Sespa alerta sobre a osteoporose, doença que afeta 10 milhões de brasileiros
Rede pública estadual oferece capacitação para profissionais e programa de atendimento especializado aos doentes
Há cinco anos, a dona de casa Olgarina Carvalho, de 77 anos, faz tratamento para a osteoporose no Hospital Regional Jean Bitar, em Belém. "Chegou uma fase que os medicamentos em si, não ajudavam no tratamento, foi quando eu comecei a fazer aulas de hidroginástica, duas vezes por semana, e hoje melhorou muito a minha vida num todo. Consigo andar até sem muleta, algo que antes do tratamento era bem difícil”, comemora a paciente.
Silenciosa, a doença é a principal causa de fratura em pessoas acima de 50 anos. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, cerca de 10 milhões de homens e mulheres sofrem de osteoporose, mas apenas 20% sabem que têm a doença, que se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea e provoca o aumento do risco de fraturas.
Nesta quinta-feira, 20 de outubro, Dia Mundial Contra a Osteoporose, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reforça que a prevenção contra a doença deve começar ainda na juventude. “É importante ter bons hábitos, como alimentação saudável, atividade física, evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica e o tabagismo. Por outro lado, se você não teve tais oportunidades, ainda é possível instituir mudanças em seu estilo de vida”, alerta a médica geriatra da Unidade de Referência Especializada (URE), Regiany Pires.
A capacitação e assessoria técnica da rede de saúde dos municípios do Pará é feita pela Coordenação Estadual de Saúde do Idoso, da Sespa, como explica Amujacy Vilhena, gestor da coordenação. “Uma etapa importante desse trabalho no território estadual é a orientação quanto à Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa, que é uma metodologia que orienta a elaboração de fichas técnicas de pacientes e, a partir das avaliações feitas, é possível traçar um perfil da pessoa e encaminhá-la para uma Unidade de Referência”, esclarece.
A densitometria óssea ainda é o melhor método para o diagnóstico da osteoporose. O exame, que mede a quantidade de cálcio nos ossos, pesquisa e indica o nível de gravidade da doença. Histórico familiar, ter artrite reumatoide, fumar e beber em excesso contribuem para a osteoporose. Mulheres são as mais afetadas por causa da menopausa.
Ainda de acordo com especialistas, em muitos casos, a osteoporose só é diagnosticada após a ocorrência da fratura, já que a doença não provoca dor. As principais fraturas decorrentes da doença são de vértebra, antebraço e fêmur, sendo essa última a mais perigosa.
Para reforçar a rede de tratamento e prevenção da osteoporose, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do Pará (Seel), programa “Vida Ativa”. A ação busca incentivar a prática da atividade física que é recomendada por especialistas.
“A atividade física auxilia no fortalecimento dos ossos, melhorando assim, o quadro clínico da doença. No programa, são disponibilizados aos alunos as atividades como, Hidroginástica, Ioga, dança, ginástica funcional, e com um tempo, a grande maioria dos pacientes que seguem com o tratamento, apresentam melhora de forma circunstancial no quadro da osteoporose”, garante a professora de educação física Flávia Pvati.