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Palestra no Hospital Ophir Loyola alerta para prevenção e sintomas de linfedema

Para prevenir a doença, causada por insuficiência do sistema linfático, é preciso o acompanhamento de um profissional habilitado

Por Governo do Pará (SECOM)
30/04/2022 11h30

Manifestação clínica gerada por insuficiência do sistema linfático e do transporte da linfa (líquido que circula pelos vasos linfáticos), o linfedema pode ser um sinal ou sintoma de outra doença. Em pacientes oncológicos, a ocorrência pode promover o inchaço do membro, fibrose, deposição anormal de gordura e eventual doença cutânea acentuada. Também pode ser causada por metástase ou invasão direta do tumor ativo na rede linfática."Manejo do Linfedema Secundário ao Câncer” foi o tema da palestra realizada no Hospital Ophir Loyola

A fisioterapia oncológica visa diminuir as complicações do tratamento do câncer, em especial o surgimento de linfedemas. O fisioterapeuta é responsável por realizar a Terapia Física Complexa, um método composto por duas fases: intensiva e de manutenção. As técnicas utilizadas foram abordadas durante a palestra “Manejo do Linfedema Secundário ao Câncer”, realizada na tarde de sexta-feira (29), no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém. O evento foi ministrado pelo fisioterapeuta oncológico Leonardo Aviz.

O acompanhamento de um profissional habilitado é indispensável na prevenção de linfedemas. O especialista orienta os pacientes quanto aos fatores de riscos modificáveis e auxilia na identificação e rastreio da doença, por meio da avaliação física. Referência em oncologia no Pará, o HOL garantiu aos servidores e residentes da instituição capacitação sobre a manipulação dessa doença.

“Os componentes da fase intensiva são cuidados com a pele, drenagem linfática manual (DLM), bandagem de curta duração de múltiplas camadas e exercícios físicos. Na segunda fase, os pacientes são orientados a usar vestimentas compressivas, de acordo com a orientação do fisioterapeuta responsável. Os objetivos desta etapa são voltados para a conservação dos resultados obtidos”, explica Leonardo Aviz.

Formas de prevenção da doença foram enfatizados na palestraSegundo o especialista, o linfedema afeta cerca de 20% dos pacientes oncológicos, e é preciso atentar para o problema, a fim de garantir melhor qualidade de vida e aumentar as chances de cura. “Fazer esse trabalho em um centro de referência garante capacitação profissional, para que o especialista consiga avaliar precocemente a manifestação do linfedema. Quando avaliamos previamente e identificamos os fatores de risco, conseguimos orientar corretamente a causa, a evolução e as chances de cura”, afirma.

De acordo com a International Society of Lymphology, há quatro classificações de linfedema. No primeiro estágio, a chamada condição latente, o inchaço não é evidente. Em seguida, há acúmulo de líquidos, que desaparece com a simples elevação do membro. O problema tende a se agravar com o não desaparecimento do inchaço, podendo evoluir para fibrose. No último estágio, comum em casos de elefantíase, há maior deposição de gordura e fibrose, além do crescimento de verrugas.

Consequências - Simone Scotta, fisioterapeuta do HOL, informa que a presença do linfedema, principalmente em graus mais avançados, compromete a parte clínica do paciente e a realização das atividades diárias. “O linfedema também interfere em outros setores da vida, como a questão psicológica, que gera vergonha, angústia e medo. Em razão disso, o convívio social é afetado. Os pacientes tendem a se afastar de familiares e amigos. Por isso, é importante diagnosticar e iniciar o tratamento para efetuar o controle”, ressalta a fisioterapeuta.

O diagnóstico é feito por meio da apresentação clínica e observação da mudança de volume do membro afetado. A perimetria, técnica usada no rastreio da doença, mensura a circunferência em tuberosidades ósseas ou segmentos do braço ou perna. O membro situado do lado oposto é usado como referência. O linfedema pode ser causado nos membros superiores, em pacientes com câncer de mama, e atinge partes inferiores, principalmente em casos de câncer ginecológico. Na face, os inchaços são comuns naqueles que apresentam tumor maligno de cabeça e pescoço. Os profissionais Leonardo Aviz e Simone Scotta

“Os fatores de risco relacionados ao linfedema são idade, mutações genéticas, alterações prévias, obesidade, sedentarismo, dentre outros. Recomenda-se a prática de atividades físicas, controle de peso e evitar comportamento sedentário e as lesões na pele do braço ou pernas, do mesmo lado da cirurgia”, explica Simone Scotta.

Texto: Viviane Nogueira – Ascom/Hospital Ophir Loyola