'Floresta e produção: bens e serviços' é tema da programação científica do Floresta Pará
Representantes da Semas, Embrapa e Instituto do Clima discutiram iniciativas de proteção dos recursos naturais envolvendo a sociedade civil, em geral
Pela programação, alunos do 6º ano da Escola Estadual Alexandre Nicomedes da Cunha visitaram o Parque do UtingaFoto: Kleber José / IDEFLOR-BioA programação técnico-científica do Floresta Pará, evento carbono neutro realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) começou, nesta quinta-feira (10), com a mesa "Floresta e produção: bens e serviço, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém.
O primeiro debate do dia teve como convidados o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, o engenheiro florestal Milton Kanashiro e Maria Tereza Uille, do Instituto do Clima, que participou de forma virtual. Também participou, Yago Yago Borges, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Equipe do Ideflor-Bio apresenta espécies da flora do Parque do Utinga às crianças da Escola Alexandre Nicomedes da Cunha Foto: Kleber José / IDEFLOR-BioO pesquisador, Milton Kanashiro, apresentou uma síntese do histórico dos arranjos político-institucionais sobre os cuidados com a floresta e seus usos, a partir da década de 1970. Ele ressaltou como marco a Rio 92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, e o compromisso firmado por 179 países para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais, com a promoção de manejos florestais comunitários, com o protagonismo das populações locais.
O pesquisador da Embrapa destacou a necessidade de se valorizar mais a meta 17 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que trata das cooperações nos processos. Ele encerrou a apresentação convidando o público a acolher o sentido da saúde única como saúde humana, saúde animal, saúde da planta e saúde ambiental de forma conjunta e com a mesma importância, conforme tem proposto as Nações Unidas.
Foto: Kleber José / IDEFLOR-BioJá Maria Tereza Uille, do Instituto do Clima, fez uma retrospectiva da atuação do Conselho Nacional de Justiça, que ela integrou antes de se dedicar ao Instituto. Ela ressaltou a urgência de haver maior dedicação junto a políticas públicas de âmbito municipal. Com participação virtual, ao vivo, ela abordou a necessidade de um esforço para proporcionar a segurança jurídica aos diversos atores sociais, unindo cadastros dos poderes Judicial e Executivo, evitando a duplicidade de informações e consequentes problemas e mesmo crimes ambientais. Por fim, comentou que o poder público municipal precisa de capacitação no que se refere a aspectos ambientais e climáticos, específicos.
Yago Borges, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), explanou a respeito do manejo florestal praticado por ribeirinhos no Pará, a partir de uma contextualização legal, a partir da Resolução do Conama de 2009 até as normativas de 2021. Ele cita que existem 104 empreendimentos licenciados no Pará entre janeiro de 2021 a outubro de 2022, sendo a maioria deles situados em Afuá e Anajás, no Marajó. Foto: Kleber José / IDEFLOR-Bio
Durante a programação, cerca de 30 alunos do 6º ano, da Escola Estadual Alexandre Nicomedes da Cunha, do bairro da Cabanagem, foram recebidos nos estandes dos expositores, onde conheceram produtos madeiros e não madeireiros, espécies de mudas florestais e frutíferas e uma variedades de sementes nativas da floresta amazônica, utilizadas na composição dos Sistemas Agroflorestais, implantados pelo Ideflor-Bio.
O Sistema Agroflorestal (Safs), consiste no plantio de espécies florestais e frutíferas diversas em um mesmo terreno, beneficiando o desenvolvimento das plantações e contribuindo à recuperação de áreas alteradas, envolvendo não só a reconstituição das características do solo, mas de todos os elementos naturais que favorecem e dão condições para a manutenção da biodiversidade.
Após a visita os estudantes, seguiram para o Parque do Utinga , onde participaram de visita guiada por técnicos do Ideflor-Bio, que apresentaram as belezas naturais da Unidade de Conservação, o projeto Ararajuba, o Memorial dos Povos Originários da Amazônia Verônica Tembé e reforçaram a importância da preservação e conservação dos recursos naturais dos ecossistemas .
A programação científica prossegue nesta quinta -feira (11) até as 18h com mesas redonda e painel com os temas, "Mineração, Desmatamento e Mudanças Climáticas''. O encerramento contará com apresentação cultural e entrega de medalhas e também vai contar com programação cultural.
A cerimônia de encerramento da floresta ocorre a partir das 18h. Representantes de instituições públicas e privadas, e da sociedade civil serão agraciados com a medalha de honra do Ideflor-Bio, alusiva aos 15 anos da instituição, considerando as relevantes contribuições prestadas ao Instituto. A cerimônia de encerramento será no Teatro Maria Sylvia Nunes.
Programação 10 de novembro (tarde)
14h às 16h
Painel: Mineração, Desmatamento e Mudanças Climáticas.
Palestrante: Tasso Mendonça Jr. (ANM), Luis Maurano (INPE) (virtual) e Lise Tupiassu
(UFPA) (virtual)
Moderação: Marcelo Moreno (Semas)
16h30 às 18h
Mesa redonda: Restauração Florestal
Palestrante: Mayra de Nazaré Barral das Neves (Hydro), Marcelo Arco-Verde (Embrapa
Florestas) (virtual) e Ima Célia Vieira (Mpeg)
Moderação: Walmer Bruno Martins (Ufra)
Programação cultural
08/11 - DANÇA - 18h
Grupo/artista: DANÇART (Companhia de dança de Marituba – Espetáculo Amazônia)
09/11 - MÚSICA - 17:30h
Grupo/artista: Mário Mousinho e Banda - Canções Amazônicas
10/11 - MÚSICA - 17:30h
Trio Manari e Andrea Pinheiro - Sons da Floresta.