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Usinas da Paz homenageiam povos indígenas com programação especial

Palestra, feira de artesanato, pinturas corporais para adultos e crianças e contação de histórias sobre os povos nativos chegaram às comunidades da Cabanagem, Nova União e Icuí-Guajará

Por Raiana Coelho (SECTET)
25/04/2022 17h02

A Semana dos Povos Indígenas segue com programação especial em celebração ao dia desses povos nativos, comemorado no último dia 19, desta vez nas Usinas da Paz. O primeiro complexo a receber as atividades previstas na programação foi a UsiPaz Cabanagem, em Belém. Ao longo da semana, ocorrerá também nas Usinas da Paz Icuí-Guajará, em Ananindeua, e Nova União, em Marituba. As atividades foram iniciadas no último sábado (23) dentro dos territórios do Jurunas e Guamá

Alunos do quarto e quinto ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Orione, localizada no bairro Mangueirão, estiveram no teatro da UsiPaz para uma palestra realizada pela Coordenadoria Estadual de Saúde Indígena e Povos Tradicionais (CESIPT), da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), onde estiveram diante de informações e objetos que contam a história da ancestralidade da população brasileira, além de participarem de uma oficina de pintura.

“Achei maravilhoso conhecer melhor sobre a história da nossa verdadeira origem, principalmente para mim que sou cabocla, meu pai também era uma mistura de índio com português, eu venho de uma mistura entre índios. É muito importante conhecer e respeitar essas outras culturas”, conta Gisele Cristina, aluna do quinto ano na escola convidada a participar da programação.

A técnica responsável pela saúde indígena na CESIPT e pertencente da etnia Baré, Putira Sacuena, avaliou como extraordinária a experiência de mostrar para os mais jovens a ascendência desses primitivos. “Como indígena eu fico muito agradecida com a direção da escola, de ter essa sensibilidade de sair do seu local, trazer essas crianças pra cá, mas o que é mais extraordinário é que hoje, a nível de Estado, a gente consegue dialogar não só nos territórios indígenas, mas fora  deles, porque nós sabemos que a sociedade brasileira não nos conhece e nem sabe de onde viemos, a maioria não conhece sua ancestralidade. É fantasístico estarmos começando a quebrar esses esteriótipos, essa marca que foi colocada diante de nós enquanto povos indígenas, que a gente não poderia ocupar certos lugares, que a gente não poderia estar onde estou, que a gente não poderia estar usando relógio, notebook e etc, então trazer esse dialogo intercultural se torna extraordinário para a quebra de todo esse rótulo e também de permitir um diálogo diferente dentro das escolas, dentro das Usinas  ou em qualquer outro lugar, porque essas crianças são uma nova semente que vão saber quem são os povos indígenas de fato, de onde a gente está vindo  e eles vão buscar saber mais sobre suas histórias. A gente precisa quebrar todo o preconceito que existe ainda com a gente”.

O evento é organizado pela (Sespa) dentro do Programa TerPaz, com o objetivo de informar mais sobre os povos nativos e como a relação da interculturalidade se torna necessária para o conhecimento e respeito as especificidades etnoculturais de cada povo nos Territórios de Paz e nas Usinas, o que para a gerente-geral da UsiPaz Cabanagem, Ivanilda Vieira, é essencial que este conteúdo esteja dentro do espaço em que atua. “Eu vejo esse encontro como uma atividade muito importante, para eles estarem aqui nesse espaço, que foi criado para eles, conhecendo sobre nossos antepassados, sabendo como era, para que esse aprendizado se fortaleça cada vez mais junto ao respeito com os povos indígenas”.

Ivanilda Vieira

De acordo com a Tatyane Peralta, coordenadora de saúde indígena e populações tradicionais da Sespa, o atendimento de povos nativos tem evoluido muito dentro das comunidades. “Hoje, o Governo do Estado tem uma sensibilidade muito grande, ele é acessível a essas populações tradicionais e isso é um grande avanço. Permitir com que saiamos do nosso contexto de dentro da cidade e cheguemos até os territórios indígenas e quilombolas nos possibilita levar saúde para essas pessoas. Nos permite também fazer com o que os profissionais de saúde da Sespa entendam a cultura. A saúde vem avançando muito no que diz respeito aos povos indígenas, hoje a gente consegue fazer uma regulação totalmente diferenciada, antigamente para ter acesso a uma necessidade médica eles precisavam recorrer a muitas outras pessoas, agora não, hoje a gente tem um canal de ligação com a Casa de Saúde Indígena (Casai), onde eles são cadastrados e imediatamente encaminhados para um hospital, consulta ou cirurgia, isso tudo dentro da regulação da Sespa e esse avanço para eles foi formidável porque há 20 anos eles tentavam isso e só com a nova gestão foi possível”.

Tatyane PeraltaConfira a programação nas Usinas da Paz:

Nova União/Marituba (27/04):
- Palestras com o tema: “Nas aldeias ou nas cidades, somos indígenas em todos os lugares”
- Feira artesanato indígena;
- Pinturas indígenas;
- Pintura para crianças e contação de histórias indígenas;
 
Icuí-Guajará (29/04):
- Palestras com o tema: “Nas aldeias ou nas cidades, somos indígenas em todos os lugares”;
- Feira artesanato indígena;
- Pinturas indígenas;
- Pintura para crianças e contação de histórias indígenas;