Alunos aprendem a preparar alimentos com plantas comestíveis e a preservar o meio ambiente
Evento da Escola Estadual Profª. Esther Bandeira, em Belém, buscou conscientizar alunos, pais e professores sobre a importância de preservar os recursos naturais
A preocupação com o meio ambiente tem sido cada vez mais presente durante o processo de ensino-aprendizagem, principalmente para sensibilizar toda a comunidade escolar sobre a importância da preservação dos ecossistemas, a partir de trabalhos que valorizam a prática da educação ambiental. Nesta segunda-feira (6), a Escola Estadual Profª. Esther Bandeira, em Belém, promoveu diversas ações pedagógicas alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
A programação matutina envolveu mais de 300 alunos do Ensino Fundamental I e cada turma foi responsável por uma atividade sustentável. O 1º ano ficou com a horta caseira; o 2º ano com o teatro de fantoches (Utilixo); 3º ano trabalhou o combate às arboviroses e, por fim, os estudantes do 4º e 5º anos desenvolveram um posto de coleta seletiva. Esta fase do evento teve a parceria da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), a Prefeitura de Belém e a Infraero.
Já durante a tarde, houve uma oficina com o tema “Cultivando e consumindo a cultura alimentar: A comida como cultura e a cultura como comida”. Na ocasião, mais de 40 alunos, pais e professores aprenderam a identificar espécies comestíveis, preparar receitas com produtos da biodiversidade amazônica e puderam degustar os alimentos produzidos pelo biólogo e chef Wagner Vieira, responsável pelo projeto Toró - Gastronomia Sustentável.
CURIOSIDADE
Quem estava interessada em aprender e experimentar as receitas do mestre-cuca era a estudante Stefany Freitas, de 13 anos, que está no 7º ano do Ensino Fundamental. “Achei a oficina bem legal, porque a gente descobre novos alimentos que nunca tínhamos visto, inclusive bastante nutritivos. Não tinha conhecimento das plantas que o chef está preparando, está sendo tudo novo para mim, estou bem ansiosa e animada com a experiência”, frisou.
Outra que ficou impressionada com alguns alimentos produzidos através de plantas amazônicas foi a merendeira, Naele Silva. “O cariru, por exemplo, é algo que a gente já tem o hábito de consumir diariamente. Mas outras plantas, como a taioba, que substitui a couve, é uma situação diferente, ainda mais porque trabalhamos com alimentos saudáveis para a preparação da merenda dos estudantes. Portanto, esta é uma experiência de ver o mundo de outra forma, aproveitando aquilo que aos nossos olhos não tem valor nenhum, apenas por falta de conhecimento”, enfatizou.
O chef Wagner Vieira detalha que apresentou aos alunos espécies que chama de “mato de comer”, como a taioba, capeba e cariru, porque são plantas de fácil acesso, custo zero e com valor nutritivo muito grande. “Hoje, trouxe alguns exemplos de como fazer o aproveitamento total das frutas, verduras e legumes, desde as folhas até as cascas. Portanto, estamos ressignificando o sentido da palavra aprendizado, porque conhecimento guardado, não é conhecimento e transmiti-los é fundamental para que haja a continuidade destas práticas sustentáveis”, afirmou.
A diretora da Escola Estadual Profª. Esther Bandeira, Márcia Siane Cota, destaca que o espaço de aprendizagem vem trabalhando de forma intensa a temática da educação ambiental, porque tem percebido que é uma necessidade de toda a comunidade, devido a coleta do lixo de maneira irregular e o descarte de resíduos sólidos pelas ruas do bairro.
Diretora Márcia Cota“Nós começamos a trabalhar o ano inteiro com temáticas voltadas para o meio ambiente e com a chegada do mês de junho, dedicado à intensificação aos cuidados com o ecossistema, a gente sistematiza todas as ações que desenvolvemos desde o início do ano letivo e daremos prosseguimento. Nossa ideia é ser uma escola com educação sustentável, com a participação ativa de alunos, seus familiares e toda a unidade de ensino”, disse a dirigente.