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SAÚDE PÚBLICA

Hospital Ophir Loyola alerta para o câncer de pâncreas, doença silenciosa

O Hospital Ophir Loyola (HOL), Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará, assegura tratamento para esta neoplasia

Por Governo do Pará (SECOM)
29/04/2022 14h16

Alessandro França coordena a cirurgia oncológica do Hospital Ophir Loyola, em BelémAo apresentar dores na região lombar e sangue na urina, o lavrador João Pereira Fernandes, 60 anos, procurou atendimento médico no município de Rio Maria, onde reside, no sudeste paraense. Exames de imagem mostraram a presença de cálculos renais e um caroço de dois cm no pâncreas - glândula localizada atrás do estômago responsável pela produção de hormônios que controlam o nível de glicose no sangue e de enzimas que participam do processo de digestão. Mas, naquele momento, a única preocupação dele era com o desconforto ocasionado pelas pedras nos rins.

Após 15 dias, novos exames apontaram que o nódulo estava com 8cm. “Realizei  a biópsia e deu positivo para o câncer de pâncreas. No início, eu fiquei bastante assustado, mas depois aceitei bem a minha condição. Fui encaminhado para o Hospital Ophir Loyola e logo consegui a internação. Agora estou aguardando a minha cirurgia que será realizada ainda esta semana”, conta João Fernandes.

Silencioso em fase inicial, o câncer de pâncreas é agressivo e mais comum a partir dos 60 anos de idade, e raro antes dos 30 anos. Desenvolve-se a partir da glândula pancreática, sendo considerado de difícil diagnóstico por causa da ausência de sintomas. E, quando esses se manifestam, geralmente, a doença está em estágio avançado.

Os dados do Instituto Nacional do Câncer apontam que o câncer de pâncreas  é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença, no Brasil. Atualmente, 54 pacientes estão em tratamento contra a neoplasia no Hospital Ophir Loyola (HOL), Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará.

Alessandro França coordena a cirurgia oncológica do HOL e afirma que “existem diversos tipos de tumores malignos no pâncreas, contudo o mais comum e agressivo é o adenocarcinoma ductal, que têm origem nas células que revestem os ductos responsáveis por produzir e secretar enzimas digestivas”.

Conforme explica o cirurgião, os sinais e os sintomas da doença têm peculiaridades. “O câncer que acomete a cabeça do pâncreas é caracterizado pela perda de peso, urina escura, pele e mucosas muito amareladas (icterícia) e dor abdominal. A partir disso, pode evoluir com os sinais e sintomas de desnutrição, como fraqueza, mal-estar, inapetência, e a formação de muita água no abdome (ascite)  no estado mais terminal”, explica.

Ainda segundo o especialista, o tipo histológico que acomete o corpo e cauda do pâncreas pode causar, principalmente, dor nas costas, dor abdominal, perda de peso e, às vezes, o primeiro achado que leva o paciente a procurar médico é a presença de massa abdominal e vômitos.

O diagnóstico clínico é estabelecido com base na interpretação dos sintomas. “É feito com suspeita clínica associada à história relatada pelo paciente. Além disso, pode ser utilizado principalmente a tomografia abdominal com contraste endovenoso ou ressonância magnética. E, em alguns casos selecionados, é possível utilizar a ecoendoscopia (uma espécie de ultrassom associada à endoscopia)”, completa Alessandro França.

O tabagismo é um dos fatores de risco mais importantes. O risco de desenvolver a doença é duas vezes maior entre os fumantes em comparação aos não fumantes. Quando o indivíduo para de fumar os riscos diminuem. “ Idade avançada,  consumo de álcool  e  má alimentação  também contribuem para o surgimento da doença. Sendo assim, a prevenção contra o tumor maligno é evitar tabagismo e o etilismo, praticar atividade física, manutenção do peso corporal e controle  da glicemia”, aponta o cirurgião oncológico.

O tipo de tratamento é definido de acordo com o estádio da doença, contudo, a terapia curativa é cirúrgica com a retirada da parte do órgão acometida, pode ser seguido de quimioterapia e radioterapia, dependendo de cada caso. “Entretanto, muitas vezes o tratamento é apenas paliativo, que também pode ser cirúrgico ou até mesmo guiado por exames de imagem para poder aliviar a dor  e garantir mais qualidade de vida”, pondera  França.

*Texto de Viviane Nogueira (Ascom Hospital Ophir Loyola)