banco de dados reunirá todas as informações necessárias à uniformidade das ações. 

Para ter garantia de que um produto foi fabricado em estabelecimento registrado e em boas condições sanitárias, o consumidor pode conferir os selos de inspeção impressos nos rótulos das embalagens: Serviço de Inspeção Municipal (SIM); Serviço de Inspeção Estadual (SIE), da Adepará; Registro Artesanal da Adepará; Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi).

Segurança - A Adepará ressalta a extrema importância de o consumidor ter acesso às informações da origem dos produtos e subprodutos, assim como a garantia de que foram processados em condições de higiene adequadas. Estabelecimentos clandestinos incorrem em crimes fiscais e ambientais. 

“As ações de fiscalização e de vigilância agropecuária no Pará são de competência da Adepará. Assim, a Agência criou o Grupo com o intuito de atuar com mais especificidade no combate à criação e ao abate clandestino em todo o território paraense e, assim, promover a sanidade dos animais e a segurança alimentar da nossa população. Este grupo possui capacidade de articulação com outros órgãos estaduais e federais. Então, os êxitos das ações do dia 10 de novembro fundamentaram-se na capacidade de atuação do Gatto em conjunto com a Delegacia do Meio Ambiente da Polícia Civil”, informou Jefferson de Oliveira, diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará e criador do Gatto.

Serviço: A Adepará está presente nos 144 municípios paraenses e recebe denúncias pela Ouvidoria. No site da Agência há os contatos dos escritórios regionais. Os telefones são: 3210-1101 / 1105 e 1121, ou pelo celular (91) 99392-4264.