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USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

Santa Casa cria protocolos para o uso seguro de medicamentos

Profissionais do hospital criaram o protocolo da dor, ferramenta que ajuda no uso e correto e seguro de analgésicos

Por Governo do Pará (SECOM)
05/05/2022 15h56

“Hoje temos o entendimento de que o termo ´uso racional do medicamento’ possui um aspecto muito amplo que vai desde a escolha do medicamento, da dose utilizada e principalmente da forma de utilização”. A afirmação é da farmacêutica clínica da Santa Casa, Haila Vieira, uma das profissionais que tem o papel de desenvolver ações voltadas ao uso correto e seguro dos medicamentos na unidade.

Haila Vieira atua com o controle e a dispensação do que é prescrito, avaliação clínica dos medicamentos utilizados pelos pacientes, elaboração de protocolos e acompanhamento do uso dos protocolos, além da avaliação de todas as prescrições atendidas, e acompanhamento do uso de antibióticos, de Anti Retrovirais, de medicamentos de alto custo, de medicamentos de alta vigilância.

A farmacêutica ressalta a importância do uso racional de medicamentos para a prevenção de muitos problemas de saúde que podem ser ocasionados quando a utilização se dá de forma errada, inclusive fora do ambiente hospitalar.

“O uso inadequado de medicamentos pode gerar problemas gástricos, como no uso indiscriminado de anti-inflamatórios; problemas ósseos e hormonais pelo uso de corticoides de forma inadequada; a resistência microbiana é uma das principais preocupações do mundo devido ao arsenal de antibióticos disponíveis que está cada vez mais restrito. Enfim, são inúmeros os efeitos do uso incorreto dos medicamentos, que pode induzir até a morte ou aquisição de doenças crônicas”, explica.

O médico hepatologista da Santa Casa Rafael Garcia acompanha há anos pacientes no ambulatório do fígado da instituição, ele também ressalta os perigos que alguns medicamentos, inclusive algumas ervas medicinais, podem trazer para o fígado.

“Muitas substâncias podem causar lesão hepática independente da dose. Infelizmente já tive oportunidade de acompanhar diversos casos de hepatite induzida por medicamentos e também suplementos e chás. Muitos se resolvem com a suspensão do uso da substância, mas alguns são bem mais graves e exigem até transplante de fígado de urgência”, conta o médico que cita algumas das substâncias muito usadas regionalmente como “remédios caseiros”, mas que podem também fazer mal a saúde se usados em excesso ou inadequadamente;

Entre as ervas consideradas tóxicas para o fígado, citadas pelo médico estão algumas conhecidas como unha-de-gato, sene, sacaca e chá verde, que podem resultar em casos graves, dependendo da forma como são utilizadas. Por isso o especialista ressalta que o ideal é que o uso de medicamentos seja orientado e supervisionado por um médico.

“Isso reduz muito o risco de se ter uma reação dessas e colabora com o reconhecimento precoce da situação para poder ser tratado corretamente. O mais importante é não se automedicar, não utilizar nenhum tipo de suplemento, chá, remédio ‘natural’ sem acompanhamento médico, e procurar ajuda especialmente se apresentar olhos amarelados, urina muito escura, fezes esbranquiçadas que são sinais muito importantes de gravidade.

Protocolo de dor

Outra ferramenta que vem sendo implementada na Santa Casa que também integra as ações para o uso racional de medicamentos é o protocolo de dor, um instrumento elaborado por equipe multiprofissional que tem por objetivo o uso racional e seguro dos analgésicos, incluindo anti-inflamatórios e opióides.

“A parametrização (no sistema de gestão hospitalar) dos critérios de uso dos medicamentos envolvidos no tratamento da dor, favorece esse uso correto porque  direciona o prescritor no momento da escolha do medicamento a ser prescrito, pois o médico decide o tratamento a partir dos critérios de uso, como por exemplo a escala de dor que indica o medicamento de acordo com a intensidade da dor”, ressalta a farmacêutica Haila Vieira.

*Texto de Etiene Andrade (Ascom - Santa Casa)