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EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Seduc e TerPaz realizam sarau de encerramento do ‘Que Nem Maré’

Programação cultural realizada na UsiPaz do Icuí-Guajará, em Ananindeua, contou com a presença de jovens da ação literária

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
09/06/2022 13h56

Apresentação do projeto 'Que Nem Maré vai às UsiPaz' nesta quarta-feira (8) na Usina do Icuí-Guajará O teatro da Usina da Paz (UsiPaz) do Icuí-Guajará, em Ananindeua, foi palco do grande sarau cultural que marcou o encerramento das oficinas do projeto “Que Nem Maré vai às UsiPaz”, nesta quarta-feira (8). A iniciativa da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) busca incentivar a literatura, a arte e a poesia das crianças e adolescentes que residem nos bairros atendidos pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz).

A programação cultural foi repleta de apresentações artísticas, sejam elas de danças, recitação de poesias, teatro de fantoche, contação de histórias e dos alunos que integram o projeto “Músicas Pela Paz”. Os jovens dos bairros da Cabanagem, Icuí-Guajará e Terra Firme, na Grande Belém, não perderam a oportunidade de acompanhar de perto todo o evento.

Crianças e adolescentes se divertiram no palco e na plateia do sarau no teatro da UsiPaz do Icuí-GuajaráVale lembrar que o projeto “Que Nem Maré” iniciou suas atividades em agosto de 2021, por meio de oficinas de contação de histórias e atividades lúdicas para crianças de 08 a 10 anos de idade, nas áreas atendidas pelo TerPaz, proporcionando o reconhecimento e a valorização da identidade afro, indígena e ribeirinha. Toda ação surgiu para que as crianças pudessem desenvolver alguma atividade lúdica, criativa e educativa no período de contraturno escolar e não ficassem ociosas em casa.

Nesta última fase, as atividades foram desenvolvidas nas bibliotecas das UsiPaz, escolas da rede pública estadual e nas localidades atendidas pelo TerPaz, com o apoio da professora Débora Ferreira. Segundo a professora da rede pública estadual e coordenadora do projeto, Lilia Melo, o principal objetivo da atividade é mudar e transformar a realidade de jovens periféricos.

Meninos e meninas prestigiaram as apresentações resultantes das oficinas de arte do Ter Paz “Eles precisam de incentivo para potencializar a arte de meninas e meninos que já são produtores culturais, mas que não tem estrutura para dar continuidade nesse trabalho. Portanto, a atividade não só faz uma iniciação à leitura, como fomenta a produção de textos criativos, ou seja, literários. A partir disso, eles vão dramatizar, trabalhar com o teatro, a poesia, a musicalização e isso favorece um intercâmbio cultural entre as diversas possibilidades artísticas existentes”, frisou.

Jovens cantam e tocam no teatro da UsiPaz A educadora disse, ainda, que fazer esse investimento na educação é fundamental para que o talento de mais jovens seja reconhecido e potencializado. “Se eu tenho um menino que sabe fazer arte, eu fortaleço essa atividade e ele leva esse trabalho para a comunidade onde reside, influenciando e, também, servindo de exemplo para outros jovens. Eu me sinto extremamente realizada fazendo parte desse projeto, porque é isso que eu acredito, é isso que eu sei fazer. Quando eu vejo um auditório lotado de crianças, de jovens, tocando juntos e falando sobre a sua realidade, não simplesmente romantizando as suas dificuldades, mas denunciando e dizendo: “chega, não quero viver certas coisas, a gente tem muito mais à oferecer”, isso realmente é muito prazeroso”, complementa Lília Melo.

A coordenadora do TerPaz na Seduc, Ivete Brabo, afirma que a realização do sarau cultural é muito importante, porque representa a culminância do trabalho desenvolvido com os jovens durante todo o semestre. “A intenção desse encontro é justamente mostrar às crianças, professores e toda a comunidade escolar, que nós temos a possibilidade de trabalhar a leitura a partir das artes, e é nítido a participação das crianças nesse processo. Elas aprendem que leitura não é simplesmente um livro, mas é a história, é a arte, é o canto, o teatro, são múltiplas possibilidades de expressões cênicas e culturais”, destacou.

Texto em colaboração com Yasmin Seraphico (Ascom/Seduc)