Gastronomia é ponto alto do segundo dia da FITA 2022
Convidados destacaram a importância de ingredientes, sabores e fazeres para o turismo
Chefs de cozinha destacaram que o Pará está na vanguarda da bioeconomia ao manter a floresta em pé e valorizar os produtos delaQue a autêntica e original gastronomia paraense é reconhecida nacional e mundialmente não é novidade para ninguém. Também é verdade que gastronomia e turismo caminham juntos em um dos segmentos que mais cresce no mercado global. Na noite da última sexta-feira (06), especialistas do setor debateram a importância da gastronomia para o turismo na primeira palestra-show da décima edição da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA), na Estação das Docas.
Uma das atrações da noite foi a chef paulistana Bel Coelho. Com mais de 20 anos de carreira, ela passou por casas de renome e hoje comanda o restaurante Clandestino em São Paulo. Formada no Culinary Institute of America, na cidade de Nova Iorque, já trabalhou com Alex Atala, no D.O.M. Tornou-se conhecida a partir de 2003 como chefe do restaurante Madelleine. No ano seguinte passou a comandar a cozinha do Sabuji e recebeu o prêmio de Chef Revelação, oferecido pelo júri da Veja São Paulo, na edição Guia Comer e Beber.
“Mais que difundir o turismo gastronômico, a culinária tem um papel muito grande no turismo. Nós, enquanto chefs, precisamos fazer com que o resto do Brasil conheça o tucupi, o jambu, a maniçoba, as ervas, a priprioca… incorporar esses produtos em nossos pratos para que eles se tornem conhecidos lá fora”, garante a chef, que é uma entusiasta dos ingredientes amazônicos.
A jornalista Mariella Lazaretti - diretora-responsável da Editora 4 Capas, que faz a revista "Prazeres da Mesa", a revista bilíngue "Mesa Tendências" e "Just For", que mediou o debate com a presença também do chef santareno Saulo Jennings e o executivo Georges Schnyder, comentou a importância da Amazônia como fonte de recursos naturais.
"Acho que todo mundo aqui entendeu a importância da floresta em pé. Todos esses ingredientes que estão aqui são encontrados na floresta. Isso mostra o quanto a floresta em pé tem muito mais valor do que uma área derrubada e desmatada", disse ao reforçar a importância da bieconomia, um movimento que o Governo do Pará está na vanguarda na região e no Brasil.
Saulo Jennings reforçou que, para ele, o importante é ser um elemento multiplicador dessa cultura local, dos seus elementos, ingredientes, conhecimentos e saberes como uma plataforma para outros mercados.
“Gastronomia tem que ser verdadeira. O Saulo é o embaixador desse movimento, mas vocês aqui presentes também precisam se apropriar disso como parte do processo. Vamos mostrar isso de uma forma forte no Brasil e no mundo”, resumiu Georges Schnyder, diretor executivo do "Mundo Mesa", plataforma de gastronomia que proporciona experiências através da produção de conteúdo.
Painéis temáticos
A programação da sexta-feira também trouxe dois painéis temáticos ligados ao tema da FITA 2022, “Turismo Inteligente: Conexões e Experiências Sustentáveis”. O primeiro deles falou sobre Cidades Criativas com a participação de Virgínia Casado (Unesco), Leandro Lima (Cidade Criativa Salvador) e o vice-presidente da Codem, Luiz Rodrigo Neves.
Palestrantes abordaram condições para concessão do título de Cidades CriativasVirgínia Casado, oficial de Projetos do Setor de Cultura na Representação da UNESCO no Brasil, destacou a importância dos marcos conceituais para a manutenção dos títulos de "Cidade Criativa da Gastronomia" em Belém e de "Cidade Criativa Musical" em Salvador. A concessão é uma base para o fortalecimento turístico e o reconhecimento do desenvolvimento das atividades criativas.
Público pode conferir palestra-show em gastronomia"O título de Cidade Criativa é uma chancela que tem reconhecimento mundial, imagina que Belém é uma dessas, o mundo inteiro sabe que a cidade de Belém está entre as poucas mais de duzentas no mundo que é o modelo para tal atividade", explica Virgínia Casado.
No debate do painel de Destinos Inteligentes estiveram presentes Nicole Facuri (MTur), Gonzalo La Rosa (Ciudades del Futuro) e o consultor internacional Ítalo Mendes.
“Quando a gente fala de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), a gente está falando de uma metodologia e de um plano de transformação. São estratégias básicas e simples, não precisa ser necessariamente tecnologia, mas meios temáticos e sustentáveis de turismo, por exemplo, que de uma forma possibilite ao turista ter uma experiência mais segura e acessível”, concluiu Nicole Facuri.
Texto: Ascom Setur