Poder público participa do segundo dia de oficinas para construção do Plano de Bioeconomia do Pará
Vários órgãos do governo do Estado estiveram reunidos nesta terça-feira (28) para darem continuidade às propostas para construção do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) do Pará, no hotel Beira-Rio, em Belém. Esta é a 2ª oficina para construção do Plano Estadual, a 1ª foi realizada entre 23 e 27 de maio, também na capital paraense. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) recebe apoio da organização nao governamental The Nature Conservancy ( TNC) no ambito do projeto “Preparando um território carbono neutro”.
Esse processo é parte estratégica do eixo do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono.
Além dos organizadores, também participaram integrantes do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), Agência de Desenvolvimento da Pecuária (Adepará), Secretaria de Planejamento e Administração (Seplad), Secretaria de Educação (Seduc), Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e outros representantes governamentais no evento.
Segundo a diretora de Bioeconomia e serviços ambientais, da Semas, Camille Bemerguy, o Estado do Pará, nos últimos anos, vem criando uma série de ações estruturantes, no âmbito de uma política setorial de uso da terra e florestas, que é o Plano Estadual Amazônia Agora, que se insere numa política estadual de mudanças climáticas, para transição para uma economia de baixo carbono. “A consolidação de uma política climática robusta requer uma série de ações que permitam essa transição, para tanto é necessário identificar quais são os problemas, quais os gargalos e, efetivamente, os caminhos e soluções. As oficinas de ontem e de hoje, trazem essa contribuição, de identificação de quais são esses possíveis caminhos e ações para resolver esses problemas e nivelar no âmbito do governo, qual é essa bioeconomia que a gente quer e que permite a consolidação dessa transição rumo a um estado carbono neutro”
Neste novo encontro estão sendo observadas as evoluções obtidas no final de maio passado com os debates que envolveram o setor público, comunidades quilombolas, povos tradicionais e indígenas, além dos setores privado e acadêmico. Ainda foram apresentados o planejamento às próximas fases: em agosto haverá uma 3ª rodada de oficinas; uma outra etapa para o final de agosto/setembro; consulta pública em nov/dez e ajustes finais e lançamento do PlanBio, para integrar o Plano Plurianual Anual (PPA) 2023/2027, do governo do Pará. Os eixos de desenvolvimento pretendidos pelo PlanBio - de pesquisa e inovação, patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, e cadeias produtivas e negócios sustentáveis -,também foram expostos aos presentes.
Camila Miranda, coordenadora de Bioeconomia, da Semas, falou que essa segunda rodada de oficinas, nesses primeiros dois dias com órgãos de governo, para olhar os resultados das primeiras cinco oficinas com ONGs, setor privado, governo, povos e comunidades tradicionais, academia e instituições de pesquisa. Hoje, somente diferentes órgãos de governo olham as ações propostas, os problemas, as causas e haverá cruzamento com as ações existentes nas secretarias para propor para o PPA, que a bioeconomia esteja cada vez mais entronizada nas diferentes áreas de atuação. “Cada secretaria coloca os projetos em andamento, as ações, mas também propõe, estrategicamente, como a gente pode olhar para os próximos quatro anos. Isso é interessante para que possamos promover o nivelamento quanto à bioeconomia que queremos, não como um conceito fechado de bioeconomia, mas para a direção que o estado aponta. Em três diferentes eixos, um sentido de uma atuação de gestão integrada, o estado olha como um todo pra a bioeconomia no Pará. A intenção maior é amazônidas falando para amazônidas, soluções que saiam dos amazônidas”, conclui
“Para a Seplad é muito importante se fazer presente em todas as etapas de construção do Plano, para um melhor entendimento técnico do objetivo da ação, do PlanBio, da política como um todo, porque isso vai reverberar na construção do próximo PPA, nosso Plano Plurianual, que vai ser ano que vem. Então, é muito importante que estejamos cientes de todas as etapas, para que a gente possa colaborar com o debate, pra fazer um PPA bem prático e bem exequível”, define a técnica de planejamento da Seplad, Julianna Saraiva.
A técnica Emlly Silva, explicou que a participação da Seduc tem a ver com levar essas estratégias, o conteúdo do Plano, para as escolas. “Nós já realizamos ações voltadas para a economia criativa. Então, as escolas já estão tendo contato com esse assunto. Realizamos a Feira Sustentável, onde levamos aos servidores, artesanato, moda feminina, produtos veganos e as escolas também têm um momento, na feira, que apresentam o que foi trabalhado nessa temática da sustentabilidade, jogos pedagógicos, com participação dos estudantes, com a temática da bioeconomia, discussão sobre produção, consumo, origem do produto e que benefício esses produtos vão trazer para o dia a dia. Essa discussão nas escolas é essencial”.
Integrante da Sectet, Maria Lúcia Ohana, disse que “estamos com um projeto chamado Muca – Museu de Ciência da Amazônia -, projeto de museu interativo, no município de Belterra, que resgata a comunidade da região do Tapajós, na reconstrução de casas abandonadas de um grande projeto que ali tinha, na cidade de Fordlândia, e se tornar uma área de turismo. “Uma casa será um restaurante, outra vai ser de pequenas lojas com produção da comunidade. Vamos ter uma área só de pesquisas, para os pesquisadores desenvolverem as ações junto com a comunidade resgatando todo o conhecimento e saber da região, esse é o projeto que existe e pensamos em expandir. A Sectet trabalha sempre parceria com as instituições de ensino, pesquisadores e professores. Neste caso, os maiores parceiros estão dentro da Universidade Federal do Pará. Outras propostas de atuação no Pará serão apresentadas para construção do Plano”, expõe.