Câmara Técnica de Equidade, Igualdade de Gênero e Mudanças Climáticas reúne membros, em Belém
Com a participação das mais diversas esferas ligadas a questões ambientais, a Câmara Técnica de Equidade, Igualdade de Gênero e Mudanças Climáticas se reuniu nesta quarta-feira, 15, para debater temas que contribuam para melhoria da criação e implementação das políticas públicas que respeitem as desigualdades e individualidades de cada gênero.
A reunião contou com a presença de diversos órgãos. Além da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), estiveram no evento a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério Público do Pará (MPPA), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri/PA), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor- Bio), além de representantes de povos tradicionais, como índios, quilombolas e extrativistas. A ação contou com a mediação do grupo Janela 8 que tem como objetivo equilibrar direitos e protagonismo entre homens e mulheres.
Peça fundamental dentro da Câmara Técnica, a organização The Nature Conservancy (TNC) esteve representada na reunião e auxiliou na metodologia e desenvolvimento das ideias a serem expostas. “É um projeto que dialoga bastante com a temática do desenvolvimento rural, então propusemos trazer esse debate para a Câmara Técnica de Equidade, Igualdade de Gênero e Mudanças Climáticas pois entendemos que converge diretamente com a preocupação da Política Estadual de Mudanças Climáticas do próprio Plano Estadual Amazônia Agora. O foco é avançar nesse modelo de mudança com mulheres e jovens, tendo o reconhecimento da diversidade de raça ou gênero dentro dessas políticas, para construir dentro da Câmara Técnica um grupo fixo de trabalho que possa propor questões dentro do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática (Fpmac), por exemplo", explicou a Coordenadora de Conservação da TNC, Teresa Moreira.
A Câmara tem como objetivo identificar estratégias que possam responder às inúmeras crises ambientais e humanitárias causadas pelas mudanças do clima. Além disso, a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas tem como um de seus princípios a implementação de ações que promovam a equidade de gênero e a participação de jovens nos processos de implementação desta Política. "É necessário pautar sempre essa junção gênero e clima, trazendo organizações que tem esse trabalho especialmente com as mulheres. Conseguir que o Estado seja sensível com essa pauta é gratificante. O Pará é o Estado mais impactado com mudanças climáticas, o que acarreta muitas dificuldades para mulheres que acabam perdendo produção. Então poder discutir propondo soluções que possam mudar essa realidade é muito importante", afirmou a Coordenadora das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombolas do Pará (Malungu), Valéria Carneiro.
Com a presença de diversos interessados nas discussões, o debate foi enriquecido pelas inúmeras questões levantadas durante os dois dias de evento. "Após a reunião, a expectativa agora é muito grande para os próximos passos. Os membros da Câmara estão muito representativos com as peculiaridades do nosso Estado do Pará, e com isso pudemos levantar diversas pautas para serem trabalhadas e consolidá-las. Em especial a questão de regularização fundiária, liberação de créditos e assistência técnica para essas pessoas e a forma de como levar essas políticas públicas para os povos mais distantes da capital", frisou a Coordenadora da Câmara Técnica, Camila Castro.
Por parte da Semas, os dois dias foram considerados produtivos para a continuidade das ações desenvolvidas pela secretaria em todo Estado. “A Semas possibilitou através da implementação da Política Estadual de Mudanças Climáticas, as discussões sobre o clima e a equidade de gênero. A instalação dessa Câmara abre a discussão trazendo representantes e instituições importantes para o plano de trabalho, com a participação de mulheres que representam a nossa diversidade cultural, com povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e agricultores familiares. Estamos bem contentes e prontos para seguir apoiando o desenvolvimento desta Câmara Técnica pelo Estado”, conclui Haydeé Marinho, Diretora de Gestão Socioeconômica da Semas.
Ao término do debate foi criado um grupo de trabalho que se reunirá na próxima semana para dar prosseguimento a questões levantadas. A Câmara Técnica contará com reuniões trimestrais com o acompanhamento do grupo Janela 8.